Notícias

Theatro Santa Roza

Orquestra Sinfônica da Paraíba faz 80 anos

publicado: 19/11/2025 08h59, última modificação: 19/11/2025 08h59
59ce927c-c013-4c38-9124-bf5b51ed8768.jpeg

Orquestra é patrimônio histórico e cultural da Paraíba | Foto: Secom-PB

A Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB) completou 80 anos de fundação no dia 4 deste mês de novembro e vai celebrar a data com um concerto especial amanhã, no centenário Theatro Santa Roza, que já foi palco para muitas apresentações da orquestra. A regência é do maestro Gustavo de Paco de Gea, atual regente titular, e que presenciou, como músico, a reativação da orquestra no início dos anos 1980.

A abertura da noite comemorativa será com a música “Uma Noite no Monte Calvo”, poema sinfônico do compositor russo Modest Mussorgsky, seguida por duas músicas no estilo armorial composta por maestros pernambucanos: “No Reino da Pedra Verde”, de Clóvis Pereira, e “Gavião”, de Cussy de Almeida.

A “Symphony no 9 (Novo Mundo), em Mi menor, Op. 95”, do compositor tcheco Antonin Dvorák, vai finalizar a apresentação comemorativa aos 80 anos da Orquestra Sinfônica da Paraíba. O concerto começa às 20h, com entrada gratuita, mas o público precisa retirar ingresso, que será distribuído a partir das 19h, na bilheteria do teatro.

Desde sua fundação, em 4 de novembro de 1945, a OSPB consolidou-se como um dos mais importantes símbolos da música clássica no Nordeste e no Brasil, fruto da visão e do esforço de intelectuais liderados pelo professor Afonso Pereira, então à frente da Sociedade de Cultura Musical da Paraíba.

O musicólogo Domingos de Azevedo Ribeiro, que estava presente no dia da fundação e que foi presidente da OSPB, escreveu, no seu livro “Cinquentenário da Orquestra Sinfônica”, que maestros residentes nesta capital, como Francisco Picado, Camilo Ribeiro, João Eduardo, Joaquim Pereira, Joaquim Claudino, Severino Gomes e outros entusiastas e músicos, reuniram-se na sede da Associação Paraibana de Imprensa, a 4 de novembro de 1945, e ali fundaram a Orquestra Sinfônica da Paraíba. “O marcante significado artístico-cultural encontrou expressiva receptividade no seio da comunidade paraibana”, confirmou.

O primeiro concerto, realizado em 29 de maio de 1946, sob a regência do maestro Francisco Picado, marcou o início de uma história que transformou a cena cultural paraibana. Durante as duas décadas seguintes, a orquestra manteve intensa atividade, até enfrentar, nos anos 1960, um período de pausa motivado por dificuldades estruturais e falta de apoio.

A retomada veio em 1980, com o convênio entre o Governo do Estado e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que reativou e fortaleceu a OSPB. Desde a sua criação, estiveram à frente da orquestra maestros como Joaquim Pereira, Rino Visani, Luzia Simões, Pedro Santos, Arlindo Teixeira, Aldo Parisot, Carlos Veiga, Eleazar de Carvalho, Helena Herrera, Marcos Arakaki, João Linhares, Alex Klein e Luiz Carlos Durier.

O cronista Carlos Romero, um dos apoiadores da fundação da Orquestra Sinfônica da Paraíba, destacou, em depoimento publicado no livro do musicólogo Domingos de Azevedo Ribeiro, a importante participação do ma Só na Capital, cerca de 220 profissionais estão sendo capacitados estro Eleazar de Carvalho, após a reestruturação da orquestra. “E o que muito concorreu para o sucesso da Sinfônica foi o maestro Eleazar de Carvalho, de renome internacional, que chegou a proclamar em alto e bom som que a Sinfônica da Paraiba era, no momento, a melhor do país. Tal pronunciamento teve, não resta dúvida, o efeito de uma verdadeira consagração. A verdade é que a Orquestra Sinfônica da Paraiba é hoje um patrimônio valioso que devemos preservar a todo custo”, celebrou.

Atualmente sob a regência do maestro Gustavo de Paco de Gea, a Orquestra Sinfônica da Paraíba segue encantando plateias e fortalecendo seu papel formador. Em 2019, seu legado foi reconhecido oficialmente com o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Paraíba.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 19 de novembro de 2025.