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CBF define datas da Copa NE e reacende polêmica na PB

publicado: 07/10/2017 00h05, última modificação: 07/10/2017 02h41
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A primeira reunião foi bastante divergente e agora com a divulgação das datas da Copa do Nordeste surgem novas discussões - Foto: Divulgação/FPF

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Ivo Marques

A segunda reunião do Conselho Arbitral para definir o Campeonato Paraibano de Futebol 2018, programada para o dia 16, promete ser de muita discussão. Isto, porque uma fórmula de disputa que tenha 18 datas, defendida pela maioria dos clubes presentes na primeira reunião, não deverá acontecer. A CBF divulgou ontem o calendário oficial para 2018, e o período reservado para os campeonatos estaduais vai de 17 de janeiro a 8 de abril. Até aí tudo bem, mas exatamente neste período, a entidade maior do futebol brasileiro reservou 7 datas para Copa Nordeste, além de no mínimo 1 para a Copa do Brasil, isso levando-se em conta que os representantes da Paraíba seriam eliminados logo na primeira partida. Se avançarem de fases, complicaria ainda mais.

Trocando em miúdos, dentro deste período, sobrariam cerca de 13 datas para a realização do campeonato estadual. A Copa do Nordeste vai de 17 de janeiro a 10 de julho, com 13 datas reservadas para a competição, das quais 7 serão no mesmo período dos campeonatos estaduais. A estreia do Botafogo e do Treze na Copa do Brasil será no dia 31 de janeiro, ou 7 de fevereiro. A notícia caiu como uma bomba em alguns clubes paraibanos. O presidente do Auto Esporte, Watteu Rodrigues, disse que não aceita qualquer mudança. "É uma coisa ridícula, e vai de encontro ao que diz o Estatuto do Torcedor. Se a competição foi modificada este ano, terá de ser repetida a mesma fórmula em 2018. A CBF não determina nada, não manda no futebol paraibano. Nós somos filiados, não subordinados. Ela sugeriu estas datas, mas começamos o campeonato e usamos as datas que quisermos. Isto é a proposta de um único clube, que está querendo ser beneficiado. O Auto Esporte não aceita", afirmou o dirigente.

A mesma opinião tem o presidente do Sousa, Aldeone Abrantes, que defende uma competição de turno e returno, em pontos corridos. “Isto é um absurdo. Tudo isso é arquitetado, para beneficiar um certo clube que vai disputar a Copa do Nordeste e Copa do Brasil. Os outros clubes já estão sentindo isso. Eu não engulo esta proposta de campeonato com apenas 13 datas”, disse o presidente do Dinossauro, bastante revoltado.

Nós tentamos contato com dirigentes do Treze, do Campinense e do Serrano, mas eles não atenderam o telefone. No Botafogo, apenas o vice-presidente se manifestou sobre o assunto. Para Guilherme Novinho, o calendário não chegou a ser uma surpresa para ele, em ano de Copa do Mundo.

“O Belo já esperava esta decisão. O que tem de fazer é todos os dirigentes de clubes analisarem as datas, e formularem sugestões, dentro desta realidade. O que não pode é fazer um campeonato, em que os representantes da Paraíba nas competições nacionais, Botafogo, Treze e Campinense, sejam prejudicados. A competição tem de terminar antes das competições nacionais. Isto está claro. O Botafogo já foi muito prejudicado com estes conflitos de datas. Isto prejudica não só o Belo, mas também todo o futebol da Paraíba. Os clubes não conseguem fazer um planejamento para passar de série no Campeonato Brasileiro, desta forma”, concluiu.

Diante da reação dos filiados, o presidente da FPF espera que no dia 16, os dirigentes venham com boas propostas, que atendam as necessidades do calendário e, ao mesmo tempo, os interesses dos clubes paraibanos. “Nós queremos sempre o melhor para os clubes. A reunião é justamente para que eles encontrem uma solução, e nós estamos aqui para apoiar a decisão tomada, mas sabemos que não podemos fazer nada que possa resultar num conflito com as datas das competições nacionais, que têm a participação de clubes do nosso Estado”, disse Amadeus.