Lucas Silva - Especial para A União
Presenteando a si mesma e ao público da capital, a cantora paraibana Sandra Belê comemora mais uma primavera hoje. E não podendo ser diferente, Belê leva até a Budega Arte Café, localizada nos Bancários, o show intitulado “Voz & Sanfona” que promete colocar todos para dançar. Sendo uma apresentação munida de clássicos, mas também de canções contemporâneas da música nordestina, a apresentação será arranjada de forma intimista e sob acompanhamento da sanfona de Lucas Carvalho, um jovem acordeonista e pesquisador da capital paraibana. No show, a cantora ainda mostra seus talentos na percussão, trazendo o pandeiro e o tambor indígena. A apresentação tem início às 18h e percorre até às 22h. A entrada é gratuita.
“O show terá convidados especiais, e, uma vez que esta também será uma festa de aniversário, os convidados são essenciais e serão revelados durante a apresentação para causar mais emoção e deixar a noite mais interessante”, disse a cantora.
Como dito anteriormente, o repertório do show passeia por clássicos a exemplo de Luiz Gonzaga, João do Vale, Dominguinhos. No entanto, apresenta também composições de artistas que tem uma pegada mais contemporânea como Lula Queiroga e Xico Bizerra. Dessa forma, a performance de Sandra hipnotiza, alegra e pulsa um diálogo perfeito com as multifacetas da artista e até mesmo a cultura nordestina, forte de seu show.
Em outras oportunidades, Sandra Belê somou a este mesmo show a participação de outros nomes, tais como Regina Limeira, Nathalia Bellar, Mahatma Costa e Júnior Limeira, além de Khrystal e Ellen Oléria, com as quais dividiu o show que abriu sua agenda em 2016.
Para quem não conhece ainda a moça, Sandra é de Zabelê no Cariri paraibano e iniciou a carreira em 1998, aos 18 anos, cantando em sua cidade natal na banda batizada de Millenium. Até então, a formação da banda se deu por moradores da cidade. Em seguida, ela seguiu participando de shows de bandas de outras regiões, sempre cantando forró.
Dentre as principais realizações de sua carreira, a cantora traz em seu currículo a participação como atriz e cantora da microssérie exibida pela Rede Globo, “A Pedra do Reino”; além do recebimento do Troféu Gonzagão, o “Oscar” da música nordestina.
“Hoje carrego minha cidade, não só no meu nome, mas nas minhas palavras, na minha lembrança e nas cantigas que canto pelo mundo afora. Tudo que Zabelê me deu eu guardei na imaginação. As cantigas do Reisado, a voz do aboiador, o som do carro de boi, os banhos de açude, o som da sanfona do meu pai, e o entrelaçar de linhas da minha mãe”, contou Belê.
Dona de uma voz marcante e presença de palco envolvente, Sandra Belê dispõe do talento e da atitude que compõem uma grande artista. Chamada – dentre tantos outros adjetivos – de “Patativa do Cariri”, a cabocla natural da pequena cidade de Zabelê carrega consigo além do talento, a ousadia e a criatividade que marcam presença em seus CDs, shows e entrevistas.
Sandra é diretora de arte, graduada em Arte e Mídia pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Atuou de 2002 a 2015 como ativista cultural na Associação Cultural de Zabelê (Ascuza) e no Coletivo Atissar, e é reconhecida regionalmente por artistas e críticos musicais como um dos grandes nomes femininos do Nordeste e do Forró.