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Paraíba tem primeira morte por dengue este ano

publicado: 16/02/2024 08h55, última modificação: 16/02/2024 08h55
Vítima era moradora de Camalaú e apresentava quadro de obesidade. SES analisa 588 notificações para a doença
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Órgãos de saúde orientam a população a eliminar os possíveis focos do mosquito - Foto: Arquivo/Agência Brasil

por Maurício Melo*

A primeira morte por dengue na Paraíba em 2024 foi confirmada ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). De acordo com Carla Jaciara, técnica da SES, a morte aconteceu no município de Camalaú e a vítima era portadora de obesidade, apresentou quadro de febre, exantema e plaquetopenia associado à dor abdominal intensa, seguido de plaquetopenia e derrame pleural. Havia um outro caso de morte sendo investigado, mas que foi descartado para dengue, em Santa Rita. E em Sapé, continua sendo investigado um suposto óbito por chikungunya.

Devido ao crescimento do número de casos, o secretário Jhony Bezerra convocou uma coletiva de imprensa para hoje, quando vai falar sobre as ações do Governo da Paraíba de prevenção à dengue e outras arboviroses. A coletiva será realizada às 11h, no prédio da SES, localizada à Avenida Pedro II, 1826, Torre.

Diante do cenário de alerta nacional, a Paraíba dá seguimento às ações de prevenção e controle do agravo e realiza a campanha educativa “Combater o Mosquito é Papel de Todos”. Até o momento, foram notificados 689 casos prováveis de arboviroses, sendo 588 para dengue, 96 para chikungunya e cinco registros de notificação para zika.

O estado busca intensificar, junto aos profissionais de saúde, as notificações e coleta de amostras para serem encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e, junto à população, para que procurem o serviço de saúde quando apresentar qualquer sinal ou sintoma que sugira arboviroses.

“Com relação à prevenção, é preciso sempre ter cuidado e, pelo menos uma vez por semana, fazer uma vistoria na sua casa. Tentar eliminar qualquer local que possa acumular água, mesmo que seja uma tampinha de garrafa, foco pequeno, mas que pode, sim, ser uma fonte importante de multiplicação do mosquito Aedes aegypti”, explica Carla.

É preciso acionar os órgãos competentes sempre vir qualquer coisa que acumule água em terrenos baldios ou casas fechadas com piscinas, para que os eventuais focos sejam eliminados de forma adequada.

O que são Arboviroses?

  • Arboviroses são as doenças causadas pelos arbovírus, que incluem os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A classificação “arbovírus” engloba todos aqueles transmitidos por insetos e aracnídeos (como aranhas e carrapatos).

SES discute estratégias de vacinação com 14 municípios

O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), representada pelo Núcleo Estadual de Imunizações, realizou reunião de alinhamento técnico para estratégias de vacinação contra a dengue, em 2024, nos 14 municípios da 1a Região de Saúde.

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Para a capital foram disponibilizadas 21 mil doses - Foto: Edson Matos

Participaram coordenadores de imunização dos municípios; Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Paraíba (Cosems-PB); e apoiadoras institucionais do Projeto Vacina Mais Paraíba. Após a reunião, a SES distribuiu as 37.040 doses da vacina Qdenga para os 14 municípios, que iniciarão a operacionalização da vacinação no público-alvo.

A maioria dos municípios iniciará a vacinação na segunda-feira. Cada município tem autonomia para definir a data do início da vacinação e as estratégias para vacinar o público-alvo.

Na reunião, foi apresentado o cenário epidemiológico da dengue na Paraíba; os critérios utilizados pelo Ministério da Saúde para a definição dos municípios que receberão a vacina; a importância de realizar a busca ativa para vacinação nos ambientes escolares e disponibilização da Qdenga nas salas de vacina das Unidades de Saúde da Família e destacados os detalhes técnicos da vacina, além da meta estabelecida pelo MS de vacinação de 90% e a importância de repassar todas as informações para os profissionais das Salas de Vacina.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Imunização da SES, Márcia Mayara, foram definidas as estratégias de cada município. “Ficou pactuado com esses municípios que irão realizar a organização de sua rede para iniciar a vacinação o quanto antes no público de 10 a 14 anos”, disse.

Os critérios para a escolha dos 14 municípios, foram: os de grande porte com alta transmissão nos últimos 10 anos; predominância do sorotipo DENV-2 e maior número de casos no monitoramento 2023/2024. Os municípios que receberão a Qdenga são: João Pessoa, Santa Rita, Cabedelo, Bayeux, Conde, Caaporã, Sapé, Alhandra, Pitimbu, Cruz do Espírito Santo, Lucena, Mari, Riachão do Poço e Sobrado.

Imunização começa na próxima segunda-feira em João Pessoa

As mais de 37 mil doses da vacina Qdenga, contra a dengue, foram distribuídas para os 14 municípios da 1a Região de Saúde e já começam a ser disponibilizadas para a população na próxima segunda-feira. O público-alvo desta etapa da campanha são as crianças e adolescentes, de 10 a 14 anos.

Em João Pessoa, a vacinação contra a dengue começa na próxima segunda-feira. O chefe de Imunização da capital, Fernando Virgolino, disse que a vacina será aplicada em todos os pontos de vacinação. A ação preventiva tem como objetivo reduzir a hospitalização e óbitos pelo vírus da dengue na população-alvo. “O município de João Pessoa recebeu 21 mil doses do imunizante que protege contra a dengue, que a princípio é destinada para pessoas que estão entre a faixa etária de 10 a 14 anos. Os pais devem compreender a importância de levar esse público para se proteger contra a doença”, orientou Luís Ferreira, secretário de Saúde de João Pessoa. “Todas as Unidades de Saúde da Família; Policlínicas municipais; Centro Municipal de Imunização e outros pontos estratégicos, com horários estendidos, como o Shopping Sul, Ferreira Costa e Shopping Tambiá”.

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Reunião ocorreu com gestores da saúde e conselhos da 14ª Região de Saúde da PB - Foto: Secom-PB

Doses

O esquema vacinal recomendado corresponde à administração de duas doses, com intervalo de três meses entre elas. Caso o usuário tenha contato com a doença antes da imunização, é recomendado aguardar seis meses para o início do esquema com a vacina dengue (atenuada). Caso a infecção ocorra após o início do esquema, não há alteração no intervalo entre D1 e D2, desde que a D2 não seja realizada com o período inferior a 30 dias do início da doença. “Estamos iniciando um período que merece muita atenção em relação às arboviroses e o destaque especial ao vírus da dengue, devido a um período chuvoso, com acúmulos de água. Caso haja contato com o vírus, orientamos de como a população tem que proceder, principalmente nos casos mais graves, o qual este paciente deve procurar rapidamente um serviço de saúde”, ressaltou Luís Ferreira.

Capacitação de Equipe

Hoje, todos os profissionais que atuam nas salas de vacina da Rede Municipal de João Pessoa participarão de uma capacitação sobre critérios e normas técnicas para manuseio do imunobiológico e administração nos usuários que serão contemplados nesse programa preventivo.

“Vale ressaltar que existem contraindicações para essa vacina, que são indivíduos com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo aqueles recebendo terapias imunossupressoras, tais como quimioterapia ou altas doses de corticosteroides sistêmicos, pessoas que vivem com HIV, gestantes e mulheres que estejam amamentando”, explicou, Fernando Virgolino.

Vacinação

A população-alvo para a vacinação é formada por crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, que tem alto número de hospitalizações por dengue. O esquema será de duas doses com intervalo de três meses entre elas.

A doença

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que pode progredir para quadros graves e não existe, até o momento, um medicamento específico para tratamento. O desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz contra os quatro sorotipos virais da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) é um avanço no campo da imunização e torna-se mais um passo para ampliar as medidas integradas e efetivas para a prevenção e controle da doença.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 16 de fevereiro de 2024.