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Cresce a procura para a adoção de animais em JP

publicado: 24/03/2018 18h05, última modificação: 24/03/2018 19h07
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Suely Ruth Silva é veterinária do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental e Zoonoses de João Pessoa - Foto: Evandro Pereira

tags: adoção de animais , cães , gatos , adoção , zoonoses


Carlos Cavalcanti

A cidade de João Pessoa conta, atualmente, entre cães e gatos, com uma população estimada em cerca de 110 mil animais, conforme afirmou Suely Ruth Silva, veterinária do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental e Zoonoses. A boa notícia, segundo a especialista, é que “as pessoas têm procurado adotar mais animais ultimamente. Ela diz que a frequência de gente no Centro de Zoonoses é grande, com o intuito de adotar cães ou gatos”, esclareceu Suely Silva.

O motivo do aumento de adoção de animais, segundo revela a veterinária, se deve “à boa divulgação de campanhas de adoção que vem tendo ajuda de ongs, de protetores e de grupos de proteção a cães e gatos na mídia e, especialmente em redes sociais”. A cada dia aparecem novas entidades atuando em defesa de animais. Seus dirigentes sempre procuram o Centro de Zoonoses com o intuito de empreender um trabalho conjunto de adoção, castração e vacinação”. “Aqui, no Centro de Zoonoses, todo dia saem animais e entram animais. Hoje, a sede da entidade acolhe 30 animais, entre cães e gatos, destinados a adoção”, informa, ainda, Suely Silva.

Mas nem tudo é maravilha para o bem estar dos cães e gatos, segundo alertou a ativista da causa animal Fabíola Rezende, presidente da organização não governamental Ajude Anjos de Rua. “Todo dia a gente se depara com animais sendo maltratados. Precisamos de leis rigorosas que protejam os animais, de forma geral”, disse. Ela concorda com a veterinária do Centro de Zoonoses, que apontou aumento no número de adoções de animais. “É verdade. Temos verificado que há mais pessoas procurando cães e gatos para adotar, porém o abandono desses animais ainda é muito grande na cidade de João Pessoa. Quero reafirmar, aqui, que um ser humano que faz maldades contra um cão ou um gato faz a mesma coisa contra as pessoas”, compara Fabíola Rezende.

Fabíola Rezende cita o caso do município de Igaracy, no Sertão da Paraíba, que recentemente ostentou para o mundo a matança de 50 cães. “Tal ato cruel praticado contra os animais, em Igaracy, foi, na verdade, um crime contra toda a coletividade. Todo dia temos, por exemplo, conhecimento de casos de envenenamento de gatos em mercados públicos”, denunciou, ainda, a defensora de animais.

No que se refere à defesa e proteção, os animais têm tido bons ganhos nos últimos anos, pois, conforme informa a dirigente da ong Ajude Anjos de Rua, atualmente atuam em João Pessoa três organizações não governamentais, 12 grupos e 20 protetores independentes de proteção de animal.

Castração

O Centro de Vigilância em Saúde Ambiental e Zoonoses realiza o processo de castração de cães e gatos. O serviço está disponível para toda a população de João Pessoa. No entanto, a pessoa que for à procura desse procedimento cirúrgico deve ter um pouco de calma. O processo ocorre da seguinte forma, conforme esclarece a veterinária Suely Silva: “A pessoa preenche um cadastro em um mês. Já no outro mês, ela traz o animal e nós, a equipe do Centro, realizamos a castração do cão ou do gato, seja macho ou fêmea. É preciso que o interessado apresente o RG, o comprovante do SUS e de residência. Depois vem marcar a data da cirurgia. Também vacinamos animais, Ou seja, eles já saem castrados e vacinados”, ressaltou.

Segundo revela Suely Silva, “geralmente quem procura o serviço de castração são pessoas mais conscientes em proporcionar um bem estar aos animais”. Nos dias de hoje, segundo Suely, o Centro não recebe mais cães e gatos de forma espontânea dos seus donos. “Os que permanecem aqui é porque eles estavam em situação de risco e, assim, ficamos com eles por um certo período”, esclarece a veterinária.

Com relação à adoção de cães e gatos, a funcionária do Centro de Zoonoses esclarece aos interessados que eles terão de cumprir um procedimento, qual seja, se submeter a uma entrevista sobre posse responsável, vacinação, aplicação de vermífugos e oferecer um ambiente ideal, água e alimento saudável aos animais. “Ao chegar no Centro de Zoonoses para adotar um animal, a pessoa deve trazer a cédula de identidade e ser maior de idade. A intenção é que as pessoas adotem o animal e fiquem com ele”, justificou Suely Silva.

Falta conscientização

“Os maus tratos praticados contra animais, mais especialmente contra cães e gatos, aumentam a cada dia na cidade de João Pessoa”. O desabafo partiu da coordenadora do Projeto SOS Abandono João Pessoa, Mayara Raísa Pinheiro de Souza, estudante de Fisioterapia. A entidade executa a tarefa de conscientizar e resgatar animais em situação de risco. Tais agressões a animais só ocorrem devido à falta de conscientização e de educação demonstrada pelas populações em relação à defesa de uma vida com dignidade para os animais, segundo justifica Mayara de Souza. “Falta conscientização do povo”, reforça ela.

Segundo a estudante, no Brasil “as leis, destinadas a proteger os animais, são leis frouxas. Os governos deviam criar leis mais rígidas com relação à proteção de animais. Esse povo demonstra total falta de consciência quanto ao bem estar de animais”, ressalta. “Animais merecem tratamento digno, ambiente limpo, água limpa, alimentação adequada, vacina atualizada e carinho por parte dos seus donos. Enfim, devem ser tratados como seres humanos”, enfatiza a estudante.

Em sua avaliação, “um animal que corre risco de vida, doente, passa a ser um problema para o setor de saúde pública. Um animal doente pode transmitir doenças às populações. Na verdade, os governos devem empreender campanhas para conscientizar e informar o povo acerca de bem estar de animais”, reivindica Mayara de Souza.