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Exposição

Sousa recebe mostra sobre Zé Ramalho

publicado: 27/06/2023 09h41, última modificação: 27/06/2023 09h41
Diversos itens do artista de Brejo do Cruz podem ser vistos gratuitamente no Centro Cultural Banco do Nordeste
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Composto por discos, jornais, fotos, documentos e objetos pessoais, ‘O Admirável Mundo de Zé Ramalho’ visa comemorar os 45 anos de carreira do cantor e compositor - Fotos: Acervo Museu Zé Ramalho
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O próprio Zé Ramalho com o curador da mostra, Aurílio Santos - Fotos: Acervo Museu Zé Ramalho
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Foto: Acervo Museu Zé Ramalho
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Haverá também várias roupas que foram usadas pelo artista nos shows - Foto: Acervo Museu Zé Ramalho
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Foto: Acervo Museu Zé Ramalho
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Foto: Acervo Museu Zé Ramalho
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por Guilherme Cabral*

Discos, objetos pessoais que pertenceram ao artista, entre outros ítens, integram a exposição O Admirável Mundo de Zé Ramalho, cuja abertura acontece hoje, a partir das 18h, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBnB), localizado na cidade de Sousa. Curador da mostra e proprietário do acervo, o artista visual Aurílio Santos informou que o objetivo é comemorar os 45 anos de carreira do cantor e compositor paraibano, natural do Município de Brejo do Cruz, situado no Sertão do estado. O evento permanecerá à visitação gratuita do público até 15 de agosto, no período de terça a sexta-feira, das 12h às 20h, e, ao sábado, das 13h às 21h.

Quem visitar a exposição vai se deparar, na entrada, com uma parede de 11 metros de extensão contendo várias imagens. “É uma plotagem retratando uma cronologia de Zé Ramalho que vai do seu nascimento até a sua consagração musical, no Rio de Janeiro. Nela, as pessoas vão observar diversas fotos mostrando, por exemplo, a casa onde ele nasceu; cenas de sua infância e com os seus familiares; registros de Zé Ramalho ao lado de outros artistas no Rio de Janeiro, em 1977, que são o também paraibano Jackson do Pandeiro, Fagner e Geraldo Azevedo; há, ainda, imagem com Dominguinhos, bem como Zé Ramalho no palco, ao lado da cantora norte-americana Joan Baez, que foi proibida pela censura militar de cantar com ele no RJ, em 1981; e imagens de shows que ele realizou em Brejo do Cruz em 1980, 1981, 1982 e 1986; e a capa do raro vinil, Paêbirú”, explicou Aurílio Santos.

Na outra parte da exposição, o curador disse que o público vai contemplar, por exemplo, um violão e cinco roupas que o artista usou em shows. “São cinco blusões, que Zé Ramalho chama de batas, que foram doados por ele. Essas peças vão estar penduradas, ao longo de uma parede de 10 metros de extensão, assim como, em molduras, as capas e os discos em vinil lançados pelo cantor e compositor paraibano”, elencou Aurílio Santos. “Alguns desses discos são até autografados. E ainda tem pôsteres de divulgação de discos e do cordel Peleja de Zé do Caixão com o Cantor Zé Ramalho, autoria de Zé Ramalho com xilogravuras de Ciro Fernandes”, comentou ele.

“A proposta da exposição, que conta, com riqueza de detalhes, a história da vida e obra de um dos maiores nomes da música e cultura nordestina, é manter viva essa obra grandiosa, que carrega o que há de mais puro da cultura nordestina, incrementada com a psicodélica de um gênio da nossa música”, disse o curador.

A mostra é apenas uma parte do acervo que Santos possui sobre Zé Ramalho. “Eu o uso de forma itinerante, para circular em mostras para divulgar a vida e obra de Zé Ramalho por cidades pelo estado.”, disse ele, que também é coautor, com Kydelmir Dantas, do livro Zé Ramalho na Literatura de Cordel – De como o menino do Avôhai ganhou aura de visionário, e cujo interesse pelo artista, de quem já ouvia falar quando tinha 12 anos de idade, em Brejo do Cruz, cresceu a partir de 1998, dando início à coleta de itens para seu acervo.

Atualmente, ele estimou que a quantidade de material ultrapasse os mil itens, entre fotografias, documentos, revistas, objetos pessoais, violões e jornais, além de toda a discografia em discos, CDs e DVDs gravados pelo artista. Há peças consideradas raras, como o ofício da censura militar proibindo a cantora Joan Baez de se apresentar no show de Zé Ramalho no Rio de Janeiro, em 1981, e o disco mais caro do Brasil, o já citado Paêbirú, gravado por Zé Ramalho e Lula Côrtes em 1975. “Esse foi o primeiro disco lançado por Zé Ramalho, mas ele considera Avôhai como seu primeiro disco. Eu comprei esse álbum, que é da primeira tiragem feita após o lançamento da original, na Livraria Cultura, em São Paulo, e, por questão de segurança, por ser raridade, mantive-o em Brejo do Cruz e inclui a capa na plotagem para a exposição em Sousa”, afirmou Aurílio Santos.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 27 de junho de 2023.