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Sexta edição do Projeto Tertúlia debate métodos de construção de HQs

publicado: 04/03/2017 00h05, última modificação: 04/03/2017 10h49
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O projeto Tertúlia HQ é realizado desde novembro do ano passado, na Gibiteca Henfil, localizada no Espaço Cultural - Foto: Thercles Silva/Funesc

tags: projeto tertúlia hq , funesc , espaço cultural , governo da paraíba , thais gualberto


Lucas Silva - Especial para A União

Com as novas tecnologias, as mudanças em todos os ramos, principalmente nos de criação de arte e conteúdo, estão ficando mais rápidas. Então, na tentativa de acompanhar esse crescimento de larga escala, acontece hoje mais uma discussão sobre os “Métodos e técnicas digitais para construir uma história em quadrinhos”, no Espaço Cultural. O evento, que acontece sempre na Gibiteca Henfil, é mais uma reunião de uma série de discussões - o Projeto Tertúlia HQ - que vêm acontecendo desde novembro do ano passado onde quadrinistas e público interessado no mundo dos HQs debatem as problemáticas propostas pela organização da Gibiteca. O bate-papo têm início às 16h, mas ocorre até as 18h e a entrada é franca.

“Acredito que os quadrinistas estão lidando muito bem com essas mudanças nas mídias, porque os quadrinhos são umas das artes que mais se beneficiaram com a internet. Por exemplo, com as redes sociais a gente vê muita tirinha, muita charge sendo compartilhada pelas pessoas para reforçar a opinião delas ou apenas por se identificar. Sem contar que é uma ótima maneira de divulgar o seu trabalho, porque a internet é um local muito bom para divulgação pela sua abertura. Além disso, existe o serviço de streaming também que ajuda as pessoas a lerem online os quadrinhos que não podem ser distribuídos de forma física para o público, então os meios digitais ajudam bastante”, contou detalhadamente a coordenadora da Gibiteca Henfil, Thaïs Gualberto, em conversa com o jornal A União.

Em resumo, o projeto tem como objetivo ocupar a Gibiteca Henfil durante os finais de semana, além de incentivar a produção independente de quadrinhos na Paraíba. A ideia inicial da atividade é propiciar um ambiente de troca entre quadrinistas e entusiastas, bem como viabilizar a discussão sobre a produção de uma revista de HQ paraibana e oferecer um espaço de aprendizagem.

“A ideia surgiu a partir do encontro anterior, em novembro, quando quadrinistas se reuniram com a ideia de produzir um quadrinho autoral”, contou a organizadora do projeto, Thaïs Gualberto. Além disso, Gualberto ressaltou que essa é a sexta edição da atividade e por ela ser um projeto volátil, sempre muda de foco, atingindo assim outras vertentes do universo HQ. “O público que titula as pautas em debate que estão presentes no Tertúlia, porque é um projeto que está aí para falar sobre as necessidades sentidas”, completou.

Ainda durante a entrevista, Gualberto enfatizou a importância do Estado possuir um local como esse na capital. “Por ser um espaço extremamente importante para a população paraibana, a gibiteca, além de divulgar artistas desconhecidos, faz com que as pessoas conheçam mais sobre o universo dos HQ’s. Por outro lado, ela incentiva a leitura dos quadrinhos nas crianças e adultos que vêm até o local. Na década de 90 as pessoas liam bastante, mas hoje em dia essa leitura diminuiu. Então, o nosso espaço ajuda justamente na divulgação e formação de muitas pessoas”, descreveu.

Seu início

Apenas voltando no tempo, a primeira edição da atividade aconteceu em abril do ano passado, sendo promovida pelo Grupo de Pesquisa em História em Quadrinhos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Gibiteca Henfil, da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc). Na ocasião, o homenageado foi o cartunista Henrique Magalhães, ao lado de sua companheira, Maria – personagem de quadrinhos criada por ele, que em 2015 completou 40 anos. 

Além do bate-papo sobre as relações afetivas com a personagem na voz das professoras da UFPB Nadja Carvalho (Mídias Digitais), Regina Behar (História) e Margarete Almeida (Jornalismo), foi realizada uma exposição comemorativa aos 40 anos da personagem.

Logo depois, na segunda edição, o projeto recebeu a presença do quadrinista e humorista Cristovam Tadeu, que conversou sobre a sua obra. Na terceira, estiveram presentes alguns dos ex-integrantes do Coletivo WC, grupo de quadrinistas paraibanos formado entre 2010 e 2013.

E na quarta edição, em fevereiro, o projeto reuniu quadrinistas com o objetivo de produzir um novo trabalho autoral. Durante o encontro, se discutiu a criação de uma nova revista de histórias em quadrinhos e a partir dessa discussão chegou-se à conclusão de que, mais importante do que a criação da revista em si é o processo até chegar ao produto final.
“Foi devido a esses encontros que o grupo optou por conversar sobre as técnicas que podem ser utilizadas para construir uma história em quadrinhos, tendo sido escolhido para o próximo encontro o tema Métodos e técnicas digitais para construir uma história em quadrinhos”, finalizou Thais.