O estado da Paraíba é o quarto estado da Federação e o primeiro das regiões Norte e Nordeste no ranking de melhor gestão sanitária da segurança do paciente, ficando atrás apenas do Distrito Federal e dos estados do Mato Grosso do Sul e de Goiás, conforme Relatório Nacional sobre o Monitoramento do Plano Integrado para a Gestão Sanitária da Segurança do Paciente em Serviços de Saúde durante o quinquênio 2021/2025, publicado pela Anvisa. O documento foi apresentado pelo diretor--geral da Agevisa-PB, Geraldo Moreira de Menezes, em evento comemorativo do Dia Mundial de Segurança do Paciente e da entrega de Certificação aos Serviços de Saúde que apresentaram alta conformidade na avaliação nacional das práticas de segurança do paciente no ano de 2023.
Geraldo Moreira observou que o relatório da Anvisa traz uma análise da situação da estratégia para a segurança do paciente no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e demonstra resultados diversos entre os estados da Federação. “Os dados analisados e publicados agora, em 2024, se referem aos exercícios de 2021, 2022 e 2023 e demonstram um crescimento contínuo no desempenho da Paraíba no tocante às ações voltadas para a segurança do paciente em conformidade com os indicadores estabelecidos para o quinquênio 2021/2025”, explicou o diretor da Agevisa.
Segundo a coordenadora estadual do Núcleo de Segurança do Paciente da Agevisa, enfermeira Polianna Estrela Lima de Andrade, a melhoria no desempenho da Paraíba está expressa nos números percentuais dispostos no relatório da Anvisa. “Conforme a Tabela 2 do Relatório, em 2021, a Paraíba apresentou 47% de conformidade. Em 2022, o percentual subiu para 49%. Já em 2023, houve uma melhora bastante significativa, e o nosso estado alcançou um percentual de 55%. E nós vamos continuar trabalhando para melhorar ainda mais esses resultados”, enfatizou.
Para o diretor Geraldo Moreira, os números publicados refletem o comprometimento e o esforço, não somente do Governo do Estado, por meio da Agevisa (por meio do seu Núcleo de Segurança do Paciente — NSP/Visa) e da Secretaria de Estado da Saúde, mas de todos os serviços de saúde, públicos e privados, que vêm aderindo, cada vez mais, à cultura da segurança do paciente na Paraíba.
De acordo com o diretor técnico de Estabelecimentos e Práticas de Saúde da Agevisa-PB, Hugo José de Barros Franca, para reforçar a cultura de segurança do paciente na Paraíba, as ações da agência reguladora voltadas para a segurança do paciente são muito intensas e incluem, além das atividades regulatórias e de fiscalização sanitária, a promoção de treinamentos, capacitações e outros eventos afins que envolvem diretamente os gestores e os profissionais que atuam nos serviços de saúde.
Dados analisados e publicados agora, em 2024, se referem aos exercícios de 2021, 2022 e 2023
Diagnóstico seguro
Anteriormente à entrega dos certificados aos serviços de saúde com alta conformidade na avaliação nacional das práticas de segurança do paciente no ano de 2023, representantes de 13 serviços de saúde com UTI e de três com serviço de diálise assistiram a palestra sobre “Estratégias para um processo diagnóstico mais seguro para Segurança do Paciente”, proferida pela médica ginecologista e obstetra Andréa Correia, conselheira e integrante das Câmaras Técnicas de Segurança do Paciente e Ginecologia e Obstetrícia do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB). Os trabalhos foram transmitidos pela internet e mediados pela coordenadora estadual do Núcleo de Segurança do Paciente da Agevisa-PB, enfermeira Polianna Estrela.
Em sua palestra, a médica Andréa Correia enfatizou a importância do diagnóstico seguro para direcionar o tratamento adequado do paciente e, com isso, evitar intervenções desnecessárias, atrasos e/ou incorreções no tratamento e adoção de procedimentos desnecessários que podem gerar custos e potenciais complicações.
Andréa Correia destacou a falha humana, a falta de recursos, a falta de comunicação e a adoção de processos inadequados como fatores que contribuem para a ocorrência de diagnósticos imprecisos e citou a adoção de práticas baseadas em evidências; o emprego de técnicas e ferramentas capazes de reduzir erros diagnósticos, como o uso de checklists, por exemplo, e a adesão a protocolos clínicos como estratégias importantes para garantir a segurança do diagnóstico e, por consequência, do paciente.
A conselheira do CRM-PB defendeu também o estabelecimento de uma comunicação mais eficiente, pautada no envolvimento e na colaboração mútua entre médicos, enfermeiros e demais profissionais envolvidos no atendimento ao paciente; o treinamento contínuo de profissionais de saúde para atualização das habilidades diagnósticas e a participação ativa dos pacientes e familiares como elementos imprescindíveis à garantia da segurança e do atendimento adequado nos serviços de saúde.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 26 de setembro de 2024.