Consolidado como ícone pop desde sua criação, no final dos anos 1930, Batman deve um “muito obrigado” para vários quadrinistas, no decorrer da sua eterna vida editorial. Um deles é o norte-americano Frank Miller, uma lenda viva dos comics (como são chamadas os quadrinhos nos EUA, como “gibi” por aqui). O artista é uma das atrações principais da programação do Imagineland, evento de cultura pop que acontecerá entre os dias 28 e 30 deste mês, no Centro de Convenções de João Pessoa.
Depois dos anos 1960, o ar camp do Homem-Morcego de um Adam West (1928-2017) barrigudinho acompanhado sempre de um “santo comentário” do Menino-Prodígio vivido por Burt Ward fez seu “estrago”, mais do que qualquer galeria de vilões do Batman. A série televisiva marcou o personagem além das explosões das onomatopeias coloridas na telinha: a criação de Bob Kane (1915-1998) e Bill Finger (1914-1974) ficou com estereótipo de galhofa que perdura até hoje.
Porém, na década posterior, uma série de artistas – incluindo Denny O’Neil (1939-2020) e Neal Adams (1941-2022) – revitalizaram o personagem, dando a ele os ares “mais sérios” e sombrios que vimos avançando em outras mídias além dos comics, vide as produções da Meca hollywoodiana, que preservam tal capuz.
Em 1986, três anos para o seu cinquentenário, um “divisor de águas” do Batman foi O Cavaleiro das Trevas, minissérie da DC Comics escrita e desenhada por Frank Miller, um autor que adquiriu certa notoriedade por seu trabalho na revista regular do Demolidor, da concorrente Marvel. Considerada por muitos como uma das melhores obras do personagem, a HQ descortina um futuro distópico, no qual o Homem-Morcego retorna para combater o crime, e, de quebra, confronta definitivamente o seu arqui-inimigo, o Coringa, e até mesmo o Superman.
Bebendo de muitas fontes, desde o conterrâneo Will Eisner (1917-2005), passando pelos mangás (como são chamados as HQs japonesas) de samurai como Lobo Solitário, e até pela América Latina, representada por grandes artistas como os argentinos José Muñoz e Carlos Sampayo, Miller foi uma das referências de qualidade nos quadrinhos dos EUA, com obras como Ronin, Batman – Ano Um (com o desenhista David Mazzucchelli), 300 de Esparta e a série Sin City, sendo estes dois últimos adaptados para o cinema.
Será a primeira passagem de Frank Miller pelo Nordeste brasileiro. Antes, o renomado autor de 66 anos já veio três vezes (2015, 2016 e 2019) para a Comic-Con Experience (CCXP), evento de cultura pop realizado em São Paulo.
Os ingressos do Imagineland já estão à venda através da plataforma oficial do evento, a Teeket (www.teeket.com.br). Nos pontos de vendas físicos, na capital, as entradas estão com descontos promocionais de 15%: na Brasil Mostra Brasil (no Centro de Convenções), no Busto de Tamandaré (onde está o Sansão gigante), e nos shoppings Manaíra e Mangabeira.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 15 de julho de 2023.