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AruandaPlay – Ano 2

Uma janela nordestina para o mundo

publicado: 30/01/2024 13h01, última modificação: 30/01/2024 13h01
Amanhã estreia a nova edição da primeira plataforma de ‘streaming’ paraibana, que ganha dimensão e alcance mais amplos para as produções da região
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Estreia na plataforma ‘Pantera dos Olhos Dormentes’, animação paraibana que levou o Júri Popular - Imagens: AruandaPlay/Divulgação
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‘O Brilho Cega’ é a ficção de Lagoa Seca (PB) que recebeu o troféu de Melhor Direção para Carlos Mosca
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Outro curta de ficção vem do Distrito Federal: ‘Vão das Almas’, que ganhou o Prêmio Especial do Júri
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Para Lúcio Vilar, coordenador do projeto, a AruandaPlay atende às demandas do audiovisual local e regional, além de poder ser usada como um instrumento didático para escolas e universidades - Foto: Mano Carvalho
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por Audaci Junior*

Quando um o diretor, ao lado do seu editor, coloca a última faixa de áudio e promove o último “corte” na ilha de edição de sua produção audiovisual, não implica dizer que o trabalho finalmente acabou. O “filho” nasceu – de fato –, porém há um imenso caminho para ele engatinhar, ficar de pé, dar os primeiros passos e sair correndo Brasil e mundo afora, através dos festivais. Um dos focos dessas produções é serem vistas, refletidas e debatidas, não apenas nas salas de cinema, como também nas plataformas de streaming, que é uma janela para vislumbrar o conteúdo para o público em apenas um mero “play”.

Por conta disso, na abertura oficial da edição de maior idade do Fest Aruanda, no final do ano passado, o governador da Paraíba, João Azevêdo, anunciou a nova edição da primeira plataforma de streaming da Paraíba, que ganharia dimensão e alcance mais amplos. Foi dado o sinal verde, naquele momento, para o relançamento que ocorre amanhã, a partir das 19h, no Cine Bangüê, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa: o projeto AruandaPlay - Ano 2. Assim como o acesso à plataforma, o evento é gratuito.

O AruandaPlay foi criado no período pandêmico, em 2020, pela produtora Balandeira Arte e Films, a mesma do Fest Aruanda. Agora, o desafio e o objetivo da nova temporada são de tornar a plataforma uma janela do audiovisual nordestino para o mundo. A chancela é da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), via Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB) e apoio institucional da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-PB) e Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc).

“A AruandaPlay é uma exitosa parceria da Secties com o Fest Aruanda, com aprovação da Fapesq, para que seja possível, cada vez mais, facilitar o acesso aos seus conteúdos audiovisuais disponíveis, para todos os estudantes universitários, secundaristas, docentes e pesquisadores do Nordeste e do Brasil”, declarou o secretario Cláudio Furtado. Foi ele, inclusive, quem primeiro “abraçou” o projeto quando foi lançado originalmente, em dezembro de 2022, em solenidade de abertura do 17º Fest Aruanda.

Para o presidente da Fapesq-PB, Rangel Junior, o projeto AruandaPlay é uma iniciativa inédita e inovadora no âmbito da Paraíba e do Nordeste. “Foi exatamente esta compreensão que motivou e foi decisiva para receber o apoio do Governo do Estado da Paraíba por intermédio da Fapesq. São experiências como esta que atestam a capacidade e o poder criativo e inovador da nossa gente, o que vem a cada dia colocando a Paraíba em destaque no cenário do Nordeste e do Brasil”, destacou Rangel Junior.

O Nordeste experimenta um cenário extremamente relevante para a produção audiovisual, evidencia o secretário de Cultura da Paraíba, Pedro Santos, inclusive com dados concretos da pasta que comanda no estado. “Na Paraíba, injetamos mais de R$ 30 milhões na produção, pesquisa e formação cinematográfica, em 2023. Já em janeiro de 2024, iniciamos também os pagamentos das mostras e festivais de cinema selecionados através de edital público, em parceria com a Cagepa”, revelou o gestor.

Sobre a parceria com a AruandaPlay, Pedro Santos concorda com a ideia de que possa se transformar numa “janela de exibição permanente, democratizando o acesso à produção audiovisual nordestina, permitindo, inclusive, que as obras sejam acessadas também por pesquisadores, programadores e professores, para fins educacionais”.

Para Lúcio Vilar, coordenador do projeto, a experiência que adentra o segundo ano de execução coloca a Paraíba em posição de destaque pelo protagonismo de se inserir no âmbito do streaming, realidade que a cada dia se consolida no mundo contemporâneo. “A AruandaPlay se destina a cumprir um nobre papel, qual seja o de oferecer tela para quem normalmente só encontra espaço em mostras e nos festivais, com um potencial de democratização do acesso infinitamente superior. Em um só tempo, atende às demandas do audiovisual local-regional, e se presta como instrumento didático para escolas de ensino médio e universitário, daí o envolvimento da Secties e o aval da Fapesq-PB, o que só amplifica e respalda seu alcance”.

Acesso livre

Com slogan “Do Nordeste para o Mundo”, a Aruandaplay – Ano 2 amplifica seus horizontes e deverá contemplar filmes (ficcionais e documentários) de estados nordestinos ao longo deste primeiro semestre. Para o evento gratuito de lançamento no Cine Bangüê, amanhã, serão exibidas três produções premiadas no 18º Fest Aruanda.

São elas: Vão das Almas (DF), de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape, laureado com o Prêmio Especial do Júri; O Brilho Cega (PB), de Carlos Mosca da Paraíba (Melhor Direção) e Pantera dos Olhos Dormentes (PB), animação dirigida pelos jovens realizadores Cristall Hannah e Ingsson Vasconcelos, que levou o Prêmio do Júri Popular e Melhor Direção de Arte.

Também na sessão do Bangüê, uma homenagem será prestada ao realizador paraibano Geóstenys de Melo Barbosa, morto prematuramente no último sábado (dia 27), e que dirigiu o curta ficcional Flora, a Mãe do Rei (2023), selecionado para o 18º Fest Aruanda, na mostra competitiva Sob o Céu Nordestino. O diretor já havia autorizado a exibição da obra pela plataforma e a exibição será uma forma de tributo.

A AruandaPlay tem acesso livre através do site oficial da plataforma (www.aruandaplay.com.br). Com um simples cadastro, o usuário se habilita a navegar por curtas e longas-metragens paraibanos, muitos premiados no Fest Aruanda ao longo dos anos, além da sessão Cinemateca Paraibana com documentários clássicos da cinematografia do estado.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 30 de janeiro 2024.