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Poesia e Teatro

Sarau com espírito de mar, sonho e fantasia

publicado: 12/03/2024 12h02, última modificação: 12/03/2024 12h02
Depois de dois anos, a atriz Suzy Lopes volta a apresentar hoje, no Empório Café, o evento que comandou mensalmente em Tambaú
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Com inspiração no mar e em Iansã, Suzy Lopes vai apresentar seu sarau no dia do aniversário e como despedida antes do retorno ao Rio de Janeiro - Fotos: Thereza Helena/ Divulgação

por Sheila Raposo*

Carregando o Sertão dentro de si, ela saiu de Cajazeiras para o mundo. Atriz forjada no teatro, Suzy Lopes não se limitou ao palco que a formou. Do teatro, foi para o cinema. Do cinema, para a televisão.

Depois de ganhar destaque nacional em filmes premiados, como Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ambos de 2019, ela integrou o elenco das novelas globais Quanto Mais Vida, Melhor! (2021) e Mar do Sertão (2022). Aproveitando o período de folga dos compromissos no Rio de Janeiro, ela volta a realizar hoje, a partir das 20h, no Empório Café (Feirinha de Tambaú), o Sarau de Suzy - antigo Café em Verso e Prosa, que ela apresentou mensalmente.

Assim, ela celebra seu aniversário do jeito que mais gosta: em meio a amigos, música e poesia. Em entrevista ao Jornal A União, a atriz fala sobre o evento, que, além dos convidados especiais, terá o costumeiro microfone aberto para apresentações da plateia.

A entrevista 

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O Sarau de Suzy vem aí, depois de dois anos de hiato. Como foi a preparação para esse retorno?

Eu tô muito ansiosa, né? O último foi em abril de 2022, quando vim passar um tempo aqui [ela está morando no Rio de Janeiro desde 2021]. Antes, havia um tema ou um homenageado, quando o sarau acontecia mensalmente. Como ele não acontece mais assim, resolvi deixar o tema livre. Ao mesmo tempo, as fotos que eu fiz para divulgação já sugerem um tema. Vai ter algo meio mar, meio fantasia, meio sonho... Não tem como não passar pelos orixás, né? A pessoa coberta de conchas (risos).

 

Quais serão os convidados desta edição de aniversário?

O “bando” que sempre acompanhou o sarau estará lá: Myra Maya, Maria Alice, Nathália Bellar, Dudha Moreira, Nyka Barros, Paulo Vieira, Jorge Felix e Flávio Lira. Vai ter também Nara Souza, do Balé Popular [da UFPB], com uma dança de Iansã. Vai ter uma experimentação com a bailarina Camila Perez — eu vou recitar um texto meu e ela vai dançar as minhas palavras.

 

Em que projetos você está envolvida no Rio, no momento?

Eu já volto no dia 14, depois de três meses por aqui. Há negociações para gravar, mas ainda não posso dizer o que será, somente quando tiver a confirmação. Acabei de gravar Guerreiros do Sol, uma minissérie que vai ao ar em 2025, na Globoplay.

 

Fale um pouco sobre o seu papel nessa minissérie.

Eu faço o papel de Elsa, uma mulher da cidade de Água Branca. Não é do bando de Lampião, mas tem um evento que a liga aos cangaceiros e muda a vida dela para sempre. É uma personagem forte, dramática. Tô feliz porque o grande público vai poder ver essa outra faceta do meu trabalho.

 

E teatro? Tem algo em vista?

A minha raiz é fincada no teatro, mas não tenho tido tempo para ele. O meu último espetáculo foi Mercedes, texto e direção de Paulo [Vieira, marido da atriz], que estreou há dez anos e ficou em cartaz até 2019. Tô com muita saudade, muita vontade de voltar a atuar em teatro. Acho que neste ano vai acontecer.

 

Teatro, cinema e televisão. Tem um preferido?

Cada lugar tem a sua especificidade. O teatro é mais generoso no sentido do tempo. Em Mercedes, por exemplo, tivemos seis meses de ensaio. Já no cinema e na televisão é tudo muito rápido. Em compensação, o trabalho fica eternizado. Mas não tenho preferência, sabe? Eu gosto de atuar. No teatro, na rua, no cinema, no estúdio de novela. Seja onde for. Tudo o que eu ganhei na vida foi com o meu trabalho de atriz.

 *Matéria publicada originalmente na edição impressa de 12 de março de 2024.