Geraldo Varella
O futebol paraibano vive um novo tempo e caminha em direção a sua autossustentabilidade. Essa é a leitura feita pelo presidente Amadeu Rodrigues, ao concluir dois anos de seu mandato neste sábado (31) – vai até o final de 2018 – à frente da Federação Paraibana de Futebol. “Diria que depois de momentos difíceis o nosso futebol vislumbra dias bem melhores e com perspectivas animadoras, afinal temos um produto excelente e faltava afirmação no mercado, o que estamos buscando e já colhendo frutos”, afirma.
Ele lamenta as dificuldades do primeiro exercício por conta de poucas informações, afinal a administração da Entidade estava voltando ao normal depois de oito meses de intervenção judicial. “Em 2015 foi complicado e tivemos alguns problemas que foram sendo superados com o tempo. Na verdade, não gosto de olhar pelo retrovisor e sim para frente. Vivemos uma nova era, de dificuldades imensas por conta da economia brasileira, mas nem por isso estamos de braços cruzados. Temos de superar novos desafios com muita criatividade”, disse.
Hoje o então dirigente de 49 anos – já foi vereador da Capital – tem plena convicção de acentuada melhora no trato com o futebol da Paraíba e não põe só na sua conta esse avanço, deixando clara a participação ativa dos clubes profissionais, não profissionais e ligas nesse processo de interação em nome do seguimento do futebol.
“Trouxe algumas ideias, é bem verdade, mas ninguém faz nada sozinho. Tratei de expô-las aos dirigentes da forma mais democrática possível e transparente, daí termos avançado bastante nesse segundo ano”, pontuou.
A perseguição do custo zero para os clubes profissionais nos campeonatos profissionais já é uma realidade. Na Segunda Divisão deste ano, nenhum clube pagou um centavo de taxa à Federação Paraibana de Futebol e na Primeira Divisão as taxas já foram reduzidas para menos da metade.
“Só fico sossegado quando atingirmos os 100 por cento de isenção de taxas para os clubes. E para isto, estamos buscando patrocínios, através de nosso Departamento de Marketing, outra inovação em nossa administração, além da conquista importante da Certidão Negativa de Débitos na Receita Federal, Trabalhista e do FGTS pela Federação”, pontuou.
Este ano, no Campeonato Paraibano da Segunda Divisão, os clubes não pagaram nenhuma taxa de administração. Tudo foi bancado pela entidade que pode anunciar, nos próximos dias, a isenção total na Primeira Divisão, caso um patrocinador master seja confirmado. Atualmente foi reduzida a 50%.
O apoio aos clubes não se restringe apenas nas tantas incursões a CBF para reivindicar pleitos dos filiados, mas também em jogos fora do Estado por competições nacionais. Amadeu Rodrigues foi visto em diversos jogos do Botafogo e Campinense longe da Paraíba, levando o seu incentivo aos atletas na defesa do futebol paraibano.
O dirigente também destaca o bom relacionamento com a imprensa, sempre ouvindo sugestões e críticas dos profissionais, através de um grupo de whatsapp, criado com essa finalidade e buscando o bom debate. “A Federação mudou. Estamos nas diversas redes sociais e interagindo com a imprensa e a sociedade”, explicou.
Este ano, duas reuniões foram organizadas pela Federação, sendo uma em João Pessoa e outra em Campina Grande, ambas com uma só finalidade: discutir os problemas do futebol paraibano dentro do contexto dos profissionais de imprensa.
Inovações também no futebol amador da entidade, que estreou 2016 com uma premiação em dinheiro para os campeões de todas as categorias de base (Sub-15, Sub-17, Sub-19 Especial, Sub-20 e Feminino), sem falar na premiação de um carro OK, marca Onix, ao campeão estadual de profissionais da Primeira Divisão.
“Sei da luta dos abnegados dirigentes de clubes amadores e, além de material esportivo doado, uma prática já antiga, criamos a premiação em dinheiro para os campeões de cada categoria. E vamos continuar buscando ideias novas para melhorar também esse segmento tão importante, responsável pelo surgimento de talentos”.
Ainda em relação ao tratamento dispensado aos clubes amadores, o presidente lembrou que os exames cardiológicos dos atletas vêm sendo pagos pela Federação, bem como as taxas de recadastramento na CBF, sem falar nas mais de 600 bolas doadas às equipes que disputaram as categorias de base deste ano.