Um ano de renovação e de avanços: essa é a concepção de Luciana Rabay sobre 2025 em relação à Federação de Esportes Aquáticos da Paraíba (Feap). Em entrevista ao Jornal A União, a presidente da entidade destacou conquistas do seu primeiro ano de gestão — como um título relevante para a Seleção Paraibana, a profissionalização da arbitragem e a adoção de uma política de paridade de gênero — e projetou metas para 2026.
“Eu acho que não teve nenhuma competição a nível nacional que não fomos esse ano, eu ou Adriana, que é a vice-presidente. Então, esse trabalho que é feito no dia a dia, da gente estar junto, falar com o atleta, perguntar como está, eu acho que isso aí contribui também para os resultados; fora o apoio que damos aos técnicos e aos clubes com relação a treinamento, capacitação de árbitros, eventos que a gente traz para cá, acaba favorecendo tudo. Então, do ponto de vista de gestão, a gente progrediu muito esse ano. Eu fiz questão de montar uma equipe de diretoria que fosse, pelo menos, 50% mulher e 50% homem e eu até falei disso no meu discurso de posse, o quanto é difícil, às vezes, a gente pensar no nome de uma mulher para determinados cargos”, expressou Rabay.
Um dos grandes marcos do ano atual foi a conquista, até então inédita, do Troféu Milton Medeiros, em julho, em Fortaleza. Para a 35a edição da competição de natação, a Paraíba mesclou trabalho técnico, estratégico e coletivo, e o resultado não teria como ser outro: o estado liderou o campeonato com 6.738 pontos, à frente de Pernambuco (6.082) e da Federação Amazonense (5.150). No quadro de medalhas, a hegemonia também se repetiu: foram 42 ouros, 45 pratas e 37 bronzes, totalizando 124 medalhas para o grupo estadual.
“Esse resultado do Milton Medeiros colocou a gente num patamar alto a nível nacional, porque esse ano a Paraíba sempre estava no Top 3 dos clubes e das federações, das competições. Isso exigiu muito da gente, junto com os atletas, porque foi uma mudança de pensamento. A natação é um esporte individual, mas existem competições por equipe e é muito benéfico para o estado e para os clubes vencerem por equipe, não só individualmente. Então, o que aconteceu muito foi termos atletas que, por exemplo, eram os melhores dos 50 m livres, mas tinham que nadar as outras provas também, porque a gente precisava dos pontos. Então, teve alguma resistência de alguns atletas, mas eu fui bem rígida e disse: ‘essa é a minha regra, você está convocado dentro dela. Se você não atender as regras, você não vai’. Então, foi arriscado, porque podia ter uma rejeição. Mas, no final, deu certo”, relembra a presidente da Feap.

- O polo aquático no mar foi uma das experiências extremamente positivas na temporada | Foto: Divulgação/paraibaworldbeachgames
Para além da natação, as demais modalidades esportivas aquáticas também tiveram uma excelente temporada, como por exemplo os saltos ornamentais. “Tinha muitos atletas daqui que eram federados por Brasília e competiam por clubes de lá. Mas no meio do ano, depois de conversarmos sobre isso, eles se federaram, fizeram a transferência, então, a equipe de saltos realmente está aqui na Paraíba. Um dos destaques é Maria Emília Vaz. Ela é muito boa, uma das promessas dos saltos. Edmundo Vergara é um técnico que faz um trabalho belíssimo. Os saltos também foram destaque”, aponta Rabay.
“Tivemos, também, o Campeonato Brasileiro de Nada Artístico, que foi em junho, com a presença da técnica da Seleção Brasileira, com árbitros internacionais, e fizemos cursos, até de clínica com os atletas. Além disso, Nada Artístico foi um Campeonato Brasileiro e três etapas de Paraibano. No Polo Aquático, tivemos um torneio interestadual, com Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, e fizemos o Polo Aquático no mar, que fez parte do Paraíba World Beach Games. De águas abertas, tivemos a Copa Brasil, que foi em setembro, também parte do Paraíba Beach Games, além do Aquarace”, acrescenta ela.
Planejamento 2026
Para o próximo ano, o objetivo principal da Feap é continuar evoluindo, agora em outras frentes. A gestora cita os principais: criação do Circuito Paraibano de Águas Abertas, fortalecimento das equipes de desporto universitário e captação de recursos.
“A gente não teve o Circuito Paraibano de Águas Abertas, e isso é algo que vamos precisar ter no ano que vem. Em 2026, nosso calendário não prevê grandes competições aqui na Paraíba, porque existe um rodízio de competições em nível nacional, e não há nada previsto no calendário oficial para o estado. Então, teremos tempo para focar na formação dos atletas universitários e dos atletas daqui nessa questão da equipe, sabe? De eles se enxergarem como uma equipe forte, coesa, participando do Milton Medeiros, que vai ser em Salvador, e levando uma equipe forte também para defender o título’, inicia.
“Para 2026, o foco é o aprimoramento da gestão e a melhoria da parte de sistema, tanto do sistema de gestão quanto da parte de sistema de piscina, de todos os esportes. A gente precisa de melhoria dos equipamentos e de melhoria do pessoal, com treinamento, para alcançar excelência na arbitragem. Outro ponto é a captação de recursos. Em 2026, vamos atrás, tanto de apoio de vereadores e deputados — já que a Federação está com tudo regularizado em termos de certificados — quanto de patrocínio de empresas. Acho que, neste ano, a Federação mostrou que tem organização e capacidade de gestão, tanto nas competições aqui quanto nas equipes. E vamos contar com o apoio das empresas locais para que invistam na Federação, e a gente possa fazer cada vez mais pelos atletas”, finaliza a gestora.
Melhores do ano
Em janeiro (em data a ser definida), será realizada a tradicional premiação dos Melhores do Ano. A cerimônia já faz parte do calendário anual da entidade e busca reconhecer atletas, técnicos e clubes paraibanos que tenham se destacado ao longo da temporada das modalidades aquáticas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 20 de dezembro de 2025.