Alexandre Nunes
A Paraíba avança no processo licitatório para interiorizar a Rede Paraibana de Auto Desempenho (Repad). As obras devem começar ainda neste primeiro semestre e envolvem recursos da ordem de R$ 30 milhões. As informações foram repassadas pelo presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), Cláudio Furtado.
Ele explicou que, na Paraíba, a rede de fibra óptica está sendo construída para funcionar com velocidade de transmissão de dados de 10Gbps (gigabits por segundo), ou mais, o que corresponde a mais segurança, agilidade, redução de custos e implementação de novos serviços. “Com uma banda muito maior do que as bandas oferecidas hoje, a conectividade e os serviços que você pode fazer via internet, pela Repad, vão melhorar bastante. Em alguns lugares, a rede vai significar a chegada da internet”, ressaltou.
Ao todo, cerca de 3 mil quilômetros de rede de fibra óptica vão interligar 55 cidades na Paraíba, principalmente aquelas que abrigam unidades de Ensino Superior. Os cabos terão 48 fibras ou mais. As cidades maiores terão uma rede interna interligando os órgãos estaduais, municipais e federais e outras instituições voltadas para a pesquisa.
“Já implantamos a rede e colocamos em funcionamento na Região Metropolitana de João Pessoa, fizemos a interconexão com a Rede Metro de Campina Grande, e agora estamos soltando a licitação com a finalidade de interiorizar a malha para o resto do Estado, passando por todas as regiões, até chegar ao Sertão paraibano”, detalhou.
Cláudio Furtado informou que a expansão da rede de fibra óptica vai primeiro em direção do Litoral Norte, especificamente a Rio Tinto e Mamanguape. Em seguida, ela sobe pelo Norte e passa por Guarabira e Areia, no Brejo paraibano. O presidente da Fapesq acrescentou que a rede de fibra ótica vai chegar onde tiver um ponto de Ensino Superior. Neste sentido, vão ser atendidas, por exemplo, cidades como Picuí, no Curimataú, Sumé e Monteiro, no Cariri, Princesa Isabel, Patos, Pombal, Sousa e Cajazeiras, no Sertão, entre outras.
A tecnologia do cabo de fibra óptica utiliza um filamento de vidro transparente e com alto grau de pureza, como meio físico, que permite um maior tráfego informacional. O cabo de fibra óptica é bem mais avançado que o sistema de cabeamento convencional disponibilizado pelas operadoras comerciais de internet. O diâmetro do cabo de fibra óptica usado para transmitir raios de luz ao longo de grandes distâncias é extremamente fino, podendo ser comparado a um fio de cabelo humano. Ele é capaz de carregar milhares de informações digitais sem perdas significativas.
Cláudio informou que a previsão é que o término das obras de expansão da rede aconteça até o final deste ano. “Trata-se de uma obra rápida, principalmente se você não tem nenhum problema técnico de passagem. No caso em questão, já temos a concessão da Energisa para que os postes sejam usados”, concluiu.Mais investimentos em banda larga beneficiarão 125 cidades
Os investimentos do Governo Estadual para melhorar o desempenho dos serviços que o Estado pode prestar, via internet à população, com relação a atendimento, acesso e inclusão, se juntam a outros investimentos em infraestrutura de banda larga na Paraíba.
Até o final de 2016, devem ser investidos, na Paraíba, segundo o Ministério das Comunicações (MC), cerca de R$ 500 milhões referentes a 53 projetos já aprovados naquela pasta, o que vai beneficiar 125 cidades paraibanas com a ampliação do acesso à internet.
Os recursos estão garantidos por meio do Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga (REPNBL) e, no ranking da região Nordeste, a Paraíba está em quarto lugar em volume de recursos destinados pelo programa.
Os recursos que serão investidos na Paraíba pelo REPNBL serão de R$ 256 milhões direcionados para as redes de acesso, que vão permitir levar a banda larga ao usuário final, cerca de R$ 132 milhões para as redes de transporte, que incluem as grandes malhas de fibra óptica e também a interligação de redes menores, e R$ 111 milhões para serem investidos em satélites. Os projetos do REPNBL, aprovados pelo Ministério das Comunicações e habilitados pela Receita Federal, devem ser concluídos até 31 de dezembro de 2016.
Repad possibilita polos de desenvolvimento
O presidente da Fapesq ressaltou que a rede de fibra óptica vai possibilitar a utilização das cidades do interior para promover polos do desenvolvimento, pesquisa e inovação. A Paraíba tem mais de 30 núcleos de Ensino Superior, espalhados pelas 28 cidades polos, a exemplo de instituições como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Ele lembrou que na área de saúde, por exemplo, podem ser acionados serviços como telemedicina, que é a medicina a distância, onde profissionais de saúde compartilham informações e debatem sobre qual o melhor tratamento para um determinado paciente, além de trocarem orientações sobre exames, cirurgias e outros procedimentos. “Com relação à Segurança Pública, a Repad é útil para o acesso rápido aos sistemas de informações de dados criminais e para ajudar na integração das ações policiais. Na educação pode facilitar o ensino a distância e uso de tablets nas escolas, as quais podem ser conectadas à rede e com isso melhorar o acesso a novos conteúdos e aplicativos”, detalhou.
Cláudio Furtado revelou que a Fapesq é o órgão que cuida da implantação técnica da rede de fibra óptica, que depois passa a ser administrada, de forma consorciada, pela Companhia de Processamento de Dados da Paraíba (Codata) que cuida do gerenciamento do sistema.