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Gastos de brasileiros fora do país cresceram 10,2%

publicado: 26/04/2018 00h05, última modificação: 26/04/2018 08h52
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No mesmo mês do ano passado, essas despesas foram um pouco maiores: US$ 1,533 bilhão - Foto: Divulgação

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Kelly Oliveira

Da Agência Brasil

O gastos de brasileiros no exterior chegaram a US$ 4,932 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Os dados foram divulgados nessa terça-feira (25) pelo Banco Central (BC). Em relação ao mesmo período de 2017, houve crescimento de 10,2%, quando foi registrado o valor de US$ 4,474 bilhões em despesas com viagens internacionais. Esse foi o maior resultado para o primeiro trimestre desde 2015, quando foram registrados US$ 5,232 bilhões.

Dólares

As receitas de estrangeiros ficaram em US$ 1,934 bilhão nos três meses do ano, contra US$ 1,846 bilhão no mesmo período de 2017.

Em março, os gastos de brasileiros em viagens ao exterior chegaram a US$ 1,524 bilhão. No mesmo mês do ano passado, essas despesas foram um pouco maiores: US$ 1,533 bilhão. Já as receitas de estrangeiros no Brasil ficaram em US$ 544 milhões, contra US$ 650 milhões no mesmo mês de 2017.

Com os gastos de brasileiros no exterior maiores que as receitas de estrangeiros no Brasil, o saldo das viagens internacionais ficou negativo em US$ 980 milhões em março e em US$ 2,998 bilhões no primeiro trimestre.

Contas externas ficam positivas

As contas externas apresentaram resultado positivo, em março. De acordo com dados divulgados na última terça-feira (25) pelo Banco Central (BC), o superávit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, ficou em US$ 798 milhões. Em março de 2017 também houve resultado positivo: US$ 1,386 bilhão.

Este é o segundo mês do ano com resultado positivo. Em fevereiro, o superávit em transações correntes ficou em US$ 290 milhões.
Para abril, o BC também projeta novo superávit, de US$ 1,5 bilhão.

Apesar dos superávits nesses meses, o chefe do Departamento de Estatísticas, Fernando Rocha, lembrou que o resultado esperado para este ano é de um déficit em transações correntes maior do que o de 2017 (US$ 9,762 bilhões). A previsão para 2018 é de saldo negativo de US$ US$ 23,3 bilhões.

No primeiro trimestre, o país registrou déficit de US$ 3,219 bilhões, contra US$ 4,644 bilhões em igual período de 2017.

A expectativa de um déficit maior ocorre porque com a recuperação da atividade econômica, cresce a demanda por bens e serviços no exterior e há maior remessa de lucros e dividendos. “A recuperação da economia aumenta a demanda por bens de consumo duráveis e não duráveis, matérias-primas e bens intermediários”, disse Rocha.

No balanço das transações correntes está a balança comercial (exportações e importações de mercadorias) que apresentou superávit de US$ 5,974 bilhões, no mês passado, e de US$ 13,003 bilhões, no primeiro trimestre.

A conta de serviços (viagens, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) registrou saldo negativo de US$ 2,776 bilhões, em março, e de US$ 8,108 bilhões, nos três meses do ano.
A conta renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) ficou em US$ 2,577 bilhões de déficit, no mês, e em US$ 8,680 bilhões no acumulado do ano.

A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) registrou resultado positivo de US$ 176 milhões, no mês, e de US$ 565 milhões, no primeiro trimestre.

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país (IDP), porque recursos são aplicados no setor produtivo do país. Em março, esses investimentos chegaram a US$ 6,539 bilhões e no primeiro trimestre a US$ 17,747 bilhões.