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Desenvolvimento rural: pesquisas impulsionam a produção de algodão na PB

publicado: 16/05/2022 09h02, última modificação: 16/05/2022 09h02
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Foto: Leandro Vasconcelos/Cepac

por Thadeu Rodrigues*

As pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Algodão possibilitaram o aumento da produtividade da cultura em quase nove vezes, nas últimas décadas, promovendo o desenvolvimento rural sustentável dos agricultores familiares da Paraíba e de diversos estados brasileiros. O estado produz algodão agroecológico e diversas espécies de algodão colorido, gerando oportunidades de negócios com empresas de outros países.

O Grupo de Pesquisa do Semiárido da Embrapa Algodão, com sede em Campina Grande, produz tecnologias e executa programas de melhoramento genético das cadeias produtivas de algodão, amendoim, gergelim, mamona, pinhão-manso e sisal. A Embrapa Algodão foi criada em 1975 e, segundo a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento, Nair Helena Arriel, já foram desenvolvidas 55 cultivares (sementes e mudas) dentro do Programa de Melhoria do Algodão.

Ela explica que, em 1975, a área de cultivo de algodão no Nordeste era em torno de 4 milhões de hectares. Hoje, está em torno de 1,5 milhão de hectares. Contudo, naquela época, a produtividade era de 400 quilos de rama por hectare. “A partir das pesquisas que geraram genótipos da planta, é possível chegar a 3.500 quilos por hectare. Cada cultivar era criada para ser mais produtiva, com melhor adaptação às condições adversas de solo e clima, e mais resistentes a doenças e pragas”, destaca a pesquisadora.

A Embrapa Algodão tem 52 pesquisadores e um orçamento de R$ 5 milhões para o ano de 2022. Conforme o chefe-geral da Embrapa Algodão, Alderi Emídio, a empresa já teve aproximadamente 95% do mercado de sementes de algodão, em décadas anteriores. Atualmente, há uma busca por melhorias na qualidade da fibra e em novas soluções de sustentabilidade da atividade, considerando a exigência dos clientes por certificação e rastreabilidade do produto.

Nair Helena Arriel contextualiza que, na década de 1980, com a praga do bicudo, a produção de algodão declinou na Paraíba. “Muitos produtores desistiram por causa das perdas das colheitas e o investimento não compensava. A partir daí, a Embrapa iniciou as pesquisas de espécies mais fortes, e incentivou a produção de novas culturas como alternativa estratégica aos agricultores”.

Algodão colorido

Há 20 anos, a Embrapa Algodão começou a produzir os cultivares de algodão colorido. Hoje, são seis espécies: marrom, verde, rubi, safira, topázio e jade. Os produtos são bem aceitos na indústria têxtil. “A vantagem do algodão colorido é que não demanda gasto com tingimento, o que garante economia de tinta e água. Para a indústria têxtil isto é bem importante”, comenta Nair Helena Arriel.

Em parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) a Embrapa está desenvolvendo um bioinseticida para controle da cochonilha na palma forrageira e no algodão. O estudo científico utiliza técnicas modernas, a partir da utilização de imagens obtidas com o uso de drones. O objetivo é disponibilizar uma alternativa ao uso de defensivos agrícolas.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 15 de maio de 2022