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Acorrentados e em greve de fome, estudantes protestam na UFPB

publicado: 23/02/2016 21h30, última modificação: 23/02/2016 21h30
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Para os estudantes, a greve de fome simboliza a situação que eles passam nos finais de semana - Foto: Marcos Russo


Feliphe Rojas
- Especial para A União

Quatro estudantes acorrentados na entrada do prédio da Reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB): este foi o cenário observado por quem passou pelo local na tarde de ontem. Fazendo greve de fome, eles protestam contra o que consideram uma assistência estudantil precária oferecida pela Reitoria, ocasionando em discentes abandonando cursos e voltando para as suas cidades de origem e outros passando fome e vivendo como pedintes na capital.

“A gente optou pela greve de fome por simbolizar o que a gente passa nos finais de semana, o que as pessoas estão passando, quem não tem acesso à bolsa, quem não consegue chegar ao RU (Restaurante Universitário) e nós estamos dispostos a permanecer na greve de fome até conseguirmos uma vitória concreta. Não vai ser uma reunião que vai dispersar essa greve. Os quatro membros reunidos aqui estão dispostos a permanecer até o último pedacinho de vida que a gente tem para continuar lutando. E a gente só vai sair daqui quando o direito for expandido a todos, não adianta vir para cá oferecendo bolsa pro fulaninho A ou B que está acorrentado porque a gente não vai aceitar”, afirmou Jonheiny Jerônimo, aluno do curso de Ciências Sociais, um dos acorrentados.

Matheus Peixoto, estudante de Ciências Sociais explica que o estopim para a manifestação dos estudantes foi o edital do auxílio-moradia referente ao período 2015.1. “Desde março [do ano passado] vários estudantes estão esperando o resultado desse auxílio que só saiu ontem. Numa margem de 800 estudantes que se inscreveram nesse processo, só 150 bolsas foram ofertadas. O auxílio-moradia é composto por R$ 330,00 para você pagar um aluguel e etc e R$ 240,00 de auxílio-alimentação que é para você se manter nos finais de semana quando não tem RU”, explicou.

Oriundo de Recife, Matheus relata que vive uma vida semelhante a de um pedinte em João Pessoa. “Eu moro dentro do Centro Acadêmico de Ciências Sociais, não tem estrutura alguma, mas eu moro lá porque não tenho onde viver. De segunda a sexta a gente tem a comida que é ofertada no Restaurante Universitário, mas no final de semana, ou a gente passa fome ou se humilha ao pedir sobras de comidas em restaurantes. Eu já tive que pedir dinheiro em sinais várias vezes para poder conseguir algo para comer”, lamentou.

A reportagem de A União entrou em contato com a Pró-reitoria de Assistência e Promoção Estudantil (Prape) da UFPB, mas não recebeu a versão da entidade.