Reunindo pesquisadores, estudantes, artistas, representantes de associações e cursos de graduação e pós-graduação de todo o país, o 33o Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (Anpap), acontece até o dia 27 de setembro, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa. A abertura oficial foi realizada ontem, no auditório da Reitoria da UFPB.
O presidente da Anpap, Maximiano Arruda, destaca que o encontro acontece todos os anos, reunindo não apenas pesquisadores e professores ligados a instituições de ensino, mas também representantes de museus e outras entidades que trabalham na área de artes plásticas e artes visuais. “Nosso objetivo é exatamente congregar cada vez mais as pesquisas na área de artes visuais, no sentido de divulgar a nossa produção artístico-científica. Nós passamos vários anos pesquisando, trabalhando e sempre nos encontramos nesse intuito de compartilhar com nossos colegas o que nós desenvolvemos e assim fortalecer a nossa área e ajudá-la a crescer cada vez mais”, destacou.
Nosso objetivo é exatamente congregar cada vez mais as pesquisas na área de artes visuais, no sentido de divulgar a nossa produção artístico-científica
- Maximiano Arruda
Maximiano ainda fala que o evento vai contar com a apresentação de trabalhos de pesquisa, que são publicados nos anais do encontro, além de exposições e outros produtos artísticos. Outra atividade de destaque são os fóruns, que proporcionam um espaço de debate e intercâmbio: “Os fóruns são importantíssimos porque eles discutem diversas categorias da nossa área. Por exemplo, nós estamos aqui no Fórum de Presidentes de Associações. Então todas as associações da área de artes estão aqui reunidas pensando em políticas públicas para a área de artes. Temos o fórum de pesquisa e pós-graduação, e assim vai… Então a grande vantagem do encontro da Anpap é que todos nós estamos unidos em prol de desenvolver a área de artes visuais”, afirmou.
O encontro, além de proporcionar essa troca e fortalecer as relações institucionais, também é um momento de trocas afetivas e para a criação ou consolidação de relações pessoais e parcerias. “Tem um momento afetivo de networking, de se estabelecer novas relações, novas parcerias, novas pesquisas, com pessoas que às vezes a gente nem conhece, mas passa a conhecer e assim estabelecer esses laços”, destaca ainda o presidente da Anpap.
O presidente da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abrace), Paulo Marcos Cardoso Maciel, veio participar do evento, e destaca esse potencial do encontro em promover esse momento de troca e fortalecimento das instituições. “É importante para a gente construir uma ação comum entre as associações das áreas de artes, e também para construir e pensar em políticas públicas para esse segmento. O evento permite que a gente também troque um pouco essas experiências e ideias de gestão das associações entre si, fazendo esse intercâmbio”, afirmou.
A ex-presidente da Anpap, Sandra Ramalho, aponta que o 33o Encontro da Anpap também celebra o reencontro de muitas pessoas que não se viam desde a pandemia. “O Brasil é muito grande… e esses momentos permitem que a gente troque não só quanto a produção acadêmica, de apresentar trabalhos, mas também as relações. A gente identifica pessoas que estão fazendo pesquisas em áreas relacionadas, daí surgem amizades, convites para participar de pesquisas, de bancas, e vai criando elos”, destacou.
Temática
Neste ano, o evento traz o tema “Vidas”. A escolha dá sequência à discussão do encontro anterior, que abordou as formas de vida, como explica o presidente da Anpap: “Começamos numa sequência lógica de pensar nas formas de vida que estão estabelecidas no nosso planeta e que dialogam com as artes visuais. Que vidas são essas que estão no nosso planeta? Elas estabelecem relações de que forma com as artes visuais? Quais são as nuances que as vidas podem estabelecer entre as artes visuais, pessoas, mundo e o que nós possivelmente mudaremos com isso. Então leva a gente a refletir sobre isso”, afirmou Maximiano Arruda.
Ele destaca que, no atual momento que vivemos, com as recentes e cada vez mais frequentes catástrofes climáticas, é preciso refletir sobre como as diferentes formas de vida vêm se relacionando no planeta, e como a ação do homem pode prejudicar a existência de muitas outras espécies. Quanto à programação, Maximiano destaca que, além das publicações científicas, fóruns e apresentações artísticas, o encontro ainda vai promover uma assembleia geral dos associados da Anpap.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 25 de setembro de 2024.