Notícias

Atirador de escola na Flórida é integrante de grupo supremacista branco

publicado: 17/02/2018 17h28, última modificação: 17/02/2018 17h28
17-02-2018-F-atirador.jpg

Nikolas Cruz, o atirador de extrema direita - Foto: Broward County Jail

tags: atirador , estados unidos , escola , flórida , policial , assassinato


Do Zap

O líder de uma milícia supremacista branca confirmou que o rapaz que matou a tiros 17 alunos em escola da Flórida era membro do seu grupo nacionalista e participou de exercícios paramilitares em Tallahassee. Jordan Jereb disse à agência de notícias norte-americana Associated Press que o grupo liderado por ele quer que a Florida se transforme em um etno-estado branco. O grupo organiza “manifestações aleatórias e espontâneas” e tenta não participar “do mundo moderno”.

O responsável da milícia disse que não chegou a conhecer pessoalmente o autor dos disparos no colégio de Parkland, Flórida, identificado pelas autoridades como sendo Nikolas Cruz, de 19 anos. No entanto, disse que Cruz “agiu apenas em seu nome”, pelo que “é o único responsável pelo que fez”. Jereb também afirmou que Cruz teve “problemas com uma garota” e acredita que o dia do ataque – realizado no ‘Dia dos Namorados’ – não é uma coincidência.

Nikolas Cruz foi acusado por 17 crimes de homicídio premeditado, o colégio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland. Cruz, de 19 anos, foi interrogado durante horas pelas autoridades estaduais e federais dos Estados Unidos, na sequência do tiroteio mais sangrento em uma escola norte-americana nos últimos cinco anos. O ataque provocou ainda 14 feridos que foram hospitalizados. Nikolas Cruz – um órfão apontado como tendo um passado problemático – ficou detido sem direito a fiança.

O rapaz teria disparado o alarme de incêndio da antiga escola, fazendo com que os alunos – que pensaram se tratar de mais um exercício – saíssem das salas de aula e formassem filas nos corredores. Segundo a polícia, foi então que Cruz, equipado com uma máscara antigás, bombas de fumaça e vários carregadores com munições para uma AR-15 (versão civil, semiautomática, da espingarda de assalto em uso pelo exército norte-americano, com o mesmo calibre de guerra, 5,56mm) abriu fogo sobre os antigos colegas.

Foi o ataque mais sangrento a uma escola desde que um homem armado atacou uma escola primária em Newtown, Connecticut, há mais de cinco anos. As autoridades não forneceram muitos detalhes sobre as motivações de Nikolas Cruz, além de terem informado que o rapaz foi expulso da escola – frequentado por cerca de 3 mil alunos. Os estudantes que o conheciam descrevem Cruz como um adolescente de caráter volátil, com comportamentos estranhos que teriam feito com que outros alunos terminassem amizades com ele.

A mãe de Nikolas Cruz, Lynda Cruz, morreu de pneumonia no dia 1º de novembro do ano passado, de acordo com vizinhos, amigos e família, citados pelo Sun Sentinel. O pai de Cruz tinha morrido há muitos anos, de ataque cardíaco. Nikolas e seu irmão biológico, Zachary, tinham sido adotados pelo casal Cruz quando eles se mudaram de Long Island, Nova Iorque, para o Condado de Broward, Flórida.

A espingarda AR-15 era de Nikolas Cruz. Na Flórida, um rapaz de 18 anos (menor, já que a idade da maioridade nos Estados Unidos é de 21 anos) pode comprar e deter armas de fogo como esta, desde que tenha autorização dos pais ou responsável legal.

O FBI sabia

Meses antes do ataque, o FBI tinha recebido uma mensagem alertando para as intenções de um jovem de nome Nick Cruz – o atirador. Segundo o Jornal de Notícias, a mensagem alertava para o manifesto por parte do jovem de uma vontade alarmante, que já fazia prever o desfecho trágico da última quarta-feira (14).

O alerta foi lançado pelo youtuber Ben Bennight, conhecido como “o fiador” nas redes sociais. Ben contatou o FBI em setembro, depois de Nick ter deixado um comentário em um dos seus vídeos onde afirmava que seria “um atirador profissional em uma escola“. O Departamento de Inteligência dos Estados Unidos confirmou ter recebido a informação, mas afirmou que na época não foi possível confirmar a identidade do sujeito.

“Não fomos capazes de identificar a pessoa que fez o comentário”, disse Rob Lasky, em coletiva de imprensa, acrescentando que não havia qualquer informação, como “a localização ou a identidade” do suspeito.