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Série C de 2025

CBF anuncia cota extra de R$ 150 mil para clubes

publicado: 06/11/2025 09h41, última modificação: 06/11/2025 09h41
Reunião na sede da CBF confirma mudanças significativas no Campeonato Brasileiro Série C, antes anunciadas com a divulgação do calendário
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Dirigentes da CBF e 15 representantes dos clubes do Brasileiro Série C reunidos na sede da entidade | Foto: Rafael Ribeiro/CBF

por Danrley Pascoal*

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o pagamento de uma cota extra de R$ 150 mil para cada um dos clubes participantes da Série C de 2025, em um investimento adicional de mais R$ 3 milhões na competição. Segundo a entidade, mais de R$ 100 milhões já haviam sido aportados para a realização do certame deste ano. Pela participação, inicialmente, o Botafogo e mais 19 clubes receberam, cada um, R$ 1,4 milhão, que, somado aos R$ 150 mil divulgados, na última segunda-feira (3), totaliza R$ 1,55 milhão.

A cota extra foi anunciada durante uma reunião com dirigentes de 15 das 20 equipes participantes da Série C de 2025, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. No encontro, que contou com a presença da presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Michelle Ramalho, foi detalhado também o plano comercial montado para os próximos anos da competição, assim como mudanças no formato de disputa do campeonato.

“Temos uma grande preocupação em reformular e modernizar as competições organizadas pela CBF para os próximos anos, fazendo delas produtos comerciais mais atrativos e sustentáveis economicamente”, destacou o presidente Samir Xaud.

“Saímos da reunião com os clubes da Série C mais uma vez satisfeitos pelo retorno positivo que deram ao conhecer os planos que detalhamos. Com diálogo e trabalho em conjunto, estamos seguindo em busca de horizontes melhores para o futebol brasileiro em todas as divisões”, acrescentou o dirigente da CBF.

Com o aporte extra de R$ 3 milhões, cerca de R$ 35 milhões, do valor total investido, foram gastos com os clubes, entre premiações e cotas de participação; enquanto aproximadamente R$ 68 milhões foram gastos com a organização da competição (transporte, hospedagem, alimentação, custos de arbitragem e dopagem, entre outros custos para a realização das partidas).

Mudanças

Durante a reunião, a CBF ratificou que a Série C do Campeonato Brasileiro passará por mudanças significativas nos próximos anos. A reformulação já havia sido divulgada no início de outubro, junto com o calendário nacional de 2026, quando o campeão passará a garantir vaga na terceira fase da Copa do Brasil. As duas próximas edições terão apenas dois rebaixados, mas receberão seis clubes da Série D.

Dentro desse cenário, em 2027, a competição deixará de ter 20 clubes e passará a contar com 24. O formato de disputa não muda nos dois próximos anos. As equipes vão se enfrentar em turno único, com os oito melhores avançando para o quadrangular do acesso, sendo divididos em dois grupos. Os dois melhores times de cada chave conseguirão a promoção à Série B, com os líderes disputando a final.

Em 2028, acontecerá a grande mudança do torneio. Naquele ano, serão 28 clubes participantes, agora divididos em dois grupos com 14 times, que jogarão em um sistema de turno e returno dentro da chave, totalizando 26 rodadas. Os quatro melhores em cada grupo avançarão para o quadrangular de acesso, que será igual ao atual formato. Outra alteração marcante será a quantidade de rebaixados. Seis agremiações continuarão ascendendo da Série D para a C, mas seis cairão para a última divisão do futebol nacional.

Edição de 2026

Em 2025, junto com a Ponte Preta (campeã), subiram para a Série B, Londrina, São Bernardo e Náutico. Foram rebaixados CSA, ABC, Retrô e Tombense. Para a edição de 2026, já estão confirmadas 17 equipes: Botafogo, Floresta, Caxias, Guarani, Brusque, Confiança, Ypiranga-RS, Maringá, Ituano, Figueirense, Anápolis e Itabaiana — que estiveram no certame deste ano — Barra-SC, Santa Cruz, Maranhão e Inter de Limeira — que ascenderam da Série D — e o Paysandu — primeiro rebaixado da Série B de 2025.

O Belo, mais uma vez, será o clube com o maior número de participações consecutivas na Terceira Divisão. A equipe paraibana estará no torneio pelo 13o ano seguido. Ou seja, joga a Série C desde 2014 ininterruptamente, acumulando traumas e fracassos na busca pelo acesso para a Série B.

Técnico Bernardo Franco aprova renovação de Henrique Dourado

O Botafogo anunciou a permanência do centroavante Henrique Dourado para a temporada de 2026. Ele defenderá as cores alvinegras pelo terceiro ano consecutivo. O clube aposta no atleta como líder e referência dentro e fora de campo. O Ceifador (seu apelido famoso) vestiu a camisa do Belo 31 vezes em 2024 e 2025, tendo marcado 10 gols e concedido duas assistências.

Henrique Dourado e o seu gesto particular de comemorar gols nos times por onde passa | Foto: João Neto/Botafogo

Dourado atuou por grandes clubes do Brasil — destacam-se Flamengo, Palmeiras, Fluminense, Santos e Cruzeiro. Com a camisa do Tricolor carioca, o centroavante foi artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2017, com 18 gols. O atleta também já atuou fora do país, em clubes da China e de Portugal.

Bernardo Franco, técnico que iniciará a temporada de 2026 no comando do Botafogo, explicou, durante a sua participação em uma live do canal PB Esportes, os motivos da renovação de contrato do jogador.

“A gente sabe o quanto é difícil formatar um elenco equilibrado e com qualidade, que nos permita jogar de diversas formas. Então, por isso também a gente optou pela permanência do Henrique Dourado, jogador que dispensa comentários, jogou em altíssimo nível. É um atleta que pode nos ajudar muito ao longo da temporada”, destacou.

Assim como a diretoria, a comissão técnica aposta na grande experiência do Ceifador, que, por onde passou, teve um papel muito importante no extracampo. “Além da capacidade que ele tem de liderança, é um exemplo de profissional e de pessoa. Tenho ótimas referências dele. Então faz todo o sentido que ele continue conosco. A gente está muito feliz também com isso”, disse Bernardo Franco.

Apelido

Dourado tem como marca registrada uma comemoração com o tradicional gesto de passar a mão sobre o pescoço, como se fosse uma degola. Daí surgiu o apelido “Ceifador”. Ao marcar gols, ele estaria ceifando seus adversários. Em 2017, ele explicou como surgiu a ideia da comemoração e por que marcou tanto o imaginário dos torcedores. A fala foi dada ao site segmentado de notícias do Fluminense NetFlu.

“Tudo começou numa passagem pelo Palmeiras, em 2014. Teve um jogo, acho que de Copa do Brasil, em um mata-mata. Quando marquei o gol que liquidou a partida, fiz o gesto, que saiu naturalmente”, contou. “Ali pegou. Onde ia, a torcida pedia”, completou.

“Quando estive em Portugal, muitos acompanhavam o futebol brasileiro, e lá muitos jogadores fizeram [a comemoração] também. Fiquei bastante feliz. Você inicia uma comemoração e, daqui a pouco, a galera começa a fazer. Isso é bacana. Lá eu era conhecido como ‘Degolador’. Fiz gols em clássicos também, e aí que a galera vai à loucura [risos]”, afirmou.

Um detalhe curioso sobre a comemoração é o fato de o jogador fazer algumas adaptações sempre que pode. A mais destacada é quando enfrenta equipes pelas quais já jogou. Em sinal de respeito, o gesto característico após os gols se transforma em uma “meia ceifada”, demonstrando gratidão sem perder a essência.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 6 de novembro de 2025.