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Titãs fazem show em João Pessoa

publicado: 01/06/2023 00h00, última modificação: 01/06/2023 15h31
Hoje, no Espaço Cultural, em João Pessoa, banda de rock celebra as suas quatro décadas de trajetória
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Com 31 músicas, repertório da turnê ‘Titãs Encontro’ inclui ‘hits’ antigos e sucessos de álbuns mais recentes, como ‘Epitáfio’ - Foto: Bob Wolfenson/Divulgação

por Joel Cavalcanti*

Antes de serem uma banda, os jovens com 20 e poucos eram uma turma de escola do meio dos anos 1970. Hoje, às 19h30, os integrantes do Titãs, todos com mais de 60, se reencontram, no Parque do Povo do Espaço Cultural, em João Pessoa, para celebrar a turnê que reconta a história desses últimos 40 anos. Com a formação clássica, o show está centrado na primeira década de atuação do grupo, em que Arnaldo Antunes, Nando Reis, Charles Gavin, Paulo Miklos, Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto ainda estavam juntos. Nesse período, foram sete discos e alguns antológicos do rock nacional, a exemplo de Cabeça Dinossauro, de 1986, Jesus não tem dentes no país dos banguelas, de 1987, e Õ Blésq Blom, de 1989. “Vamos matar as saudades e celebrar não apenas os 40 anos de Titãs, dos quais fiz parte nos 10 primeiros, mas também os mais anos ainda de amizade”, afirma Arnaldo Antunes.

A ideia era que a turnê Titãs Encontro: todos ao mesmo tempo agora ganhasse a estrada ainda no ano passado, que marcaria as quatro décadas desde a primeira apresentação no Sesc Pompeia, em outubro de 1982. As mudanças foram necessárias devido à pandemia, uma vez que os planos eram ambiciosos, com ingressos esgotados em quase todas as 21 apresentações em 17 cidades brasileiras e por Lisboa, em Portugal. “É uma vontade de reafirmar os 40 anos da criação da banda”, justifica Tony Bellotto. Participam também da turnê o músico e produtor de vários discos dos Titãs, Liminha, assumindo as guitarras de Marcelo Fromer, morto em 2001. A filha dele, a cantora Alice Fromer, também participa do show em um momento emocionante para a banda e os fãs enquanto canta ‘Toda cor’ e ‘Não vou me adaptar’.

Outro momento marcante no palco é a interpretação de Branco Mello. Já entre as primeiras músicas, ele canta ‘Tô cansado’ com a voz rouca, consequência da superação de um tumor na faringe. “Queremos reencontrar velhos amigos, tocar juntos, matar as saudades, relembrar boas histórias”, declara Branco Mello, que comanda também os vocais em ‘Eu não sei fazer música’, ‘Cabeça dinossauro’, ‘32 dentes’ e ‘Flores’. Branco Mello não foi o único que precisou se readaptar para a turnê. Como a ideia era retomar a sonoridade dos primeiros anos, os músicos tiveram que voltar aos instrumentos que não tocavam há vários anos. Com isso, Sérgio Britto foi buscar teclados característicos da década de 1980. Paulo Miklos voltou ao saxofone depois de 20 anos. Desafio maior foi para Nando Reis, que havia trocado o baixo pelo violão desde 2002, quando deixou os Titãs para seguir carreira solo. “Tocar para diferentes gerações representa justamente a força da obra que criamos juntos”, diz Nando Reis.

Com 31 músicas definidas no setlist, começando por ‘Diversão’ até ser concluído com ‘Sonífera ilha’, o show não se limita aos 10 anos iniciais da banda, quando, em 1992, Arnaldo Antunes deixou o grupo. O repertório inclui hits de álbuns mais recentes, como ‘Epitáfio’. A banda que se mantém oficialmente apenas com Branco Mello, Sérgio Britto, Tony Bellotto e Beto Lee demonstra durante a turnê a versatilidade de gêneros musicais que abrangeu durante os anos que vai do pop-rock alternativo até o new wave, punk rock, grunge, MPB e música eletrônica. Aspecto que fica evidente com o enfileiramento de sucessos como ‘Porrada’, ‘Polícia’, ‘Aauu’ e ‘Bichos escrotos’, ao lado de sucessos como ‘Marvin’, ‘Família’, ‘Os cegos do castelo’ e ‘Pra dizer adeus’. “A turnê é uma oportunidade de revisitar a potência da música dos Titãs”, confirma Paulo Miklos.

Para o show em João Pessoa, os ingressos podem ser adquiridos online, através da plataforma Eventim (www.eventim.com.br) por valores que variam entre R$ 90 a R$ 280. “Este encontro é verdadeiro, é a materialização de algo raro: vamos tocar juntos, novamente”, afirma Charles Gavin. “Tocar para diferentes gerações representa justamente a força da obra que criamos juntos”, destaca Nando Reis.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 01 de junho de 2023.