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Fevereiro Roxo e Laranja

Campanhas conscientizam população

publicado: 27/02/2023 12h07, última modificação: 27/02/2023 12h07
Órgãos de saúde fazem alerta e orientam sobre o lúpus, o mal de Alzheimer, a fibromialgia e a leucemia
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Campanha Fevereiro Laranja também frisa a importância da doação de medula óssea - Foto: Roberto Guedes

por José Alves*

O mês de fevereiro não se resume a carnaval e folia. Ele também é conhecido como Fevereiro Roxo e Laranja, período de alerta, conscientização e combate a algumas doenças. A campanha Fevereiro Roxo por exemplo, foi criada para alertar a população em relação a três doenças: Lúpus Eritematoso Sistêmico, mal de Alzheimer e fibromialgia. Segundo a presidente da Sociedade de Reumatologia da Paraíba, Sandra Rejane, essas doenças não têm cura, mas sim tratamentos qualificados que ajudam os pacientes a levarem uma vida normal. A incidência maior do lúpus e fibromialgia acontece em mulheres na faixa etária entre 30 e 60 anos. Enquanto que o Alzheimer ocorre mais em pessoas com 60+.

Já o Fevereiro Laranja, foi incluído na campanha para conscientizar a população sobre um dos tipos mais graves de câncer, a leucemia. Uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que em 2020 a leucemia teve mais de 10 mil novos casos.

A leucemia é um tipo de câncer que surge quando os glóbulos brancos (células de defesa) começam a se reproduzir de maneira descontrolada na medula óssea. Não é uma doença contagiosa e pode acontecer em qualquer idade, sendo a neoplasia mais comum entre as crianças.

Dentre os sintomas de leucemia mais comuns estão: Fraqueza, sangramentos, manchas roxas no corpo, dores nas pernas, febre, gânglios aumentados, dor e aumento na região esquerda do corpo (baço). Os quatro principais tipos de leucemias são: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfoide aguda (LLA) e leucemia linfoide crônica (LLC).

A campanha Fevereiro Laranja também frisa a importância da doação de medula óssea. A doação é muito importante, pois a cada 100 mil pacientes, apenas um doador é compatível. Sobre a leucemia, a médica afirmou que a pessoa pode ter uma sobrevida longa desde que a doença seja tratada adequadamente. “A cura nesse caso pode vir com a doação da medula óssea”.

Ainda segundo a reumatologista, com a visibilidade que o Fevereiro Roxo leva para essas doenças, é possível que a população tenha mais conhecimento sobre seus sintomas. E sabendo dos sintomas, as chances de um diagnóstico precoce aumentam as chances de um melhor controle, sem maiores danos. “No caso do lúpos ou da fibromialgia compromete a qualidade de vida da pessoa, quanto mais um diagnóstico precoce, o paciente terá menos sofrimento e mais qualidade de vida.

Dessa maneira, o portador da doença pode ter um tratamento adequado, ainda que as doenças não tenham cura. Terapias medicamentosas e tratamentos complementares como fisioterapia, acupuntura, atividades físicas, terapia e outros são importantes para que a pessoa volte a ter condicionamento, melhorando seu humor, mobilidade e capacidade cognitiva.

 Alzheimer acomete principalmente idosos e ocasiona perda de memória

A doença de Alzheimer ganhou o nome do médico que a descreveu primeiro em 1906, o psiquiatra Alois Alzheimer. Também parte da campanha Fevereiro Roxo, essa doença degenerativa acomete mais pessoas idosas e apresenta como sintomas principais a falta de coerência na fala e perda de memória.

Dessa maneira, o indivíduo se lembra de histórias antigas e passa a repeti-las, sem se lembrar de fatos recentes, ocorridos no mesmo dia. Dessa forma, ainda que seja relacionada às pessoas de mais idade, a doença pode aparecer precocemente em indivíduos que tenham casos na família.

Classificada como principal causa da demência, o Alzheimer torna a pessoa dependente para as tarefas básicas do dia a dia. Ainda sem cura, afeta a capacidade de atenção da pessoa, assim como seu aprendizado e convívio social. Trata-se de uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social.

Com o passar do tempo, ela também interfere no comportamento e personalidade da pessoa, causando consequências como a perda de memória. No Brasil existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Desse total, 6% delas têm a doença de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).

Fibromialgia afeta mais as mulheres entre 30 e 60 anos e causa muita fadiga

Já a fibromialgia é uma síndrome pouco conhecida que afeta em sua maioria mulheres entre 30 e 60 anos. Além de dor generalizada, a doença causa fadiga, dificuldades cognitivas como problema de concentração e perda de memória, dores nas mãos e pés, insônia e até mesmo quadros de depressão.

Uma das principais dificuldades apresentadas no momento de diagnosticar essa doença também representada pelo Fevereiro Roxo é que muitas vezes seus sintomas podem ser confundidos com situações de estresse ou mal-estar do dia a dia. Com todos esses sintomas considerados comuns a fibromialgia é uma doença subnotificada. Sem cura, sua causa também é desconhecida, ainda que alguns fatores estejam envolvidos, como a hereditariedade.

Ela ataca especificamente as articulações, causando dores por todo o corpo, principalmente nos músculos e tendões. A síndrome também provoca cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade e depressão. A doença pode aparecer depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção. O motivo pelo qual pessoas desenvolvem a doença ainda é desconhecido. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) calcula que a fibromialgia afeta cerca de 3% da população. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres.

Lúpus é um distúrbio crônico, quando o organismo produz mais anticorpos

Mais comum entre mulheres, o lúpus é caracterizado como um distúrbio crônico que faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em pleno funcionamento. Os anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações.

Segundo o Ministério da Saúde, o Lúpus Sistêmico (Les) é a forma mais séria da doença e também a mais comum afetando aproximadamente 70% dos pacientes. Ele afeta principalmente mulheres, sendo nove em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.

Entre os principais sintomas estão: febre, fadiga, rigidez muscular e inchaço, dores em articulações, lesões na pele que pioram com exposição ao sol, vermelhidão na face sobre bochechas e nariz (em formato de borboleta), dificuldades para respirar, dores de cabeça, sensibilidade à luz solar, queda de cabelo e feridas na boca.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 25 de fevereiro de 2023.