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O legado de Machado Bittencourt

publicado: 27/04/2023 12h51, última modificação: 27/04/2023 12h51
Cineasta e jornalista paraibano morreu há 24 anos, deixando um rico acervo que hoje é administrado pela UEPB
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Foto: Acervo pessoal
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Bittencourt nasceu no Piauí e chegou a Campina Grande aos 18 anos; na cidade paraibana se tornou um dos precursores do cinema e produziu cerca de 200 filmes - Foto: Acervo pessoal
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Foto: Acervo pessoal
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por Michelle Farias*

O dia 27 de abril marca os 24 anos da morte do cineasta e jornalista Machado Bittencourt, responsável por deixar uma rica herança cultural. O seu acervo é composto por relíquias como fotos, filmes dirigidos por Bittencourt e rodados em películas, um antigo projetor, livros, revistas e maquinários que fizeram parte da produtora de cinema do cineasta.

A guarda do acervo foi repassada à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em 2017, por sua viúva, Célia Bittencourt. As obras estão armazenadas na Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida, mas atualmente inacessíveis em virtude de mudança do espaço para a Biblioteca Central, ao lado da Reitoria.

“Nossa pretensão é disponibilizar a informação em vários formatos e formas para que os conteúdos sejam acessados, mas preservando as obras. Então, estamos sendo mais rigorosos com o acesso físico para dar mais acessos, em diferentes formatos”, explicou a coordenadora-geral do Sistema Integrado de Bibliotecas, Fernanda Mirelle.

Ela destacou que a mudança de endereço foi lenta e cuidadosa, com início em novembro do ano passado e término em fevereiro deste ano. “Como são obras raras, as condições técnicas devem ser bem criteriosas”, reforçou Fernanda.

Ao receber a guarda do acervo de Machado Bittencourt a pretensão da UEPB era digitalizar todos os filmes, transferindo o material filmado em película para DVD para que, desta forma, o material se transformasse em fonte de pesquisa para estudantes de cinema e admiradores da sétima arte. Os planos, no entanto, não seguiram adiante.

“DVD não é uma possibilidade. Dentre as questões de direitos autorais e guarda, estamos buscando melhores condições e equipamento para digitalizar e colocar no nosso repositório institucional”, disse Fernanda.

Nascido na cidade de Pirancuruca, no Piauí, Machado Bittencourt chegou a Campina Grande aos 18 anos e é um dos precursores do cinema na cidade. Ele produziu cerca de 200 filmes, entre documentários, ficções, reportagens cinematográficas, comerciais e propagandas políticas. A maioria dos filmes era realizada com intensa improvisação, muitas vezes sem roteiros. Em Campina ele produziu duas ficções longas metragens: Maria Coragem, em 1978; e O Caso de Carlota, em 1982. No ano de 1985, Machado produziu o filme “Parahyba”, feito sob a encomenda da Comissão do XIV Centenário da Paraíba.

Bittencourt é patrono da cadeira número 28 da Academia Paraibana de Cinema. Ele fundou, em 1974, a Cinética Filmes Ltda, empresa que funcionou em Campina Grande até 1985 e um dos raros estúdios cinematográficos de bitola 16 mm que funcionou no país.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 27 de abril de 2023.