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Sob patrocínio do FIC, espetáculo Tem Boi no Algodão volta a circular

publicado: 28/05/2016 00h05, última modificação: 28/05/2016 09h22
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O universo dos folguedos e dos saberes populares está muito presentesnos espetáculos da Companhia que celebra 20 anos de existência em 2016 - Foto: Edson Matos

tags: Tem Boi no Algodão , Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos , Governo da Paraíba , FIC


Guilherme Cabral

espetáculo intitulado Tem Boi no Algodão será apresentado - gratuitamente ao público - pela Cia Boca de Cena a partir das 20h de hoje, ao lado da Igreja Matriz do Município de Juripiranga, localizado na região da Zona da Mata do Estado, dentro do ciclo da terceira etapa do projeto ‘Benedito e João Redondo pelas ruas da cidade’, patrocinado pelo FIC (Fundo de Incentivo à Cultura) Augusto dos Anjos, do Governo da Paraíba. O evento - que tem o apoio cultural da Prefeitura e ONG Vida Mais Verde -terá a participação, como parceiro, do Mestre Clébio, bonequeiro de Guarabira, que vai se apresentar às 19h. No entanto, caso chova, ou o tempo fique instável, a programação ocorrerá em área coberta, no Ginásio Marojão, nos mesmos horários. 

“O FIC é fundamental e um dos únicos e bons instrumentos de incentivo à cultura, com o qual podemos contar sempre. Muitas cidades estão sendo agora contempladas com projetos por esse Fundo, o que não acontecia antes, o que mostra a articulação do FIC com a Secretaria de Estado da Cultura”, ressaltou para o jornal A União o ator manipulador Artur Leonardo, fundador e diretor da Cia Boca de Cena, que se localiza na cidade de João Pessoa e completará duas décadas de atividades no próximo mês de outubro. A propósito, o ciclo da terceira etapa do projeto ‘Benedito e João Redondo pelas ruas da cidade’, selecionado nos Editais 2015, começou com a apresentação de Tem Boi no Algodão no último mês de março, pela cidade de Solânea, seguida de Taperoá. Depois de Juripiranga, o espetáculo circulará em Sapé e será encerrado após passar por outros dois municípios, ainda a serem definidos, pois as chuvas contribuíram para atrasar a agenda, cuja previsão era de ser concluída neste mês de maio.

O espetáculo mais novo do grupo, Tem Boi no Algodão estreou em 2016 e foi criado pela Cia Boca de Cena, a princípio, para a 23ª edição do Salão de Artesanato da Paraíba, cujo tema foi “O algodão colorido é nosso”, realizado pelo Governo do Estado na cidade de João Pessoa, no último mês de janeiro. “A ideia inicial era para apresentar nesse evento, tanto que era curto, mais uma performance com 30 minutos de duração. Mas, com o sucesso obtido, decidimos ampliá-lo, acrescentando passagens novas, inclusive a inicial, e agora dura uma hora”, disse Artur Leonardo. 

O algodão colorido é destaque na trama desenvolvida no espetáculoO fundador da Cia Boca de Cena informou que Tem Boi no Algodão mantém a linguagem tradicional do Babau, que é o teatro de boneco popular da Paraíba, inclusive com elementos da cultura popular, e é embalado por coco de roda e forró, mas ainda contém mensagens de cunho social, a exemplo do repúdio ao preconceito racial. Para contar o enredo do espetáculo, cuja característica é estimular a interatividade com o público, entram em cena quatro atores manipuladores: além de Artur Leonardo, que dá vida à maioria dos personagens, ainda atuam Amanda Viana - que também é diretora do grupo -, José Valério e Thaisy Santos. 

De acordo com Artur Leonardo, o título do espetáculo se justifica, pois a qualidade e a importância do algodão colorido são exaltadas durante a trama, aparecendo até em cena na forma in natura, numa demonstração do seu processamento, bem como em outros elementos utilizados para narrar a história. Nesse sentido, um dos personagens é o negro Benedito, que representa o povo, do qual é o herói e namora a filha de João Redondo, que defende os poderosos, ou seja, a parte opressora. Esse relacionamento é causa de rixa entre ambos, aliado a mais um motivo: o fato do boi, pertencente a Benedito, invadir a lavoura de algodão colorido de João Redondo. Para garantir a segurança de sua plantação, ele contrata uma cobra Anaconda, que termina engolindo, inclusive, o pai da garota. Benedito, então, consegue salvar João Redondo, que permite o namoro, mas de maneira respeitosa.