A Universidade Aberta à Maturidade (Uama) vinculada à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) chega aos seus 14 anos de fundação agora em 2023 contabilizando uma história de serviços e atendendo a demanda educativa de idosos a partir dos 60 anos de idade, contribuindo na melhoria das capacidades pessoais e funcionais dos seus alunos. Já são cerca de mil estudantes que por ela passaram. Recentemente, um grupo de 100 idosos iniciaram as aulas das duas novas turmas do semestre 2023.2.
A Uama tem atuação em três campus da UEPB: Campina Grande, Lagoa Seca e Guarabira, e objetiva possibilitar aos idosos à participação em aulas de formação especial aberta à maturidade, aprofundando seus conhecimentos em diversas áreas como: saúde, educação, ciências agrárias, direito, letras, pedagogia, tecnologia, cultura, lazer e temas relacionados ao envelhecimento humano.
Envelhecer é belo, porque quer dizer amor. Oferecer um novo valor para a vida é algo que devemos sempre pensar - Edivam Gonçalves
O projeto é pioneiro no país e já chegou a ter estudante com 95 anos de idade, e no campus da Rainha da Borborema funciona nas dependências da instituição, no bairro de Bodocongó.
A Uama oferece aos idosos o curso de dois anos de duração, carga horária de 1,4 mil horas aula, que deve ser feito em quatro semestres e com disciplinas ligadas à saúde, educação e lazer. Os professores são todos da UEPB, convidados dos departamentos.
Pela Universidade Aberta à Maturidade, os idosos podem fazer ainda os cursos de inglês, espanhol, francês, e atividades que vão além da sala de aula como teatro, coral, palestras, seminários, sarau, participação em congresso, atividade física, viagens extracurriculares, eventos comemorativos, projetos de extensão e de pesquisa.
O critério para conseguir o certificado do curso de Educação para o Conhecimento Humano é ter a idade a partir dos 60 anos e 75% de frequência. As aulas acontecem duas vezes na semana.“Este é um curso para a vida. São disciplinas que conseguem ensinar, libertar e dar empoderamento a cada estudante. Aqui, todos terão a oportunidade de vivenciar um envelhecimento ativo, melhorando a qualidade de vida, com nutrição e o mais importante, trocando conhecimentos e vivências”, destacou o professor e coordenador Manuel Freire de Oliveira Neto.
Projeto pioneiro no país é fruto de pesquisa feita na Espanha
A ideia do projeto foi fruto de um trabalho realizado na Espanha por Manuel Freire, com alunos da terceira idade que estudavam numa instituição na qual existia proposta. A partir do acesso ao trabalho e, demonstrando interesse pela temática, ele desenvolveu pesquisas a cerca do assunto e adaptou para a realidade do Brasil.
A Universidade Aberta à Maturidade tem como meta atender a demanda educativa de pessoas da terceira idade, contribuindo na melhoria das capacidades pessoais, funcionais e sociais, por meio da formação e atenção social, que visa criar e dinamizar regularmente atividades sociais, culturais, educacionais e de convívio, favorecendo uma melhor qualidade de vida, exclusivamente para pessoas de 60 anos ou mais.
Um dos professores da Uama é Edivam Gonçalves, que também leciona no Departamento de Psicologia da Estadual. Ele lembrou, durante o início das aulas do semestre, que o envelhecimento faz parte de cada etapa de vida e que novas e importantes experiências podem ser acrescentadas com a chegada da terceira idade. “Envelhecer é belo, porque quer dizer amor. Oferecer um novo valor para a vida é algo que devemos sempre pensar e vivenciar cada experiência que temos. Nós precisamos entender essas questões porque cada processo de envelhecimento nos apresenta um sentido para a nossa vida. Se nós estamos envelhecendo, é porque estamos aprendendo muita coisa”, disse o professor.
Uma das novas estudantes da Uama é a aposentada Josélia Fernandes Dantas. Aos 64 anos, ele afirmou que o que a trouxe à Universidade Abertas à Maturidade foi a admiração ao trabalho que é feito junto aos idosos, além da possibilidade que ela terá de entender melhor o seu processo de envelhecimento. “Minha herança materna e paterna mostra que eu preciso entender melhor o meu envelhecimento. Isso me motivou a vir até aqui e eu estou muito contente em fazer parte desta família”, afirmou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 21 de outubro de 2023.