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Eles terão a oportunidade de produzir trabalhos sobre o desenvolvimento econômico e social, a partir de uma visão local

Reeducandos da paraíba: Jovens e adultos irão fazer projetos

publicado: 20/09/2022 00h00, última modificação: 20/09/2022 09h39
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Luiza Iolanda Cortez é coordenadora do programa Celso Furtado, já em andamento, que trabalha uma formação de 452 equipes ao todo - Foto: Foto: Ortilo Antônio

tags: REEDUCANDOS , educação , EJA

Reeducandos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) das unidades prisionais do Estado da Paraíba terão a oportunidade de elaborar projetos que visem o desenvolvimento econômico e social a partir de uma observação local. Isso se dará por meio do desafio lançado no edital das “Equipes Escolares do Sistema Prisional do Programa Celso de Inovação Educacional e Desenvolvimento Regional” (Edital N. 063/2022), por meio da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT) e Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq).

Os reeducandos terão orientação de mentores para formarem equipes e refletirem sobre os problemas sociais e econômicos. No início, serão selecionadas 50 equipes. Ao longo do processo, os estudantes irão aprofundar aspectos da vida e obra de Celso Furtado, assim como da Agenda 2030 da ONU, que engloba os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A partir desse conhecimento adquirido, cada equipe deverá elaborar um projeto de desenvolvimento e apresentar, ao final, para uma banca de especialistas. Serão selecionados os quatro melhores projetos, de acordo com os critérios do edital. Os mentores ou as mentoras das equipes receberão bolsas Fapesq ao longo de um ano.

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Luiza Iolanda Cortez é coordenadora do programa Celso Furtado, já em andamento, que trabalha uma formação de 452 equipes ao todo

Ou seja, durante o intervalo pedagógico previsto no edital, o reeducando atravessa estágios de aprendizado relacionado a temas como o bem-estar no convívio social, a eficiência das instituições, a educação e cultura, e o desenvolvimento regional. São temas presentes no pensamento de Celso Furtado. As etapas serão detalhadas no Manual Pedagógico “Educação em Prisões de 2022” (disponível no site da SEECT), que deverá servir de subsídio para a construção do projeto.

A participação no desafio do programa Celso Furtado está restrita às equipes formadas por estudantes matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA), dos ciclos I ao VI, das unidades prisionais do Estado da Paraíba. Os mentores poderão ser docentes, gestores e coordenadores pedagógicos da Rede Estadual, que atuem no âmbito da EJA prisional; ou servidores da Administração Penitenciária, desde que tenham diploma de ensino superior.

As inscrições podem ser feitas até o dia 4 de outubro. Poderá se inscrever mais de uma equipe de uma mesma unidade, desde que não tenham participantes comuns em mais de uma equipe, seja de estudantes ou de mentores. Cada equipe deverá ser composta por, no mínimo, quatro estudantes e, no máximo, seis. Acesso a informações: linktr.ee/programacelsofurtado

O programa Celso Furtado tem o objetivo de aproximar os estudantes da Rede Estadual de Educação da vida e obra de Celso Furtado, por meio do Projeto de Intervenção Pedagógico (PIP) criado e gerenciado pela SEECT para unidades escolares que ofertam os anos Finais do Ensino Fundamental (8º e 9º anos), o Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (ciclos IV, V e VI) e as Unidades Educacionais do Sistema Prisional (Regime Fechado).

De acordo com a coordenadora do programa, Luiza Iolanda Cortez, por meio do programa Celso Furtado, já está em andamento uma formação com 452 equipes, sendo acompanhadas por 39 pesquisadores, na educação básica escolar. “Com o edital do sistema prisional, teremos 50 equipes inscritas (trabalharemos com esse número fechado) e cinco pesquisadores que acompanharão as equipes”, explica Iolanda Cortez. “Além disso, estamos com os módulos formativos, voltados para as equipes bolsistas e abertos para a comunidade, com o intuito de fomentar um diálogo mais aprofundando sobre temas de interesse comum, tais como economia, desenvolvimento regional, direitos humanos, dentre outros”.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 20 de setembro de 2022.