O site de literatura Angústia Criadora completa sete anos no ar no próximo dia 10 de maio, oferecendo aos leitores o melhor sobre a ficção brasileira contemporânea através de resenhas e entrevistas com escritores. Desde 2011 já foram diversos livros analisados, de autores de variados estilos e gerações, como Raimundo Carrero, André Vianco, Marcelino Freire, Lourenço Mutarelli, Adriana Falcão, Raphael Montes, Michel Laub, Victor Heringer, Daniel Galera, Dalton Trevisan, Ana Paula Maia, Thalita Rebouças, entre outros.
No Angústia Criadora também são divulgados eventos do setor, como bienais, feiras e festivais, além de matérias variadas sobre o universo dos livros e da leitura. O site, inclusive, já abrigou uma oficina literária por seis meses, com alguns escritores pernambucanos, denominado Eu escritor, que resultou no livro Escrever ficção não é bicho papão (Edições Geni).
Nesses sete anos de existência o site já teve acessos de todo o Brasil e também de outros países, o que comprova o crescente interesse por literatura brasileira nas suas mais variadas formas, gêneros e formatos. Desde o início, o Angústia Criadora recebeu o apoio das principais editoras e também o contato de autores independentes, que sempre viram no site uma oportunidade de apresentarem os seus trabalhos para um público variado, por conta da leitura constante de internautas de várias regiões.
Idealizado pelo jornalista recifense Ney Anderson, que viu na internet a opção em escrever sobre uma das suas grandes paixões, o site acabou se tornando um dos principais espaços de debate sobre a produção ficcional brasileira. “Eu sempre gostei muito de ler, mas na impossibilidade de escrever sobre literatura nos jornais, por falta de espaço nos veículos da imprensa tradicional, eu decidi criar o site justamente para ser um local onde as pessoas pudessem encontrar um pequeno recorte do que estava (está) sendo produzido no país. Através dessa premissa, o Angústia Criadora acaba sendo o elo entre os livros e os leitores em potencial. Principalmente a partir do cuidado que eu trato cada exemplar recebido, lendo atentamente, na tentativa constante de compreender as ideias e objetivos das obras e dos autores. Só assim é possível entregar, da melhor forma possível, resenhas sinceras, contribuindo dessa forma com a crítica literária e dando sobrevida aos trabalhos dos escritores”, comenta Ney.
Com cerca de quatro novas resenhas por mês, o Angústia Criadora se apresenta como um veículo de debate sobre a literatura brasileira atual que é tão rica e diversificada, servindo, também, como um espaço de incentivo à leitura, dando espaço ainda, em menor escala, ao trabalho de autores estrangeiros. O aspecto primordial do site é justamente publicar textos críticos de maneira clara, mas aprofundada. De acordo com Ney Anderson, criar um site desse tipo, no entanto, não é algo fácil de manter, porque a literatura de ficção contemporânea parece interessar a poucas pessoas, se tornando quase um trabalho voltado para um nicho bem específico, embora a quantidade de novos escritores seja crescente. “Eu considero o meu trabalho de crítico quase como o de um militante. Talvez resida nisso o respeito que o Angústia Criadora venha conquistando em todos esses anos. Eu mantenho o site por gostar de escrever sobre literatura. Me sinto gratificado quando recebo mensagens positivas sobre o meu trabalho. É o reconhecimento por ser comprometido com a obra de arte literária”.
Ney diz que fazer um trabalho em torno do livro é desafiador, principalmente dentro de um país que apresenta índices baixos de leitura. Mesmo assim, ele acredita que o seu propósito, quase como uma missão, é tentar furar esse bloqueio com os recursos que a internet permite. "Fazer literatura no Brasil é abnegar de muita coisa. Mas acredito que o artista literário não está preocupado em agradar milhões. Na verdade, o escritor se utiliza da ficção para consolidar um pensamento dele sobre alguma coisa. Seja para entender a psicologia dos personagens assassinos nos romances policiais, investigando o medo pelo sobrenatural, ou na tentativa de dar voz às figuras marginais que povoam as metrópoles. Só para ficar em três exemplos, dentro da imensidão de assuntos e temas que só a literatura consegue trabalhar com profundidade. Por isso é tão interessante explorar esses universos particulares da ficção e propagar para outras pessoas conhecerem”.
O Angústia Criadora começou quando Ney Anderson ainda era estudante de jornalismo, na época hospedado em uma plataforma gratuita. À medida que as resenhas começaram a ter boa aceitação o site foi transferido para um espaço profissional, com mais recursos técnicos. Hoje o ambiente virtual é limpo e interativo, priorizando sempre o texto, dentro do layout responsivo que se adequa automaticamente de acordo com os acessos dos usuários, sejam eles feitos por tablets, smartphones ou computadores. O site, inclusive, já foi destaque em duas ocasiões no programa Trilha de Letras, da TV Brasil, exibido para todo o país.
O Angústia Criadora está presente nas redes sociais, principalmente no Facebook, que é o principal canal de divulgação, e recentemente com uma página no Instagram.