por Thadeu Rodrigues*
Pesquisa do Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) indica que o custo médio da cesta de alimentos básicos, na Região Metropolitana de João Pessoa, foi de R$ 545,07, em outubro. Na comparação com o mesmo mês de 2021 (R$ 496,25), houve um crescimento de 9,88%.
Conforme o pesquisador Cássio da Nóbrega, o estudo tem um sistema de coleta de dados diários, que podem ser acompanhados por meio do aplicativo Cesta Básica Labimec, auxiliando o consumidor na realização das compras. Os dados são coletados em supermercados varejistas que ofertam produtos de forma on-line.
“Por meio da pesquisa, constatamos que o dia da semana também influencia nos preços dos produtos”, afirma Cássio da Nóbrega. A quarta-feira é o dia em que há maior custo da feira e a quinta-feira registra os menores valores. Os produtos incluídos na pesquisa são os definidos pelo decreto-lei de no 399 de 1938.
No acumulado dos últimos 12 meses, o leite segue como o produto com maior aumento, de 38,1%. Com índice próximo, a inflação da farinha de mandioca é de 37,14%. No outro extremo, o tomate reduziu os preços em 24,6%. O valor do arroz diminuiu 0,4%.
Cássio da Nóbrega destaca as constantes mudanças de preços. “Afetam os valores as condições climáticas e a sazonalidade. Em um ano específico, uma cultura pode ter um bom índice de produtividade e no outro não. No caso do leite, por exemplo, a situação de custos altos de produção ainda persiste. Os preços da ração animal e dos fertilizantes das culturas continuam em alta”.
Nos últimos 12 meses, também apresentaram aumento de custos os seguintes produtos: café (32,13%), banana prata (21,9%), feijão (16,99%), manteiga (15,93%), açúcar (13,9%), pão francês (8,58%), óleo de soja (7,07%) e carne (0,33%).
Ao longo do ano, o custo da cesta básica chegou a ultrapassar o valor de R$ 600, em junho. Há seis meses, o valor era de R$ 566,82. O destaque de abril era o aumento acumulado do tomate em 112%, considerando os 12 meses imediatamente anteriores.
“Nesses meses, tivemos muitas mudanças na economia, a exemplo da redução da incidência do ICMS sobre os combustíveis, o que causa impactos diretos em toda a cadeia produtiva de diversas maneiras, não apenas na redução do custo do frete”, enfatiza o economista.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 1 de novembro de 2022.