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Memorial

Chico Mendes: 35 anos do assassinato

publicado: 22/12/2023 08h43, última modificação: 22/12/2023 08h43
Sindicalista e ativista político lutou a favor dos seringueiros e pela preservação da Floresta Amazônica

por Da Redação*

Há 35 anos, em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, o seringueiro e ativista ambiental Chico Mendes era assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, em Xapuri, no Acre, quando saía para tomar banho, disparados por Darci Alves, o qual cumpria ordens de seu pai, Darly Alves, um grileiro de terras da região.

Quatro dias antes da morte do ativista, o Jornal do Brasil se recusou a publicar uma entrevista na qual Chico Mendes denunciava as ameaças de morte que havia recebido. A direção do jornal considerou que o entrevistado era desconhecido do grande público e que politizava demais a questão ambiental, optando por não publicar a matéria. Com a consumação das ameaças, o jornal finalmente publicou a entrevista, que seria a última de Chico Mendes, no primeiro caderno da edição de Natal daquele ano, seguida de um editorial na primeira página, algo um tanto incomum.

Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, nasceu no mesmo local em que morreu, em Xapuri, no Seringal Porto Rico, no dia 15 de dezembro de 1944. Seringueiro, sindicalista e ativista político, ele lutou a favor dos seringueiros da Bacia Amazônica, cuja subsistência dependia da preservação da floresta e das seringueiras nativas. Seu ativismo lhe trouxe reconhecimento internacional, ao mesmo tempo em que provocou a ira dos grandes fazendeiros locais que o assassinaram. Sua morte foi noticiada internacionalmente e provocou indignação no Brasil e no exterior.

Entre 1987 e 1988, Chico Mendes foi premiado por seu ativismo, recebendo o Global 500, da Organização das Nações Unidas (ONU), na Inglaterra, e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos Estados Unidos. Após a sua morte, prêmios, parques, institutos e memoriais foram criados para divulgar seu legado e homenagear o líder seringueiro, cujo legado tem influenciando uma geração de conservacionistas e legisladores em todo o mundo.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 22 de dezembro de 2023.