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Especial 131 anos

Testemunha da história da Paraíba

publicado: 02/02/2024 09h16, última modificação: 02/02/2024 09h16
Ao completar 131 anos hoje, jornal segue firme em acompanhar uma sociedade em processo de transformação e evolução
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Naná Garcez destaca os novos projetos para A União em 2024 - Foto: Edson Matos
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Já William Costa ressalta a capacidade de renovação do jornal - Foto: Edson Matos
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por Taty Valéria*

Testemunha documental da história da Paraíba, o Jornal A União iniciava seu primeiro editorial, de 2 de fevereiro de 1893, com um aviso: “É um órgão do partido republicano que se formou com os elementos conservadores da sociedade, para garantir a ordem pública, apoiar a administração, e fundar pelo sistema federativo, o império da lei neste Estado”. De fato, o periódico foi fundado por Álvaro Machado, presidente da Província da Paraíba, como um instrumento de conciliação política, logo após a Proclamação da República, em 1889.

Ao completar 131 anos nesta sexta-feira, o Jornal A União segue firme com a proposta de acompanhar uma sociedade que está sempre em processo de transformação e evolução. Além do jornal impresso, A União engloba gráfica e editora, é responsável pela publicação do Diário Oficial da Paraíba, e da Revista Correio das Artes, o mais antigo suplemento literário em circulação no Brasil, fundado em 1949.

Para William Costa, diretor de Mídia Impressa da Empresa Paraibana de Comunicação, uma das características mais fortes de A União, é sua capacidade de renovação. “O jornal está sempre se atualizando, novas demandas de formação são geradas por essas mudanças e nós devemos pensar de que maneira A União atende essa demanda de comunicação e de formação jornalística”, afirma o diretor, lembrando que o corpo de colaboradores e colunistas ampliam o olhar do jornal sobre o cotidiano social.

Em se tratando de modernização, a diretora-presidente da EPC, Naná Garcez aponta que a chegada dos concursados traz uma expectativa positiva nesse sentido. “Sabemos que essa transição vai significar ter uma equipe mais profissional e um dos nossos projetos é implantar uma página eletrônica compatível com a qualidade do impresso. Vamos também reforçar a parte de gráfica e modernizar o projeto gráfico”, diz Naná Garcez que inclui nos projetos para mais um ano do Jornal A União, ampliar a circulação das edições pela Paraíba e realizar eventos que envolvem literatura, música e outras manifestações culturais.

Projeto resgata as memórias da Redação

Resgatar histórias é uma das aventuras humanas. Buscar nos anais, em livros, bibliotecas e no depoimento das pessoas fatos, lembranças e até saudades é uma atividade recompensadora, cheia de afetos.

E essas são as características do projeto Memórias A União, que aos domingos publica uma entrevista no jornal e exibe a íntegra no canal de A União no YouTube.

“São personagens que contam suas histórias com a empresa. Alguns começaram a vida profissional na Redação, na Gráfica ou na Editora e permaneceram até a aposentadoria. E nesse período construíram amizades permanentes, casaram-se e constituíram suas famílias”, diz o jornalista Luiz Carlos, coordenador do projeto e responsável por todas as entrevistas.

Outros começaram na redação de A União e depois alçaram outros voos, “mas nunca se esqueceram dos dias que dedicaram à apuração de notícias, a construção de narrativas, ao fechamento de arquivos na gráfica, à produção de artes, enfim, da contribuição que deram no dia a dia de trabalho, que, às vezes, exige o sacrifício da família, o cansaço para ver o serviço concluído”, observa o apresentador.

E todos os relatos estão no Memórias A União, em conversas francas, reveladoras e emocionantes, que mostram a dedicação e amor profissional, em contribuições que transformam a realidade com a notícia, o panfleto, o cartaz ou o livro.

Nessas conversas, quase biográficas, o registro de iniciativas, muitas vezes poéticas, de visões da vida, do orgulho de implantar novas tecnologias, de acompanhar o desenvolvimento técnico e humano nesses 131 anos que a Terra completou voltas em torno do Sol girando o eixo da História de A União.

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Suplemento histórico

Um suplemento histórico do Jornal A União é o Correio das Artes, cujo conteúdo e ideia nasceu nas páginas do impresso e depois ganhou identidade própria e ultrapassou as divisas da Paraíba, tornando-se conhecido nacional e até internacionalmente, pois já teve colaboradores de países como Argentina, Uruguai e Portugal.

A criação do Correio das Artes data da década de 40, quando o jornal tinha uma coluna sobre arte e cultura. O suplemento é vendido mensalmente nas bancas para o público em geral. Já para os assinantes de A União, a revista é entregue, gratuitamente.

Edição

Atualmente, o Correio das Arte é editado por André Cananéa. “Nasceu como suplemento literário, mas hoje vejo como uma revista de arte e cultura, afinal de contas é um Correio das Artes, e num perfil mais recente, ele traz a diversidade dentro das artes: temos abordagens de cinema, literatura, música, memória e história. Ainda reserva um espaço para poesia”, frisou.

Desafios na pandemia da Covid-19

Um dos grandes desafios do Jornal A União ao longo de sua história foi a pandemia da Covid-19, especialmente nos dois anos mais críticos, em 2020 e 2021. Toda a equipe de redação precisou se adequar para cumprir as medidas de prevenção contra a doença e, ao mesmo tempo, dar continuidade ao fundamental trabalho de informar a população sobre o problema global de saúde e seus desdobramentos.

Os desafios impostos pela distância física e pela própria situação de temor de um vírus até então desconhecido, não foram poucos. A imensa maioria da equipe profissional permaneceu no trabalho remoto para evitar a contaminação do vírus. Porém, profissionais, como os gráficos, por exemplo, tiveram que continuar com o trabalho presencial.

Além de documentar a contaminação da população pelo novo coronavírus, o cotidiano da sociedade, as repercussões políticas, econômicas, culturais e sociais no estado, no país e no mundo, também foram noticiadas. No geral, foi um grande aprendizado profissional para todos.

O diretor de Mídia Impressa da EPC, William Costa, enfocou que essa fase trouxe muitos desafios. O mais difícil, segundo ele, foi observar as perdas definitivas. “Os colegas que se foram deixaram marcas profundas em nossas almas. E sofríamos também por aqueles que perderam familiares ou amigos”. Com o retorno gradativo da equipe à redação, William Costa lembrou que foram distribuídas máscaras e os locais de trabalho precisaram ser higienizados regularmente, além de ser disponibilizado álcool 70%. Medidas de segurança sanitária também tiveram de ser obedecidas por parte dos funcionários, tudo em conformidade com a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Restrição

Vale lembrar que a coleta de informações ficou praticamente restrita aos celulares e redes sociais, até o retorno gradual à normalidade. “Basicamente foi isso o que aconteceu, mas não foi nada fácil”, resumiu o diretor de Mídia Impressa da EPC.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 02 de fevereiro de 2024.