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Tribo de Jah se apresenta na orla de Jacumã neste sábado

publicado: 29/06/2018 00h05, última modificação: 28/06/2018 21h34
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Formação atual da banda conta com Marcelo Rabelo, Aquiles Ravbelo, Fauzi Beydoun, Pedro Beydoun, João Rodrigues e Neto Enes - Foto: Divulgação

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Jãmarrí Nogueira

Em julho de 1994, vi e ouvi pela primeira vez – ao vivo – a performance da banda Tribo de Jah. Uma apresentação na Praça Maria Aragão, em São Luís (MA). Um show pulsante marcado pela voz forte de Fauzi Beydoun e pela filosofia do reggae. Uma banda formada por cegos (menos Fauzi), que acabara de lançar o segundo disco, o LP “Roots reggae” (reunindo canções do primeiro disco, como ‘Regueiros guerreiros’. Naquele mesmo ano, o grupo – criado em 1987, com o nome ‘Fauzi e Banda Cartaz’, estourou país afora. E é sucesso até hoje.

Ainda comemorando os 30 anos de atividades ininterruptas, a banda Tribo de Jah fará show neste sábado, dia 30, em Jacumã, na cidade do Conde. A apresentação faz parte da programação de inauguração de Praça do Mar e da Via Litorânea da Costa do Conde. A solenidade terá início às 17h30, mas o show está programado para 20h. Pelo valor das obras a serem entregues e pela importância e talento da banda, vale a pena demais! Coloque na agenda...

“Nosso negócio é botar fogo”, disse o vocalista Fauzi Beydoun, em entrevista ao jornal A União, deixando claro que o show será em clima de festa. O show atual é em comemoração aos mais de 30 anos de estrada. “Estivemos fazendo show em João Pessoa, recentemente, com o repertório do novo CD comemorativo. Tocar no Conde vai ser demais!”, afirmou Fauzi. O sexteto é formado também por Pedro Beydoun (voz e guitarra), Marcelo Rebelo (teclado), Aquiles Rabelo (baixo), João Rodrigues (bateria) e Neto Enes (guitarra). Zé Orlando, ex-vocalista e percussionista da banda, segue em carreira solo. 

O vocalista destacou a importância do mais novo integrante da Tribo. “Meu filho Pedro está tocando com a banda. Tem um repertório diferenciado”, corujou Fauzi. Mas, um elogio dele deve ser levado em conta, pois Fauzi leva a sério a necessidade de autocrítica. Ele tem, por exemplo, muitas críticas com relação aos primeiros discos da banda.

“Quando começa o processo tudo é muito intuitivo. Tem o conceito, mas é muita empolgação. Mas, a maturidade traz um novo conceito filosófico. No caso da tribo de Jah tornou o trabalho melhor. Tem disco do início de carreira que é decepcionante. Tínhamos um teclado ridículo, mas era o que tinha... Hoje não, a banda tem recursos técnicos”.

Em pouco mais de três décadas de carreira, a Tribo de Jah tocou nos maiores festivais de reggae do mundo, passando pelos palcos dos EUA, Europa, Japão e, claro, Jamaica! A banda passou pelo Sunsplash Festival (Jamaica); o Paris-Bercy (França), o Rototon Sunsplash (Itália), o Festival de Jazz de Montreux e o Caliente Festival de Zurich (Suíça). “E tocamos com os grandes do reggae”, enfatizou Fauzi. E tocaram mesmo. Abriram show de Gregory Isaacs, um dos maiores nomes do reggae internacional.

Primeiro fã-clube foi na Paraíba

Fauzi beydoun foi um dos pioneiros na difusão do reggae no rádio do Maranhão e uma de suas figuras mais eminentes, comandando programas como o Rádio Reggae, o Reggae Point e depois o Central Reggae. Assim, sabe muito bem a importância de divulgação e interiorização da informação. A banda abriu mercado para o reggae no Brasil, tocando em regiões onde antes nunca tinha se ouvido falar no ritmo jamaicano.

“Nosso primeiro fã-clube foi em Cajazeiras, no Sertão da Paraíba. Temos muito orgulho de tocar em cidades do interior e de levar a mensagem do reggae”, contou o vocalista. E complementou: “Existe o mercado de reggae no Brasil. E a Tribo é pioneira nisso!”. Fauzi recorda que, na década de 1990, muitas bandas de baile do interior tocavam as músicas da Tribo sem nem saberem que era reggae.
A banda foi pioneira também na introdução da temática reggae no Brasil. Expressões hoje mais populares, como Jah (Deus), babilônia e roots nunca tinham sido difundidas nacionalmente até então e passaram a ser assimiladas em larga escala pelos fãs e por outras bandas.
 
Vaquinha

O disco comemorativo dos 30 anos da banda tem reggae como gênero predominante nas 17 faixas, mas também oferece aos fãs outros elementos sonoros, como blues, rock-steady, rap e roots. “Também tem elementos do samba, sem perder a essência roots”, disse Fauzi.

A musculatura sonora da Tribo se fortalece no reggae disseminado por Bob Marley, Gregory Isaacs, The Gladiators e Culture, e também nas influências originais do Maranhão, como a seresta, a lambada e o merengue.

Produzido a partir de uma campanha de financiamento coletivo com apoio dos fãs (crowdfunding – a famosa ‘vaquinha’), o disco apresenta canções assinadas por Fauzi e Pedro, com temas que tratam de questões sociais, políticas, ecológicas e espirituais.