O Complexo Hospitalar Clementino Fraga (CHCF), referência estadual no combate às doenças infectocontagiosas, unidade integrante da Secretaria de Estado da Saúde (SES), possui em sua estrutura um laboratório próprio responsável pelo diagnóstico e acompanhamento dos principais agravos infecciosos atendidos pela instituição. O serviço funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana. A equipe é composta por 14 profissionais de nível superior, bioquímicos e biomédicos, com 23 profissionais de nível médio (técnicos de laboratório e pessoal administrativo).
O laboratório do hospital é referência no atendimento de profissionais de saúde que sofreram acidente de trabalho, como também para usuários que ficaram expostos após uma relação sexual desprotegida. Essas situações são consideradas como atendimento de urgência e têm livre acesso a exames laboratoriais.
No laboratório do Clementino Fraga, o usuário dispõe da testagem rápida para detecção da infecção pelo vírus do HIV, Hepatites B e C e Sífilis. Esse serviço é fornecido nos turnos da manhã e tarde, por demanda espontânea, basta o usuário comparecer ao serviço com um documento oficial com foto e o cartão do SUS. O resultado será entregue em cerca de 30 minutos após a realização do exame. Ainda no acompanhamento dos pacientes portadores do vírus do HIV e das Hepatites Virais, são coletados os exames de CD4/CD8 e Carga Viral para HIV e Hepatites B e C. Esses são encaminhados para o setor de Biologia Molecular do Lacen Estadual, que funciona dentro do próprio hospital. Também são realizadas coletas para a realização de genotipagem e sorologia para diversos agravos.
Tuberculose
No diagnóstico para tuberculose, o serviço possui aparelhagem de ponta para pesquisa da bactéria Mycobacterium tuberculosis, agente causador da tuberculose, por meio de PCR para pesquisa de DNA, o que permite em apenas duas horas identificar se o usuário é portador de tuberculose e ainda se é resistente a rifampicina, principal antibiótico utilizado no tratamento da patologia.
O setor de tuberculose realiza ainda cultura para microbactérias em meio sólido e a tradicional baciloscopia para BAAR. Além de todos esses procedimentos, o serviço está se preparando para realizar o teste de sensibilidade para antibióticos no próprio hospital, sem a necessidade de encaminhar as amostras para o Lacen Estadual.
Hanseníase
No diagnóstico para hanseníase, o laboratório do CHCF é o principal local no município de João Pessoa para a coleta de linfa e realização da baciloscopia para pesquisa do Bacilo de Hansen. Para coleta desses exames há uma sala específica e os profissionais bioquímicos e biomédicos focam na atenção diferenciada para realização e leitura das lâminas.
Os travestis e transexuais, que são atendidos pelo ambulatório especializado do público LGBT, dispõem de exames hormonais essenciais para o acompanhamento do processo de transexualização. Esse serviço é realizado todos os dias pela manhã e sem agendamento prévio.
Todos os pacientes em internação no hospital, nas diversas enfermarias e UTI, e que procuram os serviços de urgência e emergência, por meio do Pronto Atendimento (PA) e Hospital Dia (HD), têm à disposição exames de rotina como hemograma, dosagens bioquímicas, parasitológico de fezes e sumário de urina para auxiliar na conduta clínica dos médicos assistentes desses setores.
De janeiro a outubro de 2017, foram realizados 140.402 exames referentes a 24.572 atendimentos. Esses números referem-se ao atendimento relacionado a diversos agravos. “O laboratório tem funcionado sem interrupções, cumprindo sua função de disponibilizar aos seus usuários um atendimento humanizado e exames laboratoriais com qualidade técnica e resultados seguros”, afirmou o gerente do setor, Rodrigo Marques.
“No nosso laboratório, oferecemos um serviço especializado de maior complexidade, referência para o diagnóstico diferenciado de doenças como tuberculose, hanseníase e DST/Aids. Buscamos a qualidade, eficiência e eficácia nos nossos procedimentos. As diretrizes para oferta de exames levam em conta o perfil do hospital (infectocontagioso) e seu papel especializado na rede de atenção”; destacou a diretora-geral do CHCF, Thaís Matos.