Notícias

Socioeducando vence ‘Prêmio João Balula’ na categoria vídeo

publicado: 22/11/2017 21h05, última modificação: 22/11/2017 21h37
6.jpg

Príncipe Negro é o título do funk de autoria de Ronaldo da Silva, que cumpriu pena no Centro Educacional do Jovem - Foto: Secom-PB

tags: prêmio joão balula , socioeducando


'Príncipe Negro' é o título do funk vencedor do 'Prêmio Estadual de Educação para Equidade Racial - João Balula', na categoria vídeo, de autoria de Ronaldo da Silva, jovem que cumpria medida socioeducativa, no Centro Educacional do Jovem CEJ, da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente Alice de Almeida (Fundac). A primeira edição do prêmio, lançado pelo governo do estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (SEE), teve solenidade de premiação na tarde da última segunda-feira (20), no Centro de Formação de Educadores Professora Elisa Bezerra Mineiros, e presenteou os vencedores com certificados, medalhas e notebooks.

Destinado a estudantes do ensino médio da rede estadual, o 'Prêmio João Balula' é fruto da parceria entre a Gerência Executiva de Diversidade e Inclusão (Gedi) e a Gerência Executiva de Ensino Médio, e busca atender à demanda do Fórum Estadual de Educação e Diversidade Étnico-racial da Paraíba. O objetivo da premiação é estimular e fortalecer a reflexão crítica na educação, por meio de fotografias e documentários sobre as relações étnico-raciais na Paraíba com o tema 'Lideranças Negras na Paraíba'.

Durante o cumprimento de medida, Ronaldo da Silva estava cursando o 3° ano do ensino médio da Escola Cidadã Integral Almirante Saldanha no CEJ, onde foi orientado pela coordenadora pedagógica Flávia Tavares Gomes, que também era sua tutora, e pelos professores Thiago Brandão e Hector Romam, a participar do certame, no qual saiu vencedor. Há 15 dias, o socioeducando teve liberação judicial e final do cumprimento de sua medida. E hoje é o vencedor do prêmio João Balula na categoria vídeo com o funk 'Príncipe Negro', que fala sobre a importância de João Balula na luta contra o racismo em João Pessoa. Ao assumir a coordenação pedagógica do CEJ, a coordenadora pedagógica Flávia Tavares já previa o desafio que iria enfrentar, o que não sabia é que junto aos desafios viriam surpresas tão positivas como esta. “Orientar e incentivar um jovem a participar do 'Prêmio Estadual João Balula foi algo muito significativo para mim. No entanto, vê-lo ganhar a premiação como destaque na categoria vídeo foi simplesmente emocionante e motivante”, disse Flávia.

Para o diretor da Escola Cidadã Integral Almirante Saldanha, Paulo Ferreira, a premiação do jovem foi um momento em que o protagonismo tão almejado na socioeducação ganhou visibilidade. “Parabenizo a coordenadora Flávia Tavares e os professores envolvidos pela iniciativa de inscrever e motivar o Ronaldo. Que essa premiação sirva de exemplo para os demais educandos”, disse Paulo. “O que Ronaldo, assim como muitos outros socioeducandos precisam, é apenas um olhar lapidador. O protagonismo deles precisa ser identificado e canalizado para coisas produtivas e saudáveis. Foi exatamente isso que aconteceu com o educando. Agradeço ao apoio da minha equipe de professores, do diretor da unidade Dacywendow Lacerda, assim como o apoio do presidente da Fundac, Noaldo Meireles, do diretor da Escola Almirante Saldanha Paulo Ferreira e a todos que direta ou indiretamente contribuem para que o planejado e sonhado torne-se real a cada dia vivido”, concluiu Flávia Tavares.

Durante a solenidade, o presidente da Fundac, Noaldo Meireles, falou um pouco sobre a importância histórica do dia 20 de novembro ('Dia da Consciência Negra') “pelo débito que a sociedade escravocrata tem com as pessoas que vieram de forma forçada para o Brasil, e pelo preconceito que sofrem no dia a dia”, parabenizando ainda a todos pela luta e resistência. Para Noaldo, a implantação da Escola Cidadã Integral nas unidades socioeducativas, tem possibilitado uma série de atividades como esta que vem reconhecendo, no socioeducando, o seu potencial.

O procurador José Godoy, do Ministério Público Federal (MPF), disse ser um prazer ver o trabalho que Noaldo vem executando à frente do sistema socioeducativo do estado da Paraíba. “Tenho acompanhado de perto o que vem sendo feito pela Fundac nos últimos meses com a organização do sistema. Esse prêmio é um exemplo de resistência”, disse o procurador.

O Prêmio homenageou ainda a professora Maria Luíza Inácio Pereira e contou com a participação de Tulhio Serrano (representante da SEE), do professor Elio Chaves (coordenador do núcleo de estudos afrodescendentes e indígenas da UFPB), Gilberta Soares (secretária da Mulher e Diversidade Humana), Judite Carvalho (irmã de João Balula), Vanessa Toscano (assessora socioeducativa da comissão executiva de educação integral - SEE), Cláudia Fernandes (chefe de gabinete da Fundac), Darcywendow Lacerda (diretor do CEJ), Haniery Lima (vice-diretor do CEJ) e Thiago Brandão (professor no CEJ).