A Paraíba registrou avanços na produção científica e tecnológica de 2019 a 2024, consolidando-se como referência no Nordeste e atingindo uma média acima da nacional em inovação e qualidade das publicações. Os dados foram publicados na Nota Técnica elaborada pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Paraíba (Secties), com base em informações da plataforma Sistema de Inteligência de Dados em Ciência e Tecnologia da Paraíba (SIDTec).
“Os números demonstram que a Paraíba está no caminho certo e consolidando uma trajetória de excelência na produção científica. Superamos as médias nacional e regional em indicadores estratégicos como inovação e patentes, o que evidencia não apenas a quantidade, mas sobretudo a qualidade e o impacto da nossa produção científica. Isso coloca a Paraíba em posição de destaque no cenário nacional e reafirma o compromisso do Governo da Paraíba com a pesquisa de ponta”, avalia o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, Claudio Furtado.
No campo das inovações, o estado contabilizou 1.324 registros nesse período, envolvendo 908 pesquisadores e 49 instituições. O desempenho equivale a quase oito inovações por 100 docentes de pós-graduação, número superior às médias do Nordeste (5,63) e do Brasil (3,63). Entre os tipos de inovação, a produção de software se destaca, representando cerca de 30% do total.
O maior número de produção acontece nas universidades públicas, responsáveis por 93% do total. Os destaques são a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), com 37,3%, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com 34,7%, o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), com 11,7%, e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), com 9,2%. No setor privado, a participação é de apenas 3%, com destaque para Unifcisa, Unifip e Unipê.
Já nas áreas de conhecimento, lideram Engenharia (39,15%), Multidisciplinar (32,92%), Ciências Agrárias (23,72%), Ciências Exatas e da Terra (18,06%) e Ciências da Saúde (15,20%).
Metade dos artigos é de alto impacto
Em relação às publicações científicas, o levantamento identificou a produção de 20 mil artigos de 2019 a 2024, envolvendo 836 pesquisadores, média de 24 artigos por pesquisador, e 43 instituições. Aproximadamente 50% foram publicados em periódicos de alto impacto, classificados como Qualis A1 a A4 pela Capes. Os estratos mais relevantes registraram: A1 (14,76%), A2 (14,89%), A3 (10,69%) e A4 (10,49%).
A produção permanece concentrada em João Pessoa e Campina Grande, que somam 97% do total. No entanto, Patos desponta como novo polo emergente, com aproximadamente 949 artigos publicados. Entre as instituições, a UFPB lidera, com cerca de nove mil publicações. As instituições públicas UFPB, UFCG, IFPB e UEPB respondem por 96% da produção de artigos, enquanto as privadas Unipê, Unifacisa e Unifip somam 1.263 artigos.
Qualidade editorial e técnica pontual
A produção editorial também apresenta resultados relevantes. No período analisado, foram registradas 29,2 mil produções, majoritariamente compostas por capítulos de livros (27 mil), seguidos por livros publicados (quatro mil) e obras organizadas (3,35 mil).
Enquanto isso, a produção técnica totalizou 15,29 mil registros, com participação de 2.737 pesquisadores e 137 instituições. Predominam os trabalhos técnicos (72%) e materiais didáticos (17%), evidenciando o compromisso das instituições com a difusão de conhecimento aplicado. Novamente, há concentração nas principais cidades, com a UFPB como maior produtora.
Pico do trabalho artístico foi em 2020
A produção artística contabilizou 155 obras, concentradas nas áreas de música (49%) e artes visuais (14%), com destaque para as iniciativas da UFPB e da capital João Pessoa. A análise temporal revela um pico de produção em 2020, seguido de decréscimo nos anos posteriores. Diferentemente das demais modalidades de produção, esta apresenta predominância masculina (71%) e de cor branca (74%), distribuição não compatível com o perfil populacional brasileiro.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 05 de Outubro de 2025.