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Casos de dengue aumentam no verão

publicado: 03/01/2025 09h15, última modificação: 03/01/2025 09h15
Elevadas temperaturas e o maior volume de água neste período aceleraram a proliferação do Aedes aegypti
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Para impedir a proliferação do mosquito, população pode adotar medidas simples, como limpar os quintais e evitar água empoçada | Foto: Edson Matos/Arquivo A União

Durante o verão, os casos de dengue aumentam consideravelmente. Isso acontece devido à alta incidência de chuvas em grande parte do país, já que o acúmulo de água faz com que a proliferação do mosquito Aedes aegypti aumente. Somado ao calor intenso, o ambiente fica ainda mais propício para que os ovos colocados pelas fêmeas eclodam e deem origem a milhares de novos mosquitos.

O secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Rivaldo Cunha, explica porque acontece uma escalada de casos neste período.

“Durante o verão, nós temos dois fenômenos que estão diretamente associados com a biologia do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue: as elevadas temperaturas e um maior volume de água. Esses dois fatores, juntos, contribuem para acelerar a proliferação do vetor da dengue, encurtando, inclusive, aquele período entre ovos e mosquito adulto”, observa. “Ao intensificar a atividade biológica do mosquito, nós temos um maior número de pessoas sendo infectadas, porque há um maior número de mosquitos nesse período”, ressalta Rivaldo.

O cuidado por parte dos moradores é a principal medida de prevenção contra o mosquito: limpeza dos quintais para evitar água empoçada, vedação das caixas d’água, limpeza dos vasos de plantas e das calhas. Também é essencial receber os agentes de saúde para fazer a vistoria em possíveis focos do Aedes aegypti.

“Recomenda-se, para este período do verão, intensificar os cuidados e dedicar uns 10 minutinhos para cuidar do seu ambiente, do seu domicílio, ver se tem algum objeto que possa acumular água, cuidar dos terrenos baldios, dos quintais, conversar com os seus vizinhos e cobrar que o poder público também faça a sua parte, recolhendo rotineiramente o lixo produzido pelos domicílios”, recomenda o secretário adjunto.

 Ciclo de vida do mosquito

Assim como diversos insetos, o Aedes passa por metamorfose completa durante seu desenvolvimento. Isso significa que as fases jovem e adulta são completamente diferentes e, portanto, ocupam nichos distintos, vivendo em ambientes diferentes e com hábitos particulares em cada etapa do desenvolvimento.

Semelhante às borboletas e às mariposas, a transição de larva para adulto depende de uma etapa de desconstrução dos tecidos larvares e a reconstrução das estruturas do adulto, fase chamada de pupa. Diferentemente das crisálidas das borboletas, as pupas de Aedes aegypti são capazes de se movimentar.

Porém, as pupas não se alimentam e, por isso, são muito pouco vulneráveis a compostos vindos do meio externo, como é o caso dos inseticidas.

Todo o processo de desenvolvimento, de ovo a adulto, é muito influenciado por condições ambientais. O tempo de duração do desenvolvimento completo, até a fase adulta, e da longevidade da vida do inseto adulto, pode variar muito, dependendo de fatores como umidade, temperatura, disponibilidade de alimento, necessidade de deslocamento, entre outros.

O desenvolvimento do Aedes de ovo, passando por larva e pupa, até a fase de mosquito adulto, geralmente dura de 7 a 10 dias, dependendo das condições ambientais.

Saiba como manter a rotina de controle do mosquito nas férias 

Manter a rotina de controle a Aedes aegypti durante as férias escolares é essencial para prevenir a transmissão de doenças como a dengue, Zika e chikungunya .

O período de férias pode ser aproveitado para envolver toda a família em ações educativas e práticas que ajudam a eliminar criadouros do mosquito. Confira algumas dicas:

Incentive a participação das crianças

Transforme o controle ao mosquito em uma atividade lúdica e educativa. Use jogos, histórias e desafios para ensinar sobre a importância de eliminar focos de água parada.

Crie um “dia do mutirão” para vistoriar a casa e o quintal.

 Limpeza de ambientes

Dedique tempo para limpar ralos, calhas entupidas, bandejas que coletam água drenada por aparelhos de ar-condicionado ou condensada pelo funcionamento do motor de geladeiras de modelo mais antigo e outros recipientes que possam acumular água.

Descarte corretamente objetos inservíveis, como garrafas plásticas, potes, tampas plásticas e outras matérias descartáveis.

Cuide dos depósitos de águas dos animais, lavando semanalmente os bebedouros de animais, com esponja, água e sabão para eliminar os possíveis ovos dos mosquitos que possam estar na borda do recipiente. Piscinas ou fontes, manter a água sempre tratada; toldos podem acumular água, abrir semanalmente, inclusive em dias de sol, para evitar acúmulo da água; caso a família vá viajar, deixe recipientes como caixas d’água, ralos e tanques devidamente tampados.

 Promova a conscientização

Converse com vizinhos e amigos sobre a importância de ações conjuntas no controle ao mosquito, principalmente em áreas de lazer ou condomínios.

 Ações comunitárias

Organize campanhas em praças, parques ou escolas locais. Essas atividades podem incluir palestras, distribuição de materiais informativos e orientações. O site do Ministério da Saúde dispõe de material educativo para ajudar nesta missão.

Manter o foco na prevenção, mesmo durante as férias, é um compromisso de todos. O esforço contínuo é fundamental para reduzir os casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e garantir a saúde das comunidades.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 03 de janeiro de 2025.