Ivo Marques
Ele é a cabeça pensante de um time. Não entra em campo, mas tem a capacidade de decidir partidas, com suas atitudes. Sua importância para os jogadores é tamanha, que é chamado de professor. Mas, raramente é considerado o herói de uma conquista, e nunca, ou quase nunca, é ovacionado pela torcida. Estamos falando do técnico de futebol, uma das profissões de maior instabilidade no Brasil. Culpado sempre nas derrotas, ele convive com a pressão que vem das arquibancadas e o adjetivo que mais escuta nos gritos dos torcedores é burro.
A partir do dia 8 de janeiro, quando a bola rolar no Campeonato Paraibano de 2017, dez técnicos começarão o desafio de fazer bonito na competição e segurar seus empregos. Pelo que se vê na pré-temporada dos clubes e nos investimentos feitos, tudo indica que teremos um dos campeonatos mais disputados dos últimos anos. As novidades não estarão apenas dentro de campo, mas também fora dele.
Dos 10 clubes que vão participar do Campeonato Estadual de 2017, apenas 5 resolveram mudar de técnicos, na próxima temporada, um fato raríssimo de acontecer no futebol brasileiro. Entre os que resolveram mudar o comando técnico da equipe estão o atual campeão paraibano, o Campinense, o Treze, Auto Esporte e o Atlético de Cajazeiras.
O Rubro-negro resolveu trazer o paulista de Santo André, Paulo Foiani, que fez um excelente trabalho à frente do ASA de Alagoas, este ano. O rival Treze, que estava em inatividade do departamento profissional, contratou um gaúcho de Getúlio Vargas, Leocir Dall’Astra, que este ano fez um grande trabalho no Ypiranga de Erechin-RS. O Auto Esporte resolveu apostar no pessoense Gerson Junior, que dirigia as categorias de base do CSP, e este ano chegou a dirigir também o Miramar, no Paraibano da Segunda Divisão. E o Atlético, que trouxe também um time inteiro do Sudeste, inclusive o treinador, Junior Gomes, que dirigiu este ano o União Barbarense de São Paulo. E ainda tem o CSP, que agora será comandado por Josivaldo Alves.
As outras 5 equipes resolveram manter os mesmos técnicos deste ano. São elas o Botafogo, com Itamar Schulle, o Internacional com Índio Ferreira, o Serrano, com Betão, o Sousa, com Tazinho, e o Paraíba, com Jorge Luiz.
Até o final da competição, muita água ainda vai rolar debaixo da ponte, e provavelmente quase a metade dos “professores”, infelizmente, deverão ter perdido seus empregos, afinal, técnico de futebol no País vive de resultados imediatos. Para os torcedores, é vencer ou vencer, e o momento é agora, não amanhã.