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I Festival Orikuare

Estado promove evento neste sábado

publicado: 05/12/2024 09h45, última modificação: 05/12/2024 09h45
Na oportunidade, haverá feira de artesanato indígena, comidas tradicionais venezuelanas e apresentações artísticas
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Vinte e duas lideranças, entre homens e mulheres, estão sendo ensinadas a mediar a comunicação com o povo Warao | Foto: Divulgação/Secom-PB

O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh) e do Centro Estadual de Referência de Migrantes e Refugiados (Cermir), promove, neste sábado (7), o I Festival Orikuare Warao – Cultura, Integração e Diversidade. O evento, gratuito e aberto à população, ocorre das 13h às 17h no Cermir, localizado no Bairro dos Estados, na capital paraibana.

O I Festival Orikuare Warao nasce da necessidade de promover espaços de integração e de trocas interculturais junto ao povo Warao e outros imigrantes e refugiados.

Na oportunidade, haverá feira de artesanato indígena, comidas tradicionais venezuelanas, apresentações artísticas, oficinas, mostra de ervas medicinais, contação de histórias e diálogo com a Aliança Multiétnica.

Durante o Festival acontecerá, ainda, o sorteio de uma peça artesanal Warao, através de uma rifa solidária de R$ 5, para ajudar na fundação da Cooperativa Anuma Warao.

Festival Orikuare Warao
Data: Sábado (7)
Hora: 13h às 17h
Local: Cermir (Centro de Referência de Migrantes e Refugiados), Avenida Acre, no 192, Bairro dos Estados

Governo capacita intérpretes da língua Warao

O Governo da Paraíba, por intermédio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh), junto ao Centro Estadual de Referência de Migrantes e Refugiados (Cermir), em parceria com a Agência da ONU para refugiados (Acnur Brasil), a Cátedra Sérgio Vieira de Melo (CSVM) e UNB/UFPB Mobilang, estão realizando, esta semana, no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), uma capacitação para intérpretes da língua indígena Warao.

Vinte e duas lideranças indígenas, entre homens e mulheres, estão sendo capacitadas para mediar a comunicação com o povo Warao, facilitando o acesso dele aos serviços de saúde, educação, assistência social, etc.

A técnica da Gerência de Direitos Humanos da Sedh, Marianna de Queiroz Araújo, disse que a maioria dos Warao vai até o serviço público de forma voluntária, sem ajuda de intérprete e que “atualmente só temos intérpretes no Cermir, sendo muita demanda para eles atenderem”.

Ensino
Formação inclui a parte teórica, mas também atividades práticas, com a simulação de situações em que as lideranças possam intermediar

A assistente sênior de proteção da Acnur Brasil, Lyvia Barbosa, explicou que o objetivo da capacitação é justamente aprimorar as lideranças indígenas nessa técnica da tradução, aproximando os dois mundos: entre os serviços públicos do Brasil e a população Warao. “É uma população que não fala o português, e sim apenas o Warao. Então, esses poucos que fazem essa tradução entre os mundos (porque não é só a tradução da língua), vão traduzir ali para o serviço de saúde, da assistência social, da educação”.

A formação inclui a parte teórica, mas também atividades práticas, com a simulação de situações em que as lideranças possam intermediar. A capacitação é feita por professores de renome, a exemplo da professora de Interpretação Comunitária e Forense Jaqueline Neves Nordin, doutoranda do Departamento de Estudos da Tradução com ênfase no Multilinguismo, da Universidade de Estocolmo, que veio da Suécia para a UNB e UFSC, e é colaboradora do Projeto Mobilang.

“Essa capacitação vai auxiliar os parentes, como eles falam, da etnia Warao, a se comunicar nas instituições públicas, quer seja um hospital, ou um posto de saúde... E a gente não vai se limitar só a isso... Vamos também estudar um pouquinho da área do Serviço Social e da Saúde”, destacou a professora Jaqueline.

Rosenda de Vale Gimenez, que é cacica dos Warao residentes no abrigo do bairro de Jaguaribe, disse que o curso vai melhorar a vida do povo Warao. “A maioria não entende português, principalmente as mães que sofrem mais, porque não sabem explicar quando o bebê está doente, com febre”, contou.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 05 de dezembro de 2024.