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A importância do beijo entre os laços afetivos das pessoas

publicado: 22/04/2018 00h05, última modificação: 22/04/2018 01h57
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O beijo é algo importante em todas as relações, pois é sempre carregado de muito significado - Foto: Marcos Russo

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Anézia Nunes

Especial para A União

O beijo, um dos gestos mais singelos e significativos como expressão de afeto na conexão entre as pessoas, um dos atos mais importantes de conexão entre humanos, tem o seu dia de comemoração. Trata-se do Dia Internacional do Beijo, que acontece todo dia 13 de abril. Esquecido por uns, valorizado por outros, é o próprio beijo que depois de anos mantém casais em contato. Priorizado em geral pelas mulheres, relatos em clínica são comuns, que depois de algum tempo, os homens esquecem de beijá-las.

Se o primeiro beijo foi dado na pré-história, ninguém sabe, ninguém viu ou, pelo menos, ninguém registrou. Não há desenhos em cavernas, artesanatos ou pinturas em tecidos que indiquem o costume de encostar os lábios entre nossos ancestrais

O estudo do beijo é conhecido como philematologia. Os estudiosos tendem a se concentrar não só na biologia de beijos e nos hormônios envolvidos, mas também no porquê de nós nos beijarmos. Muitas pessoas dizem que o primeiro beijo gera uma primeira impressão positiva, mas os cientistas acreditam que pode ir além disso. Para eles, o beijo pode fornecer pistas-sensoriais, tais como sabor, som e cheiro.

Afeto

A doutora em Antropologia Social, Ednalva Maciel revela que o beijo pode ser considerado como algo comum em várias sociedades. O beijo como o todo é visto como demonstração de afeto, cumprimento ou saudação, está dentro das relações pessoais e interpessoais.

No seu entender, o beijo é algo importante em todas as relações, pois é sempre carregado de muito significado, seja um beijo na bochecha, na boca, na testa, de pai para filho, de tio para sobrinho ou entre um casal. O beijo sempre contém um significado onde traz sentidos relacionados a conforto, prazer, despedidas e relaxamento.

Com todos esses sentidos atribuídos ao beijo, normalmente, através dele, ocorre a diminuição do estresse, ansiedade, demonstração de afeto, exploração de sentimentos. Por esses motivos, o beijo é sem sombra de dúvidas de grande importância entre os laços afetivos das pessoas.

“O beijo não é um comportamento novo, é muito antigo. E cada sociedade considerou e considera o “beijo” culturalmente e simbolicamente de forma diferente, ou seja, o valor atribuído ao ato ou ação de beijar - varia de sociedade para sociedade, mesmo historicamente e dentro de cada sociedade. O fato é que o beijo, entre nós, representa uma atitude de carinho, na maioria das vezes e isso significa muito para a pessoa em formação como um ato de amor”, afirma a antropóloga Ednalva Maciel.

“Vale lembrar que “beijar” é uma atitude que historiadores dizem que surgiu na Índia, era praticada na Roma antiga. O importante é o significado que esse ato representa entre as pessoas, em diferentes contextos do dia a dia”, acrescenta Ednalva.

Um beijo que dure dez segundos é capaz de queimar 12 calorias. Para se livrar de uma garrafa de cerveja, uma pessoa deve beijar 25 vezes. Segundo o livro, “O Guida dos Curiosos” uma pessoa troca 24 mil beijos de todos os tipos ao longo da vida. “Quando se beija alguém, resíduos de sua saliva permanecem por três dias na boca de quem beijou”, contam os autores sobre um aspecto não muito romântico.

Não somos os únicos

Outros animais além de nós, humanos, também costumam trocar beijos. É o caso dos chimpanzés, que trocam beijinhos depois de uma briga. Há diversos estudos que já comprovaram que outros primatas têm o costume de beijar.

Apenas duas espécies de animais se beijam: os chimpanzés e os bonobos (chimpanzés-pigmeus). Entre os chimpanzés, a prática (que também inclui abraços) ocorre depois um confronto. Para os primatas, o beijo é uma forma de reconciliação, e não um ato afetivo, sendo mais comum entre machos.

Já entre os bonobos, que se beijam com mais frequência e costumam usar suas línguas no gesto, o ato também não tem conotação afetiva, mas sexual. Quando dois bonobos são apresentados pela primeira vez, eles fazem sexo. É uma espécie altamente sexuada, portanto, seus beijos não são necessariamente românticos.

A psicóloga Marina Avelino explica que para Freud, o beijo é considerado um estimulador oral ou um ato perverso, já que a boca é considerada uma das áreas erógenas de um individuo. Nesse contexto o cuidado ao realizar o ato deveria ser constante, vendo que muitas vezes o beijo é tratado como algo involuntário, condicionado e aceito por toda a sociedade como algo recorrente e comum.

Ela cita como exemplo do beijo ser um estimulador, como Freud ressaltou em seus estudos, o ato nas relações de pais e filhos, onde muitas vezes ocorre a demonstração de afeto com beijos diretamente na boca da criança. Isso faz com que a criança receba um estímulo inconsciente daquele ato, que pode gerar algumas confusões emocionais futuras na criança.

Não beijar significa um sinal de alerta no relacionamento?

Para a psicóloga Marina Avelino, a falta do beijo pode ser um sinalizador no relacionamento, se for investigado um pouco sobre a vivência do relacionamento, pois cada relacionamento tem sua forma de demonstração de afeto, sendo o beijo um deles. “Muitas vezes o início do relacionamento nem sempre é só demarcado com o ato de beijar, por isso, se o casal inicia o relacionamento dessa forma, é considerado normal se um casal não se beijar com frequência, mas quando ocorre a perda gradual da frequência do ato de beijar, podemos considerar um alerta na relação, pois pode ser um sinalizador da perca da demonstração dos sentimentos ou afastamento físico e emocional dos envolvidos”, explica a psicóloga.

Consequências para a relação humana quando não há mais beijo

Marina Avelino deixa claro que, como o beijo é um dos atos mais importantes e significativos entre os humanos, a falta dele pode ser um indicador de várias consequências.“O afastamento do contato entre casais, desestimulará os principais sentidos, já que todas as áreas do corpo humano são sensíveis ao beijo. Na falta dele, também ocorre a diminuição da intimidade, o que pode acarretar o aumento do stress, ansiedade, sentimentos de timidez, solidão e isolamento. Tudo isso é sinalizado a partir da falta do recebimento do beijo ou da impossibilidade de conseguir efetuar o ato de beijar”, ressalta Marina.

Beijos no cinema

Em toda trama de amor na telona, seja em comédia romântica ou filme de ação, não há quem não suspire quando chega o momento tão esperado em que o casal apaixonado se beija.

1. A um passo da Eternidade (1953): Protagonizado por Burt Lancaster e Deborah Kerr, esse beijo, a consumação de um amor proibido, é uma das mais belas cenas do cinema. Desde o lançamento do filme até os dias atuais, a imagem do beijo na praia é muito explorada como ícone do beijo cinematográfico.

2. A Dama e o Vagabundo (1955): Ao som da canção “BellaNotte”, dama e vagabundo dividem um espaguete, que acaba levando ao beijinho singelo e fofo desse casal de cãezinhos. O amor dos dois supera a velha temática da diferença social e se torna um clássico da animação.

3. A Bela Adormecida (1959): Só um beijo de amor verdadeiro pôde salvar a Princesa Aurora do sono profundo a que foi condenada pela maldição lançada pela vilã Malévola. Como símbolo do poder do amor, uma nova versão deste beijo poderá ser vista em breve no longa “Malévola”, que será lançado dia 29 de maio de 2014. Nele, a história é recontada com o foco na feiticeira, mas o clássico e poderoso beijo dado pelo Príncipe Phillip é um dos momentos mais aguardados.

Saiba alguns dos tipos mais conhecidos

Beijo esquimó: é aquele que esfrega o nariz um no outro, bem fofinho.

Beijo francês: é o tradicional, famoso beijo de língua.

Beijo de vampiro: esse tipo de beijo é aquele que começa nos lábios e termina no pescoço.

Beijo molhado: muita língua e saliva.

Beijo de amigo, ou selinho: é aquele que os lábios se tocam rapidamente.

Beijo roubado: inesperado, surpreendente e inesquecível.

Beijo animal: esse tipo de beijo é intenso, forte, com muitas mordidas e arranhões.

Beijo apaixonado: cheio de amor, carinho e afeição.

Beijo cinematográfico: é encenação, falso e sem sentimento.

Beijo de saudade: aquele beijo que é desejado muito antes de acontecer. E quando acontece todos se entregam completamente.

Beijo tímido: quando você percebe já está parecendo um pimentão.

Beijo demorado: esse beijo é de tipo intenso, com muita entrega e sempre deixa um gostinho de quero mais.

Beijo liquidificador: é aquele que faz movimentos circulares com a língua na orelha do parceiro.

Fonte: https://www.astrocentro.com.br/blog/bem-estar/tipos-de-beijo/

A verdade é que existem diversos tipos de beijo e distintos modos de beijar. Cada beijo é único, assim como cada pessoa também carrega sua identidade. Todo beijo é uma nova descoberta, um novo sentimento, uma nova sensação. Não há quem beija mal, e sim aqueles que não combinam. Vale lembrar, que o importante é experimentar até achar um que seja compatível com você e te leve nas nuvens.