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Salão de Artesanato atinge R$ 1 mi em vendas

publicado: 29/01/2016 03h00, última modificação: 28/01/2016 21h03
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Mais de 42 mil peças já foram comercializadas na 23ª edição do Salão de Artesanato Paraibano - Foto: Sonia Aguiar

tags: salão do artesanato , , artesanato paraibano , pap


Na 23ª edição do Salão de Artesanato da Paraíba, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa, todos ganham: o turismo, o Estado, o artesanato e os artesãos. As vendas superaram a melhor das expectativas: quase R$ 1 milhão e mais de 42 mil peças comercializadas. Faltando ainda quatro dias até o fim do evento, incluindo um fim de semana - dias de maior movimento - esta edição promete ser mais que um sucesso.

O Salão deste ano está para todos os gostos: comércio, beleza, cultura e diversão. Porém, o artesanato e os artesãos estão em primeiro lugar. Alguns trabalham há décadas, outros são iniciantes. Uns expõem pela primeira vez, outros são veteranos no Salão. Esta edição conta com 60 novos artesãos. Mesmo alguns sendo profissionais há algum tempo, esses novatos nunca expuseram peças no Salão de Artesanato da Paraíba.

Um veterano é João dos Ramos, artesão e multiartista, também toca instrumentos, canta e, nesta edição, além de expor seu trabalho em madeira, fez uma apresentação de voz e violão. Ramos trabalha com artesanato utilizando madeira e entalhes há cerca de 20 anos. Maria Anunciada Pereira é uma novata no Salão de Artesanato edição João Pessoa e também do PAP. De Mari, interior da Paraíba, ela é a única desta edição expondo trabalhos que utilizam chifre e osso de boi.

A artesã que trabalha com crochê, Lenilse Ferreira, é outra novata. Apesar de fazer peças em crochê há 40 anos, nunca tinha exposto seu trabalho. “Eu nunca tinha tido a oportunidade de mostrar meu trabalho. Agora que surgiu, estou gostando muito”, explicou. A minha praia são esses vestidos “complicados” e estou pensando em me especializar nessa área. Vi que por aqui não tem e a procura é grande por essas peças”.

Lenilse Ferreira é filha de alfaiate e sempre esteve cercada por moda e roupas, de onde tira sua inspiração, além de suas pesquisas na internet e em revistas. “Achei o Salão muito organizado. Mesmo sendo artesanato, podemos ver sofisticação nas peças. Agora que expus meu trabalho e vi que as pessoas gostaram, me apaixonei por isso”, relatou. Jubemar Sabino é outro novato. Não só no Salão, mas é um artesão que trabalha com madeira há somente um ano. O lado artesão aflorou após ganhar o primeiro lugar no concurso de presépio da Usina Cultural Energisa, no final de 2015. Ele explica que seu forte é reproduzir animais e está achando excelente divulgar seu trabalho, já em tão pouco tempo.

A tipologia homenageada deste ano está exposta em objetos diversificados – de roupas a bonecas, de bolsas a redes. O artesanato é caracterizado pelo trabalho manual, utilizando-se de matéria-prima natural, ou produção de um artesão. Mas com a mecanização da indústria, o artesão passou a ser identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular. É o que faz Valdina de França, cuja especialidade são bonecas e souvenirs – a exemplo de chaveiros e bolsinhas – e utilizando o algodão colorido, que ela usa em seu artesanato já há 11 anos.

Até o dia 25 de janeiro, as vendas totais da 23ª edição do Salão de Artesanato da Paraíba eram de R$ 907.752,75. As peças vendidas somavam 42.688. A média diária de vendas estava em R$ 82 mil, com público de mais de 8 mil visitantes diariamente. Entre as tipologias mais vendidas estavam: fios, habilidade manual, algodão colorido, madeira e gastronomia. Seguidas de couro, cerâmica e pedras. “Avalio isto como uma coisa incrível. Num período tido como crise, nosso artesanato vem provar que não há crise dentro do Salão de Artesanato. Isso é fruto de produtos muito bem elaborados, de trabalho de equipes e organização muito competentes, incluindo divulgação e infraestrutura”, explicou Lu Maia, gestora do Programa de Artesanato da Paraíba (PAP).

Durante a semana, além da exposição, o PAP não para. Houve palestras e a apresentação do projeto Moda PAP para os artesãos, com o estilista Romero Sousa. Além disso, há a programação cultural do Salão, que segue até domingo (31), no Espaço Cultural, em João Pessoa, das 14h às 21h.