Uma delegação da Paraíba desembarca hoje, na França, para participar da edição de 2024 do salão Ob’Art, exposição de arte internacional que ocorrerá entre esta quinta-feira (10) e o domingo (13). Entre os expositores selecionados para participar do salão, estão os artesãos paraibanos Alexandre Nogueira e Teresa Júlio, enviados ao evento a partir de uma parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura da Paraíba (Secult-PB), com intermediação do Consulado da França no Recife.
Esta será a primeira vez em que ambos os artistas apresentarão seus trabalhos fora do Brasil. O principal objetivo da ação, financiada pelo Governo da Paraíba, é fortalecer o intercâmbio cultural e a presença das artes paraibanas no exterior, além de impulsionar uma maior circulação de artistas do estado no país europeu, tendo em vista que 2025 será o Ano Brasil-França, marcado por iniciativas de promoção conjunta entre as duas nações.
Tradição e técnica
Moradora de Cabedelo, Teresa Júlio trabalha há 19 anos com a ressignificação de escamas de peixes na produção de biojoias. A artesã se emociona ao falar sobre a exposição de suas obras na França e destaca a representatividade dessa participação no Ob’Art. “Quem está viajando não é apenas Teresa Júlio, mas todas as mulheres que trabalham com escama de peixe na Paraíba. Quero mostrar ao mundo o que sabemos fazer por aqui”, ressalta.
Diretamente de uma cidade portuária, que tem na pesca artesanal uma de suas principais fontes econômicas, Teresa explica que a ideia por trás de seu trabalho artístico é reaproveitar as escamas de todas as espécies pescadas em Cabedelo. “A nossa idealização é que nenhuma escama seja perdida ou jogada no meio ambiente, e sim transformada em arte”, completa a artesã.
Já Alexandre Nogueira, natural de João Pessoa, é especializado em uma técnica denominada de marchetaria, que consiste no reaproveitamento de madeiras para produzir obras de arte. Para além de ser uma oportunidade de expor seu trabalho em um salão internacional, ele se diz atento às possibilidades de intercâmbio em solo francês, onde essa técnica é consagrada.
“As expectativas são as melhores possíveis, porque a França é considerada um dos principais centros de marchetaria do mundo. Tem uma escola bem firme e consistente lá. Então, é sempre bom a gente ter acesso a esse conhecimento, a essa troca. É um momento enriquecedor na vida do artesão, dividir novas experiências, conhecer novas pessoas, ampliar seus horizontes, sua rede de contatos”, salienta Alexandre.
Governo do Estado espera fortalecer a presença das artes paraibanas em outros países
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 08 de outubro de 2024.