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Comissão Estadual de Arbitragem estuda abolir sorteio de árbitros

publicado: 02/11/2016 00h05, última modificação: 02/11/2016 09h39
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José Renato (centro) afirma que pretende se adaptar a Lei do Profut para a implantação das audiências públicas em 2017 - Foto: Divulgação

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Marcos Lima

O sorteio para árbitros que apitarão jogos do Campeonato Paraibano podem estar com os dias contados. É que a Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol, hoje presidida por José Renato, estuda a possibilidade de abolir este procedimento, seguindo assim uma recomendação da Lei do Profut (Profissionalização do Futebol), sancionada em agosto do ano passado pela então presidente da República, Dilma Rousseff. A escolha de quem apitaria as partidas seria através de audiências públicas. Pernambuco, Pará e Rio Grande do Norte não mais efetuam o sorteio.

“O que é lei é para ser cumprido. Pretendemos sim acabar com esses sorteios, no entanto, tudo depende de conversações que ainda teremos com o presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Amadeu Rodrigues Júnior. Não sei a partir de quando vamos abolir este sorteio, mas que isto irá acontecer, com certeza vai”, disse José Renato.

O Brasil, no entanto, é o único País do mundo que escala árbitros através de um sorteio, o que, para muitos presidentes de comissões estaduais de arbitragem, se trata de um retrocesso, principalmente depois que a atividade foi reconhecida pela legislação vigente. A audiência pública para a escalação dos árbitros tem amparo legal, conforme os dirigentes de comissões.

O texto do Profut, por sua vez, alterou o artigo 32 do Estatuto do Torcedor, que dizia que os árbitros deveriam ser escolhidos apenas "mediante sorteio". A nova legislação acrescentou também a possibilidade de "audiência pública transmitida ao vivo pela rede mundial de computadores". Para José Renato, é uma decisão a ser tomada, no entanto, sem precipitação, haja vista que deve ser bastante massificada conjuntamente com federação e sindicato da categoria.

Com as audiências públicas para a escolha dos árbitros de futebol, haverá uma discussão sobre os nomes mais indicados para determinado jogo, e o motivo é apresentado para todos os presentes e a quem estiver assistindo ao encontro, diferente do sorteio, em que os trios de arbitragem são definidos aleatoriamente. Outro ponto positivo diz respeito à escalação do profissional, que atenderá, no entanto, as exigências físicas e técnicas. O sorteio, hoje ainda existente, tem arruinado carreiras de muitos árbitros.

A definição somente vai ocorrer na Paraíba após o fechamento do regulamento e da tabela do Campeonato que ainda está no processo de conclusão, já que os clubes voltaram a discutir a temporada na reunião realizada ontem, na sede da FPF.