Qual o sentido da vida? Essa pergunta fundamenta tratados da Ciência, da Religião e da Filosofia, ao longo da história, e não há um ser humano na face da Terra que, vez ou outra, não se pegue tentando encontrar uma resposta racional para ela – questão, aliás, que parece ter nascido com a própria humanidade. O escritor W. J. Solha, em um brilhante artigo, intitulado 'O sentido da vida e o indestrutível poder do futuro', como que refaz a trajetória da humanidade, desde as pinturas nas cavernas - passando por guerras e revoluções - até as hipóteses “teoecológicas” de James E. Lovelock e Teilhard de Chardin.
Trata-se, na verdade, de um manifesto em favor da humanidade que, mesmo ainda tão desumana, surpreende a si mesma com avanços extraordinários em todas as áreas do conhecimento. Um protesto contra o pessimismo. Um apelo para seguir em frente, apesar das ameaças que pairam hoje sobre o planeta. “Como se vê retrospectivamente - escreve Solha -, tudo existe, ao nosso redor, como que em função do que virá. Como sendo Aristóteles, descobríamos, séculos antes, duas espécies de causas, dentro da natureza: a eficiente e a final”. Um texto, enfim, que gera reflexões apropriadas para o fim... do ano.
Ensaio
A segunda e última parte do ensaio do escritor Rodrigo Caldas sobre os aspectos estéticos-literários da Revolução Russa de 1917 - que completa 100 anos - aborda o realismo social como reação da intelligentsia russa ocidentalista e a superação do romantismo-realismo pela estética totalitária.
Colunistas
O crítico de cinema João Batista de Brito faz uma espécie de passeio crítico-sentimental pela cidade de João Pessoa, catalogando o espólio de antigas salas de exibição. A peregrinação reuniu cerca de trinta pessoas, e foi idealizada na reunião da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine). A professora e crítica de literatura Analice Pereira volta a analisar a obra do escritor cubano Leonardo Padura, cuja bibliografia inclui os romances 'Hereges'. As quatro estações (tetralogia adaptada para o cinema em forma de série e disponibilizada no canal Netflix) e 'O homem que amava os cachorros'.
O professor e escritor Rinaldo de Fernandes endossa 'Passagens' como a obra mais arrojada do filósofo e crítico literário alemão Walter Benjamin, que produziu entre 1927 e 1940, ano da morte do autor. Sem dúvida, 'Passagens' está entre os textos fundamentais da historiografia do Século XX. O poeta e professor Carlos Newton Jr. figura entre os melhores cronistas brasileiros. Humor e ironia, em doses certas, aliam-se à pesquisa e à observação, diga-se assim, minuciosa de fatos cotidianos, sejam públicos ou privados. Prova disso é a história da cachorrinha Kiara, que ele narra nesta edição.
Poesia
A seção de poesia traz sete poemas da estreante (no 'Correio') Regina Celi M. Pereira, quatro de Linaldo Guedes e quatro de Luiz Fernandes da Silva. Os artistas Domingo Sávio e Tônio, ambos de A União, ilustram, respectivamente, os poemas de Regina e os de Linaldo e Luiz Fernandes. A escritora e crítica de literatura Ângela Bezerra de Castro apresenta 'Folha Corrida', livro que reúne poemas escolhidos de Sérgio de Castro Pinto. A obra celebra os 70 anos de vida e 50 de poesia, do autor. O texto foi lido por Ângela por ocasião do lançamento do livro na Academia Paraibana de Letras (APL).
Livros
Além de poemas, Linaldo Guedes assina duas resenhas: uma sobre 'Conversa de jardim' (diálogos, Editora Moinhos), de Maria Valéria Rezende e Roberto Menezes - com lançamento previsto para 14 de dezembro, n’A Budega Arte Café -, e outra sobre 'O porta-retrato' (contos, Penalux), de Letícia Palmeira.
Artigo
O escritor Francisco Gil Messias desconfia que as relações entre o escritor Ariano Suassuna e o sociólogo Gilberto Freyre não eram amistosas. “É como se Freyre não tivesse ciência da existência de Suassuna, estando este ali, em Recife, tão pertinho e tão visível, do ponto de vista cultural”, comenta Messias.
Memória
Há textos publicados no 'Correio das Artes' de suma importância para a história do suplemento. Com o objetivo de partilhar este acervo com a nova geração de leitores, criou-se a seção 'Estação Memória'. A estreia é com Djalma Viana (Adonias Filho), apresentado pelo documentarista Cláudio Brito.