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S&P diz que Temer está mais lento do que o esperado

publicado: 12/01/2018 19h05, última modificação: 12/01/2018 19h02
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Confira a trajetória do ‘rating’ do país pela Standard & Poor’s - Foto: Divulgação

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Do JB Online

Em teleconferência realizada nessa sexta-feira (12), a diretora de ratings soberanos da agência de classificação de risco S&P, Lisa Schineller, afirmou que deverá ser muito difícil que o Congresso aprove a reforma da Previdência neste ano, principalmente em função da eleição presidencial no Brasil. “Temos dúvidas sobre o avanço da reforma da Previdência em ano eleitoral. Notamos uma resistência mais profunda a esta mudança. E ficamos com a dúvida sobre qual tipo de reforma pode surgir. Os atrasos constantes nessa negociação destacam esse desgaste que observamos. Também será difícil que o governo tome medidas fiscais mais duras”, avaliou.

A S&P rebaixou, na quinta-feira (11), a nota do Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento, de BB para BB-, com perspectiva estável. Lisa Schineller acrescentou que mesmo que a reforma seja aprovada em fevereiro, a agência não reverterá a nota do país, já que apenas a reforma da Previdência não melhoraria a situação fiscal do país no curto prazo. “Na nossa avaliação, o governo do presidente Temer (MDB) vem sendo mais lento do que esperávamos em tomar as medidas corretivas para reverter a trajetória crescente do déficit fiscal”, disse.

A diretora destacou o que chamou de progressos, como a reforma trabalhista, o teto dos gastos e a decisão de privatizar a Eletrobras. Contudo, ela reforçou que o governo não conseguiu aprovar projetos que poderiam melhorar o quadro fiscal já neste ano, como o aumento do imposto de renda para fundos exclusivos e o adiamento do reajuste do funcionalismo federal.

Com relação às incertezas na eleição deste ano, Lisa reforçou as consequências dos escândalos de corrupção e a possibilidade de surgirem candidatos “outsiders” que dificilmente conseguiriam montar uma base política consistente. “Pode ser mais difícil montar uma coalizão para aprovar esse projetos de cunho fiscal para alguém que não tenha habilidade política”.