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Temperatura da Terra deve subir 5ºC até o fim deste século

publicado: 27/05/2018 00h05, última modificação: 26/05/2018 10h31
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A contribuição humana para o aumento da temperatura terrestre passa pelo desmatamento e outras ações - Foto: Reprodução/Internet

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Elton Alisson

Agência Fapesp

A temperatura média da Terra aumentou 1,02ºC desde o século XIX e pode subir até quase 5ºC até o fim deste século, apontam estudos publicados nos últimos anos. A contribuição humana para o aumento da temperatura terrestre, por meio do aumento das emissões de gases de efeito estufa pela queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, entre outras ações, é inegável, avaliaram pesquisadores participantes da segunda edição do programa de TV Ciência Aberta, sobre “Mudanças Climáticas Globais”, realizado na este mês, no auditório da Fapesp.

O programa de TV Ciência Aberta é uma parceria da Fapesp com o jornal Folha de S.Paulo. Realizado mensalmente no auditório da Fapesp, o programa é exibido ao vivo pelo site da Fapesp (www.fapesp.br), pela página da Agência Fapesp no Facebook (www.facebook.com/agfapesp) e no YouTube (www.youtube.com/user/fapespagencia) e pelo site da TV Folha (www1.folha.uol.com.br/tv).

A edição sobre “Mudanças Climáticas Globais” teve como debatedores os pesquisadores Thelma Krug, pesquisadora, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC); Paulo Artaxo, professor titular e chefe do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e membro da coordenação do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG); e Gilberto Câmara, pesquisador e ex-diretor do Inpe, copresidente do Belmont Forum e diretor do Secretariado do Group on Earth Observations (GEO). A plateia do programa foi composta por alunos do curso técnico em meio ambiente da Escola Técnica Estadual (Etec) Guaracy Silveira, de São Paulo.

“É impossível não ver nos dados observados globalmente que a evolução das emissões de gases de efeito estufa desde a Revolução Industrial e, mais especificamente, nos últimos 50 anos, não esteja relacionada com as mudanças climáticas e com o aquecimento global”, disse Krug.

“O IPCC, quando começou a produzir seus primeiros relatórios, tinha dúvida dessa atribuição. Mas, hoje, depois de 30 anos de trabalho e cinco relatórios produzidos, não há como negar essa associação [entre a ação humana e o aquecimento global]”, afirmou

De acordo com a pesquisadora, se considerada apenas a variabilidade natural do clima terrestre nos modelos de evolução climática global, não é possível reproduzir as observações de aumento da temperatura do planeta registradas nos últimos anos. Ao integrar as variações naturais com a ação antrópica, contudo, o modelo fica bem acomodado com as observações, ela explicou.

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