"Só quero ver as pessoas assobiando as minhas músicas”, disse o cantor Gonzaguinha em 1990. E é com essa fala que os fãs paraibanos prestam homenagem ao mestre Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior ou popularmente conhecido Brasil a fora como Gonzaguinha, hoje na 18ª edição do tributo ao artista. Marcado para acontecer no Bar do Baiano, na Rua dos Ipês, o evento têm início às 20h e servirá para falar, relembrar e matar as saudades das composições do artista, a exemplo de “A morte do Vaqueiro” e "Lindo lago do Amor”. A entrada é gratuita.
A atividade, que anualmente conta com a presença de artistas locais que emprestam suas vozes e performances muito criativas, tem esse ano como produtor musical o maestro Roberto Araújo. “ Essa interação torna a brincadeira um momento de grande emoção e confraternização. Isso vem contribuindo com o crescimento do evento ano a ano”, disse a organizadora do evento, Fátima Sousa, também conhecida como Mana.
Fazendo um breve recorte sobre o tributo, a noite promete reunir artistas, intelectuais, poetas, escritores, estudantes e demais fãs numa grande confraternização. “É isso que ocorre todo ano. É um momento especial, onde grandes sucessos de Gonzaguinha são interagidos num clima de nostalgia e beleza”, descreve Mana.
Ela lembra que a proposta do evento é reunir pessoas que apreciem a obra musical do artista. “ A obra de Gonzaguinha nunca esteve tão atual como agora. É surpreendente como ele é amado ainda depois de mais de vinte anos de sua morte. Iremos apresentar um repertório eclético, cheio de poesia, lirismo e, logicamente, mesclado por umas pontadinhas políticas”, brinca a jornalista.
Quem foi Gonzaguinha?
Nasceu e cresceu no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro. Era filho do também saudoso Luiz Gonzaga e a cantora de cabaré Odaléia, falecida nos primeiros anos de vida do artista. O cantor e compositor circula ao lado de nomes como Chico Buarque de Holanda, Ivan Lins, Aldir Blanc e outros famosos contemporâneos da Música Popular Brasileira.
Gonzaguinha Júnior, como ficou conhecido, teve uma carreira brilhante e com altos e baixos. As primeiras letras ele aprendeu numa escola local, mas as verdadeiras lições de vida recebeu pelas ladeiras do morro. Quando garoto, para conseguir algum dinheiro, carregava sacolas na feira.
Sempre fiel a uma poesia de protesto, defendeu os direitos humanos, principalmente o trabalhador explorado, a mulher e a criança de rua, enfim, as minorias deste país. O artista foi vítima da ditadura militar. Teve 53 músicas censuradas, muitos discos, inclusive, recolhidos da praça. Gonzaguinha morreu no melhor de sua produção artística num acidente de carro, no dia 29 de abril de 1991. O tributo é realizado desde 1996, em João Pessoa.