A Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB) celebra hoje, em João Pessoa, o legado de um dos nossos maiores artistas: Sivuca será homenageado em apresentação na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, a partir das 20h30, com entrada franca. Ao lado da OSPB estarão três solistas, entoando o instrumento consagrado pelo musicista paraibano: Helinho Medeiros, Lily Sanfoneira e Lucas Carvalho. Os músicos estarão sob a regência do maestro Gustavo de Paco de Gea.
O repertório de logo mais inclui sete músicas de Sivuca: “Rapsódia gonzagueana”, “Aquariana”, “Choro de cordel”, “João e Maria”, “Concerto sanfônico para Asa Branca”, “Quando me lembro” e “Feira de mangaio”. “Rapsódia”, incluída no disco Sinfônico, lançado há 18 anos, é uma peça que mescla diversos trechos de canções de Luiz Gonzaga, como “Baião”, “Boiadeiro” e “No meu pé de serra”, todas com arranjos da Orquestra Sinfônica do Recife. Já “Aquariana” e “Choro de cordel” são duas das últimas composições do sanfoneiro natural de Itabaiana, falecido em 2006.
Com mais de duas décadas de trajetória na música, Helinho Medeiros recorda que a referência de Sivuca chegou a sua vida muito cedo, antes mesmo de aprender a tocar sanfona. “Ele é uma das minhas maiores inspirações, está num lugar onde a gente almeja chegar, embora seja muito difícil. Mas a gente está ali, no rastro desses grandes mestres”, revela. Para além dos clássicos, Helinho assevera que o trabalho dele como arranjador, em trabalhos como o CD Sinfônico, chama bastante a sua atenção. “Será uma honra estar junto da OSPB, com quem já trabalhei tantas vezes”, salientou Helinho.
A jovem Lily Sanfoneira, de apenas 16 anos, lançou recentemente seu primeiro álbum – Menina-Flor, disponível nas plataformas digitais desde o último mês de abril. Ela não consegue se recordar da primeira vez que ouviu Sivuca, mas sabe que desde muito criança tem contato com o seu cancioneiro – por influência de seu pai, o músico Ely Porto. Tocando pela primeira vez junto de uma orquestra, Lily comemora a oportunidade de prestar esse tributo. “Poder tocar composições do mestre nesse concerto tão lindo e representar o nosso forró será uma experiência única”, pontua. Dentre as músicas que mais gosta de Sivuca, ela destaca “Um tom para Jobim”: “Esta eu conheci mais recentemente, estudando”, diz Lily.
Colecionador de discos de vinil desde a adolescência, Lucas Carvalho tomou conhecimento do homenageado desta noite por meio do repertório do álbum Dengo Maior, de Luiz Gonzaga: as músicas “Serena do mar” e “Nunca mais eu vi esperança”, presentes nesse LP, são de autoria de Sivuca e Glorinha Gadelha, hoje viúva do músico; nascia, nesse momento, um fã. Em 2004, tentou vê-lo pessoalmente, durante a gravação de DVD no Teatro Santa Roza, mas seu pai não conseguiu levá-lo à apresentação.
Hoje, Lucas soma 13 anos de carreira. Depois de estreitar laços profissionais com Glorinha, passou a visitar com frequência a casa de seu ídolo. “O mestre, quando se dispunha a se inspirar, não tinha como dar errado. Aprecio muito sua performance de compositor na sua ‘Homenagem à velha guarda’. Mas são tantas músicas que não consigo predilecionar com facilidade”, pontua Lucas, quando questionado sobre quais composições de Sivuca são as suas favoritas.
ORQUESTRA SINFÔNICADA PARAÍBA
- Hoje, às 20h30
- Orquestra Sinfônica da Paraíba (com Helinho Medeiros, Lily Sanfoneira e Lucas Carvalho)
- Na Sala José Siqueira (Espaço Cultural, R. Abdias Gomes de Almeida, 800, Tambauzinho,João Pessoa)
- Entrada franca
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 20 de junho de 2024.