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Sensores otimizam o uso de água em sistema de irrigação

publicado: 09/09/2017 00h05, última modificação: 09/09/2017 10h41
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Projeto foi selecionado pela 4a Chamada Coordenada Brasil-União Europeia em Tecnologia da Informação e Comunicação - Foto: Divulgação/MCTI

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Uma parceria entre pesquisadores brasileiros e europeus pretende levar o conceito de Internet das Coisas (IoT) para o campo, por meio de um sistema de irrigação a taxa variada. O projeto Plataforma Inteligente de Gerenciamento de Água (em inglês, Swamp) vai desenvolver uma solução que distribui a quantidade exata de água na área de manejo determinada dentro da lavoura. A nova solução permite mais eficiência no uso da água e maior produtividade, evitando desperdícios.

O projeto integra é um dos seis selecionados pela 4ª Chamada Coordenada Brasil-União Europeia em TIC, supervisionada pela Secretaria de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Liderada pelo pesquisador Carlos Kamienski, da Universidade Federal do ABC (UFABC), a iniciativa vai receber R$ 4,8 milhões do governo brasileiro, por meio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que utiliza recursos da Lei de Informática. Outros 1,5 milhão de euros serão financiados pelo programa H2020 da União Europeia.

No Brasil, o projeto é fruto de uma parceria entre a UFABC, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Embrapa, a Fundação Educacional Inaciana “Padre Sabóia de Medeiros” (FEI), o Centro de Pesquisa e Inovação Brasil-Suécia (CISB) e a LeterTech Tecnologia Sustentável. Na Europa, participam outras cinco instituições: Instituto VTT – Centro de Pesquisa Técnica (Finlândia), Ixion – Indústria & Aeroespacial (Espanha), Intercrop – Agronegócios (Espanha), Universidade de Bologna (Itália) e Consorzio di Bonifica dell’Emilia Centrale (Itália).

“O fato de trabalhar em um consórcio com outras regiões, e também outros países, permite que pesquisadores com diferentes bagagens e expertises possam agir conjuntamente e compartilhar os resultados das experiências”, afirma Kamienski.

O produto será testado em dois tipos de irrigação. Na região do Matopiba, que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, será aplicado um projeto de pivô central ligado a sensores inteligentes, nas culturas de soja e algodão. Já na Vinícola Guaspari, em Espírito Santo Pinhal (SP), um piloto do Swamp será testado em técnicas de gotejamento na produção vinhas. Outras duas unidades serão implementadas e avaliadas também na Europa.

O pesquisador da Embrapa-Instrumentação, André Torre, explica que os sensores irão medir o potencial de água no solo, podendo detectar, por exemplo, a murcha permanente – no qual a planta não consegue mais retirar água do solo – e a capacidade de campo, que é a possibilidade máxima do solo em reter água antes do escorrimento superficial. “O processo ainda leva em conta diversos outros fatores, como a topografia do terreno e a condutividade elétrica do solo”, explica.

Com esses dados, um processador Big Data conectado aos sensores vai interpretar os dados e dar respostas em tempo real, fazendo a gestão adequada do uso da água na irrigação.