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Tiago Germano mostra novas crônicas em livro

publicado: 11/06/2024 09h23, última modificação: 11/06/2024 09h23
Escritor estará hoje na Livraria A União autografando ‘A Índole dos Cactos’
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Tiago Germano (foto) vai conversar com Jairo César sobre seu novo livro | Foto: Fábio Cardoso/ Divulgação

por Daniel Abath*

A Livraria A União recepciona hoje uma sessão de autógrafos de A Índole dos Cactos (2024), livro mais recente do escritor paraibano Tiago Germano, lançado na semana passada. Jairo César, professor do Centro Estadual de Artes (Cearte-PB), será o mediador da roda de conversa com Tiago. O autor tem aproveitado os eventos para relançar Demônios Domésticos (2017), em nova edição, também pela Editora Caos e Letras.

Tiago conta que Jairo o convidou, em um certo dia, para um bate-papo com os alunos do curso de Escrita Criativa ao longo do primeiro semestre letivo. Àquela altura, Tiago ainda não havia lançado o livro e prometeu aos discentes que, em algum momento, faria o lançamento na Livraria A União. A Índole dos Cactos conta com mais de 60 crônicas que giram em torno da memória, sobretudo da infância, além de uma visada sobre literatura e processos de escrita.

A ÍNDOLE DOS CACTOS
- De Tiago Germano. Editora: Caos & Letras. 156 páginas. R$ 60.
- Hoje, às 17h30.
- Na Livraria A União (Espaço Cultural, R. Abdias Gomes de Almeida, 800, Tambauzinho, João Pessoa).
- Entrada franca.

Nem tanto às flores

A Índole dos Cactos é um livro de crônicas com temática variada e sua disposição estrutural se propõe análoga à planta, um caráter definido pela mãe de Tiago como inversamente proporcional ao dos homens: enquanto homens primeiro exibem suas cores e depois, espinhos, os cactos contrariam essa lógica. “Minha mãe é muito fã de cactos. Eu fui criado ao redor deles e ela é uma grande inspiração pra mim desde o primeiro livro. A gente tem uma seção que é sobre as ‘raízes’, que são mais memorialísticas; ‘adubo’, onde eu falo das minhas influências literárias, e tem ainda os ‘enxertos’, sobre personagens do cotidiano, ‘flores’ e ‘espinhos’, justamente sobre a índole dos cactos”.

Dentre as influências mais frondosas, Tiago aponta Fernando Sabino como fundamental - e não só o cronista, também o Sabino romancista -, ladeado por nomes como Gabriel García Márquez, o paraibano Geraldo Maciel, Clarice Lispector, entre outros, de alguma forma representados como “adubos” à obra.

No caso da crônica, o processo criativo de Tiago costuma ser instantâneo: “O tempo está no nome da crônica, que vem de ‘cronos’, e é sempre um retrato de um instante”. Do lado da prosa, o autor considera o conto como um gênero mais cerebral, seguido pelo romance, que é o mais complexo de todos. Das primeiras crônicas de Demônios Domésticos para cá, Tiago considera que houve um amadurecimento em seus escritos, com um aumento do nível de consciência do próprio gênero. “Você começa a entender um pouco mais quais são os efeitos que você quer passar pro leitor”, frisou.

Quem é o autor?

Nascido em Picuí, no interior da Paraíba, Tiago Germano é escritor e autor de cinco livros, dentre eles o romance O que Pesa no Norte (2022), indicado aos prêmios Jabuti e Oceanos. É jornalista, com mestrado e doutorado em Escrita Criativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Em 2020, foi bolsista da Capes na School of Literature, Drama and Creative Writing da University of East Anglia (UEA), em Norwich (Inglaterra), mesma instituição onde estudaram os escritores Ian McEwan e o Nobel de Literatura Kazuo Ishiguro. Tiago reside em João Pessoa e é cofundador da escola de escrita Edícula Literária.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de maio de 2024.