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Rodolfo Athayde lança livro que retrata influência feminina na sociedade paraibana

publicado: 14/06/2016 00h05, última modificação: 14/06/2016 08h44
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Além de médico, Rodolfo Athayde é também fotógrafo e artista plástico, e já publicou outra obra do gênero fotográfico - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

Nas palavras do próprio autor da obra, “um mistério” será revelado no dia de hoje. No entanto, quando vier a público, certamente causará uma mescla de surpresa, alegria e satisfação. Explica-se: é que, a partir das 19h, na Usina Cultural Energisa, localizada em João Pessoa, o artista visual, escritor e médico paraibano Rodolfo Athayde lança - com sessão de autógrafos - o livro intitulado Parahybas, ensaio que reúne 38 fotografias de 40 mulheres - a maioria paraibana - que se destacam pelo importante papel que desempenham nas mais diversas áreas da sociedade contemporânea. E aqui é que entra o detalhe curioso, o qual deverá surpreender, na ocasião. “Boa parte das retratadas não sabe quem é a outra”, disse ele para o jornal A União.

“Eu curto um pouquinho esse negócio de mistério”, confessou Rodolfo Athayde. “Esse livro é cheio de não explicações. A palavra Parahyba guarda ‘n’ significados: pode ser a questão do regional; a ideia do tratamento, quando se a utiliza no sentido pejorativo e até a questão política. O livro é um pouco de afirmar isso de forma positiva, sem deixar as questões emblemáticas. Tem aspectos culturais, étnicos, políticos, é um alinhavo. É uma obra aberta, não acadêmica, pois cada um a verá de uma maneira diferente. A minha intenção, no fundo, é falar sobre fotografia”, prosseguiu ele, salientando que, na ocasião do lançamento - e só neste dia -, o público poderá ver uma exposição com as imagens que integram o ensaio fotográfico.

O livro ainda contém fotografias de mulheres nascidas em Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, mas todas, de acordo com o autor da obra, possuem algum vínculo com o Estado da Paraíba. São pessoas que se destacam profissionalmente em diversos campos, a exemplo da medicina, artes cênicas, jornalismo, saúde e literatura. Rodolfo Athayde disse ter utilizado um critério geral para a seleção dos nomes: “Serem personalidades com expressividade nas áreas onde atuam”.

“O meu objetivo, com essa obra, que é patrocinada pelo FMC (Fundo Municipal de Cultura), é contribuir para ressaltar a importância do papel que a mulher exerce na sociedade contemporânea, nas mais diversas áreas”, disse o autor do livro, impresso na Gráfica JB e cuja capa é ilustrada por fragmentos de uma pintura simbólica que o próprio Rodolfo Athayde produziu no início dos anos 1990. Ele também assina a orelha, onde explica o projeto ao leitor, e o prefácio - intitulado de A Leveza de Ver - é do artista multimídia Bráulio Tavares.

Rodolfo começou a fazer as fotos no início de 2015 e só concluiu o trabalho no último mês de abril. “É um processo lento, de conversa com as pessoas”, justificou ele, que registrou as mulheres em imagens coloridas, medindo cerca de 20cm x 30cm, utilizando lente de 60 milímetros e aproveitando a luz natural. “Tive que vencer a timidez. Eu sempre colocava que elas ficassem à vontade, inclusive no vestuário. Retrato é um desafio danado, pois tinha de torcer para que as mulheres aceitassem o convite e tenho a gratidão por terem aceito. Foi uma relação de confiança que tive. Uma experiência super gratificante. Uma relação maravilhosa. Eu estava muito apreensivo porque, como é um livro de fotografia, ela é essencial”, confessou ele, que as registrou indo ao próprio habitat de cada uma, a moradia, ou ao local de trabalho, e, durante o processo, só teve de fazer alguns ajustes mínimos, principalmente por causa da iluminação, para chegar a bom termo.

A capa do novo trabalho do artista conta com fragmentos de uma obra de arte do próprio autorNo livro, as imagens das mulheres foram dispostas pela ordem alfabética nominal. Cada foto tem seu respectivo verbete, onde o leitor encontra informações básicas que ajudam a identificar ainda mais a personalidade feminina retratada, a exemplo do local de nascimento e a área de atuação profissional. A propósito, Parahybas é a segunda obra de Rodolfo Athayde, que nasceu em João Pessoa. A primeira, também no gênero ensaio fotográfico, intitula-se Artistas Mascarados, publicada em 2003 e que reúne imagens de 30 artistas visuais paraibanos convidados para o projeto e que foram retratados nos momentos em que estavam preparando suas próprias máscaras.

“Fiquei muito lisonjeada, porque Rodolfo Athayde é um fotógrafo muito bom e, também, por estar na companhia de mulheres maravilhosas, das quais com algumas partilho da amizade. Vamos ver se conseguimos entregar uma cópia a presidente (afastada) Dilma Rousseff, durante a visita que ela fará ao Estado”, confessou a professora e poetisa Vitória Lima, que é colunista do jornal A União e uma das personalidades retratadas em Parahybas. “Essa obra é um recorte de mulheres da Paraíba contemporânea que atuam em diversas áreas, principalmente na cultural. O livro é importante, também, porque as pessoas precisam de espelho e essas pessoas retratadas, que exercem liderança em várias áreas, e não necessariamente apenas na da política, podem servir de exemplo e inspiração para outras mulheres”, destacou ela.

A cantora e compositora Cátia de França também gostou de ter sido clicada por Rodolfo Athayde. “Me honrou muito ele ter me inserido nesse projeto. Sou daquelas paraibanas que já vivem no mundo. Eu já sabia que ele tinha publicado um livro com fotografias de vários artistas e esse convite me emocionou porque as coisas, nesses tempos modernos, estão muito rápidas e ele se lembrou de mim. Eu estava a trabalho, em João Pessoa, quando ele me procurou e fez várias fotos, mas não sei qual entrou no livro”, disse ela, que reside desde 2005 em Nova Friburgo, distrito do Município de Friburgo, no Rio de Janeiro.