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evento literário

Tarde edificada pela arte das letras

publicado: 03/03/2023 11h05, última modificação: 03/03/2023 11h05
Hoje, no Museu dos Três Pandeiros, em Campina Grande, Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) apresenta suas obras mais recentes e presta uma homenagem póstuma ao poeta e escritor paraibano Félix Araújo
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Primeiro tomo da ‘Antologia do Teatro Paraibano’, que reúne cinco espetáculos produzidos entre 1968 e 1981
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Coletânea de poesias e de crônica de Félix Araújo
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Quarto volume de perfis da coleção ‘Paraíba na Literatura’
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Às margens do Açude Velho, o Museu de Arte Popular da Paraíba, mais conhecido como Museu dos Três Pandeiros, será o palco dos lançamentos da Editora A União
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tags: Literatura EPC

por Guilherme Cabral*

Hoje acontecerá mais uma iniciativa no processo de interiorização das ações culturais promovidas pela Empresa Paraibana de Comunicação (EPC). “É uma satisfação muito grande levar para Campina Grande ótimas produções literárias para um evento que vai acontecer num local fantástico, que é o Museu de Arte Popular da Paraíba, mais conhecido como Museu dos Três Pandeiros”, frisou a diretora presidente da EPC, a jornalista Naná Garcez, destacando a importância da Tarde Literária, evento que apresentará várias obras da Editora A União, a partir das 17h, no MAPP.
Na ocasião, serão apresentados os livros Paraíba na Literatura IV, com as segundas edições dos três primeiros volumes, além do primeiro volume da Antologia do Teatro Paraibano e a Obra Poética, de Félix Araújo (1922-1953), que vai receber uma homenagem póstuma. Escritores que colaboraram com as obras, familiares do saudoso escritor, autoridades e integrantes da equipe da EPC participarão da cerimônia, aberta ao público.

Publicada por meio de parceria entre a Editora da Universidade Estadual da Paraíba (Eduepb) e a Editora A União, a 3ª edição da Obra Poética traz os selos Latus e Lourdes Ramalho e, em 282 páginas, reúne cinco livros de Félix Araújo: Tamar, Dor, Fraternidade, Folhas Soltas e Crônicas. A coletânea tem prefácio assinado por Josué Sylvestre e apresentação de Elpídio Almeida. Essa obra pode ser considerada um desenho da arquitetura literária de Félix Araújo, construindo a memória de suas letras, por disponibilizar um contato mais verticalizado com a escrita do autor, pois contém gêneros variados, incursionando da poesia à crônica.

O diretor da Eduepb, professor Cidoval Morais, falou que a publicação se reveste de um resgate de obras importantes. “Permite o acesso aos novos leitores, a releitura para os que já conheciam e oferta de material para estudo e pesquisa”, resumiu. “É uma abertura de novas possibilidades e espaço para difusão cultural, por meio de parcerias, como a que fizemos com a Editora A União, a Prefeitura de Campina Grande e a Universidade Estadual da Paraíba”, disse ele.

A coletânea, reeditada a partir da edição de 1964, feita pela Comissão Cultural do Centenário de Campina Grande, e não houve qualquer intervenção editorial no estilo e nos conteúdos dos originais recebidos para essa edição especial, mas a revisão do texto obedeceu aos parâmetros do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa aprovado em 1990 e que está em vigor desde 1º de janeiro de 2016. “O selo Latus é da Eduepb voltado para publicação de obras de natureza artística e cultural. Publicamos já mais de 50 títulos de poesias, poemas, crônicas, peças de teatro, história da música, da literatura, cordéis, dentre outros de mesma natureza. Fez parceria com a Editora A União e com a Secretaria de Cultura de Campina Grande, que criou o selo Lourdes Ramalho, com a mesma finalidade. Outras obras virão nessa parceria. A ideia é resgatar autores paraibanos, cujas obras estejam esgotadas e cuja contribuição para a cultura regional seja reconhecida, como é o caso de Félix Araújo. São poesias, poemas e crônicas reunidas num único livro”, disse Cidoval Morais.

Nascido na cidade de Cabaceiras, no Cariri da Paraíba, em 22 de dezembro de 1922, Félix de Souza Araújo é considerado pelos críticos como um escritor de olhar sensível, poético, reflexivo e filosófico e tem uma história forte, ligada à cultura e à política locais. Ele instalou-se em Campina Grande, onde estudou, foi vereador e ocupou outras funções, além de poeta e orador. Foi aluno da Faculdade de Direito do Recife (PE), em 1949. Ainda como vereador, foi assassinado por razões políticas, pouco antes de concluir a faculdade, em 27 de julho de 1953.

Interiorização
“Vamos continuar realizando eventos para lançamentos de livros pelo interior do estado e o próximo será em Cajazeiras, no dia 14 de abril, e depois Sousa e Patos, mas ainda sem data definida. Vamos manter também a estratégia de participar de feiras literárias e com parcerias com a Funesc”, disse a diretora presidente da EPC, Naná Garcez.

O diretor de Mídia Impressa da EPC, William Costa, também ressaltou o trabalho de interiorização das ações da empresa. “Depois de João Pessoa, agora, em Campina Grande, vamos dar prosseguimento à divulgação dos lançamentos dos títulos da Editora A União, com o objetivo de facilitar o acesso às produções editoriais. Paralelamente, nesse processo, valorizamos o autor e a autora paraibanos, informando à população sobre a produção literária e a história, pois a população passa a ter conhecimento maior de sua terra”, explicou o jornalista.

O evento Tarde Literária dá prosseguimento à Noite da Literatura Paraibana, cuja primeira edição ocorreu em março de 2022, na Fundação Casa de José Américo (FCJA), em João Pessoa, cujo intuito foi o de reunir escritores e leitores. A 2ª Noite da Literatura Paraibana aconteceu no começo de fevereiro deste ano, com a inauguração da Livraria A União, no Espaço Cultural José Lins do Rego, na capital. Campina Grande é o primeiro município contemplado com o processo de descentralização das edições que estão sendo planejadas.

Outros lançamentos
A coleção Paraíba na Literatura traz perfis escritos por pesquisadores(as), escritores(as), jornalistas e professores(as), que se debruçam sobre a trajetória do(a) perfilado(a) e suas obras. Nessa quarta edição contém perfis de nomes de várias gerações, a exemplo de Anayde Beiriz, Félix Araújo, Débora Ferraz, Clotilde Tavares, Juca Pontes, Pedro Américo e Irene Dias, dentre outros.

Já a obra Antologia do Teatro Paraibano, publicado pela Editora A União em parceria com a Funesc, foi organizado por Diógenes Maciel, Monalisa Colaço e Suzy Lopes e reúne cinco obras que marcaram a dramaturgia paraibana, entre os anos de 1968 e 1981: os espetáculos Paraí-bê-a-bá (1968), de Paulo Pontes; O mundo louco do poeta Zé Limeira (1973), de José Bezerra Filho; Coiteiros (1977), texto de José Américo de Almeida adaptado por Altimar Pimentel, Elpídio Navarro e Pedro Santos; Cemitério das Juremas (1978), de Altimar Pimentel; e Beiço de estrada (1981), de Eliézer Rolim.

Os livros estarão à venda no local do lançamento, mas também podem ser comprados na Livraria A União, tanto na loja física nas dependências do Espaço Cultural, em João Pessoa, ou pelo site oficial da livraria (livrariaauniao.pb.gov.br/epc_livraria/loja).

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 3 de março de 2023.